PPGECRN - Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
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Navegando PPGECRN - Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais por Assunto "Anomalias geoquímicas"
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Item Caracterização geoquímica das águas e sedimentos da Bacia do Ribeirão Sardinha, porção sul do Quadrilátero Ferrífero (MG).(2017) Santos, Rayme Loureiro dos; Costa, Adivane Terezinha; Leite, Mariangela Garcia Praça; Costa, Adivane Terezinha; Lana, Cláudio Eduardo; Horn, Adolf HeinrichA bacia do ribeirão Sardinha, objeto de estudo, desenvolveu-se sobre um substrato geologicamente diversificado que inclui rochas cristalinas do embasamento arqueano, sequências metavulcanossedimentares arqueanas do Supergrupo Rio das Velhas e rochas metassedimentares paleoproterozóicas do Supergrupo Minas. O Supergrupo Rio das Velhas apresenta mineralizações auríferas associadas às assembleias de elementos traço como As, Cd, Pb, Zn e Cu, que podem apresentar, dependendo das concentrações, elevada toxicidade. Já o Supergrupo Minas, se destaca devido à grande ocorrência de rochas itabiríticas, principal fonte de minério de ferro na região. Portanto, vários elementos químicos são disponibilizados para a bacia continuamente por fontes geogênicas, entretanto, os processos de liberação dos elementos podem ser alterados devido às interferências antropogênicas e mudanças na dinâmica do ambiente superficial. É neste cenário que se insere este trabalho, que apresenta como objetivo principal a análise geoquímica das águas, dos sedimentos atuais e dos depósitos sedimentares de barrancos e terraços do ribeirão Sardinha. A partir da análise dos sedimentos, também foram propostos valores de referência para elementos químicos de maior relevância. A análise sazonal das águas do ribeirão Sardinha contou com 10 pontos bem distribuídos ao longo da bacia para aferição dos parâmetros físico-químicos (sólidos totais dissolvidos (STD), condutividade elétrica (CE), turbidez (T), pH e Eh) e coleta de amostras para análise química. Dentre os elementos químicos investigados, considerou-se os cátions principais (Na+, Ca2+, K+ e Mg2+), os metais Al, Fe e Mn e elementos traço como Ba, Cu, Li, Ti, Cd, Co, Cr, Ni, V, Zn, As e Pb. Foram realizadas análises de 54 amostras de sedimentos, sendo13 referentes aos sedimentos atuais da bacia (em barras e canal), 15 correspondentes às fácies dos barrancos e 26 em fácies dos terraços. Foi realizado o levantamento de 8 perfis estratigráficos, em 4 barrancos e 4 terraços, onde foi feito o reconhecimento faciológico baseando-se na caracterização textural, mineralógica e na identificação de estruturas sedimentares. As amostras de sedimentos foram coletadas em cada fácies. Dos elementos químicos investigados, achou-se conveniente selecionar apenas aqueles de maior ocorrência na região de estudo, como As, Ba, Co, Cr, Cu, Li, Ni, V, Zn, Mn, Al, Fe, Pb e Ti. Três terraços foram selecionados para datação através da aplicação da técnica de Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). A análise dos parâmetros físico-químicos das águas da bacia do ribeirão Sardinha indicou que os dados de STD, CE e T estão abaixo dos limites estabelecidos pelo CONAMA (2005) e COPAM/CERH-MG (2008). Os valores de pH foram básicos e as medidas de Eh indicaram condições oxidantes. Com relação aos elementos químicos analisados nas águas, observou-se que os valores de Fe ultrapassaram o permitido pelo CONAMA (2005) e COPAM/CERH-MG (2008) apenas em dois pontos, situados no baixo curso da bacia, durante o período chuvoso. No caso do Mn, os valores foram superiores ao admitido pelos órgãos supracitados em todos os pontos de amostragens durante o período de chuva e apenas em dois pontos localizados no baixo curso da bacia no período de seca. Os elementos traço investigados não apresentaram concentrações críticas. Quanto às análises químicas dos sedimentos, os gráficos de dispersão que envolveram Mn, Ba, Co, Ni, Fe e Ti mostraram um padrão diferenciado para as amostras dos terraços, indicando que houve uma mudança no processo de disponibilização dos elementos mencionados após a formação destes depósitos. Através da técnica de PCA, foi possível identificar padrões geoquímicos formados por grupos de amostras que apresentaram altas concentrações de Fe, Mn e elementos traço, correspondentes aos sedimentos atuais da bacia de estudo, e de Al relacionadas às fácies sedimentológicas compostas por material coluvionar e por sedimentos depositados em lagoa de cheia. Notou-se correlações entre elementos traço e elevadas concentrações de Fe e/ou Mn, provavelmente devido a uma grande influência de mecanismos de sorção em óxido-hidróxidos de Fe e Mn. Os dados de assinatura geoquímica vertical mostraram que o Fe e o Mn tenderam a se acumular nas fácies de canal e barras e que o Al, apesar de estar presente em vários tipos de fácies, apresentou concentrações mais altas nas fácies constituídas por material coluvionar e formadas por depósitos de lagoa de cheia e planície de inundação. Elementos como Ba, Zn, Ni, Cr e Co frequentemente ocorreram associados às fácies de canal e barras. Com relação as anomalias verificadas nos gráficos de estabelecimento dos valores de referência, foi possível estabelecer três padrões: o primeiro, relacionado às altas concentrações de Li, Pb, Cu, Ni e Cr, refere-se às fontes geogênicas; o segundo, associado aos teores elevados de Co, Mn e Ba, refere-se às interferências antropogênicas; e o último, formado pelos elementos Al e Zn, está relacionado tanto às fontes geogênicas quanto às intervenções antropogênicas. Em quase todos os pontos de amostragem de sedimentos, as concentrações de As e Ni encontraram-se acima dos limites de intervenção agrícola e as de Ba e Cr acima dos limites de alerta estabelecidos em São Paulo/Holanda.