PPGEBT - Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais
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Item Ecologia de comunidades de aves de rapina (Cathartidae, Accipitridae e Falconidae) em fragmento de Mata Atlântica na região do Médio Rio Doce, MG.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Canuto, Marcus; Itabaiana, Yasmine AntoniniInformações ecológicas básicas sobre padrões populacionais das aves de rapina na Mata Atlântica são escarsos, muitas vezes devido a não utilização de métodos apropriados ou ao baixo esforço de amostra. A existência de populações sensíveis a fragmentação, exigentes de habitat preservado, de baixa densidade ou abundância local, de baixa detecção ou distribuição esparsa, demonstra a necessidade de estudos específicos ao grupo ao longo do bioma. Estes dados, quando obtidos em habitat extenso e contínuo, são essenciais para um maior entendimento da história natural do grupo, incluindo a ecologia de comunidades. No presente estudo, a coleta de dados quanto a padrões populacionais na comunidade de aves de rapina na Mata Atlântica foi realizada no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, maior remanescente do bioma no estado. Foi realizado em 2004-2005 um estudo piloto para reconhecimento da área, adequação de métodos e coleta preliminar de dados. Apartir deste estudo, e de acordo com metodologia específica a amostragem do grupo, foram utilizados de 1-4 pontos fixos (2,5 km de raio) em árvores emergentes ou morros adjacentes a reserva, em 12 plotes de amostra de 785 a 2492 hectares. Estes pontos permitiram um amplo ângulo de visão das distintas porções da reserva, sendo realizadas um total de 126 amostras, entre 2006 e 2009, durante o período de 07:30 ás 12:00, alternadas dentre os meses de julho a janeiro dos diferentes anos, totalizando 567 horas de observação direta de espécies de aves de rapina florestais. Obteve-se 536 encontros durante os pontos fixos e 93 registros adicionais através de deslocamentos, sendo registradas 33 espécies. Cinco outras espécies foram detectadas no projeto piloto de abril de 2004. Apartir do acúmulo de registros das espécies foi avaliado o esforço de amostra e técnicas utilizadas, a composição das espécies e distribuição espacial, diversidade, abundância, atividade, sazonalidade na atividade e uso de habitat das espécies utilizando-se análises nãoparamétricas. É imprescindível um específico e repetido esforço de amostra de médio a longo prazo para a amostragem de aves de rapina florestais, ocupando territóriosdefendidos, incluindo espécies raras ou ameaçadas, em remanescentes médios ou extensos de Mata Atlântica.Item Estudo e modelagem das dinâmicas estruturais de assembléias de formigas tropicais em diferentes escalas ecológicas.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Gontijo, Alexandre Bahia; Ribeiro, Sérvio PontesA teoria ecológica é construída através de modelos que possam explicar as relações entre organismos e ambiente. No entanto, esta se trata de uma ciência integradora de conhecimentos e beneficiada por abordagens interdisciplinares devido à enorme complexidade observada nos ecossistemas. Nesse contexto, o uso de ferramentas matemáticas tem se mostrado extremamente importante para a compreensão dos sistemas ecológicos. Neste trabalho foram estudadas assembléias de formigas em duas áreas da região neotropical, Caxiuanã (Pará) e Volcan Barva (Costa Rica). A partir da analise de suas dinâmicas populacionais e estruturas de dominância sob diferentes escalas espaciais e ecológicas (composição de gêneros e guildas tróficas), foram desenvolvidos modelos computacionais que permitissem avaliar alguns dos principais modelos de suporte à Ecologia Teórica. Esses modelos buscam explicar tanto as dinâmicas e estruturas populacionais como também os mecanismos e processos por trás da funcionalidade de ecossistemas ditos complexos. Foram observadas diferenças marcantes na estrutura de dominância das populações entre as duas escalas ecológicas consideradas.onde diferentes níveis de informação foram obtidos com cada uma das abordagens. As análises sob a escala de gêneros mostraram grande instabilidade temporal associada a diferenças de configuração hierárquica entre escalas espaciais distintas. Em contrapartida, as análises feitas sob a escala de guildas tróficas evidenciaram comportamentos relativamente mais estáveis quando comparados aos gêneros. Tais resultados foram interpretados a luz de duas teorias principais, o “nicho construtivismo” e “sistemas complexos adaptativos". Por fim, ambas teorias foram atreladas, onde a emersão das funcionalidades do ecossistema com sistemas complexos adaptativos se mostrou possível a partir dos mecanismos de nicho construção.Item Ecologia comparativa de ectoparasitos em aves silvestres (Palmas, TO).(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Enout, Alexandre Magno Junqueira; Itabaiana, Yasmine AntoniniEste trabalho teve como objetivo investigar a fauna de ectoparasitos associada às aves silvestres no município de Palmas, estado do Tocantins, Brasil. A área de estudo compreende três Unidades de Conservação. As aves foram capturadas com redes de neblina em Matas de Galeria, inseridas no Bioma Cerrado, entre junho de 2008 e março de 2009. Todas as aves capturadas (exceto beija-flores) foram examinadas quanto à presença de carrapatos, trombiculídeos, malófagos e ácaros de pena. Os ectoparasitas foram coletados, preservados em álcool 70% e identificados por pesquisadores do Laboratório de Ectoparasitos, Universidade Federal de Minas Gerais. A prevalência e intensidade media de infestação dos ectoparasitas foram examinadas e relacionadas com o grupo taxonômico do hospedeiro, características ecológicas do hospedeiro e variaveis ambientais. Foram amostradas 204 aves pertencentes a 57 espécies, sendo 45 Passeriformes e 12 não-Passeriformes. Do total de aves amostradas 38,3% se encontrava parasitada por malófagos, 73,0% por ácaros de pena, 16,7% por trombiculídeos e 5,4% por carrapatos. Entre os malófagos foram encontrados 17 gêneros e 15 espécies foram identificadas. Os ácaros de pena foram representados por 16 gêneros, sendo 10 espécies identificadas. Somente ninfas e larvas de carrapatos e trombiculídeos foram encontradas. Foi verificada uma complexa dinâmica populacional dos ectoparasitos, que esteve associada com: sazonalidade, período de atividade biológica do hospedeiro (período reprodutivo, muda de penas ou descanso reprodutivo), participação das aves em bandos mistos de forrageamento, guildas, tipo de ninho e grupo taxonômico das aves.Item Atividade da enzima redutase de nitrato em três espécies de campos ferruginosos (canga) responde a fertilização nitrogenada.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Casarino, Jane Eyre; Kozovits, Alessandra RodriguesAs atividades antrópicas têm aumentado consideravelmente a entrada de nitrogênio no solo de áreas agrícolas e sistemas naturais, podendo causar profundas modificações na fisiologia, morfologia e ecologia das plantas. Neste contexto, a atividade da enzima redutase de nitrato (RN) torna-se uma importante ferramenta para o entendimento das respostas das plantas ao aumento da disponibilidade de N nos solos através da deposição atmosférica, já que é a enzima chave do metabolismo de N e se mostra bastante responsiva ao seu substrato. O presente estudo foi realizado em uma área de campo ferruginoso, sistema rupestre caracterizado pela baixa disponibilidade de N, no Campus da Universidade Federal de Ouro Preto, MG. Foram selecionados 10 indivíduos de três espécies pertencentes a grupos funcionais de alta, intermediária e baixa atividade de RN, respectivamente, Eremanthus incanus (Less.) Less., Byrsonima variabilis A. Juss. e Matayba marginata Radlk. Para cada espécie, os indivíduos foram divididos em dois grupos: controle e tratamento, que consiste em adições mensais de nitrato de amônio, totalizando um incremento de 30kg N ha -1ano-1. As atividades reais e potenciais de RN foram mensuradas in vivo mensalmente a partir de reação colorimétrica para quantificação de nitrito. Também foram realizadas medidas alométricas nos indivíduos, concentração de N e P foliar, taxa de retranslocação, AFE, quantidade total de folhas e quantificação da deposição atmosférica de nutrientes na área de estudo. A vegetação dos campos ferruginosos apresentou espécies com diferentes habilidades para usar o nitrato, sendo que E. incanus, apresentou o maior valor para a atividade da enzima redutase de nitrato, seguida por M. marginata e B. variabilis; não foram observadas correlações positivas entre os teores de N foliar e atividades de redutase de nitrato; entre a quantidade de nitrogênio adicionada e a concentração foliar de N e eficiência de retranslocação de N foliar durante a senescência e nem com o aumento da área foliar específica ou número de folhas; para as espécies M. marginata e B. variabilis observou que a resposta da atividade real de RN respondeu mais prontamente, em pelo menos alguns dos meses do estudo, a deposição de N, do que as mudanças na morfologia, concentração e taxa de retranslocação de N foliar, que nem mesmo chegaram a demonstrar diferenças entre os grupos tratamento e controle durante o estudo. Sendo assim, pode-se inferir que nessas espécies a atividade de RN foi um indicador mais sensível e precoce da poluição nitrogenada do que os métodos tradicionalmente usados (mudanças morfológicas, taxas de retranslocação, etc.). Para a espécie E. incanus, não foram observadas mudanças na atividade da RN e em nenhum dos parâmetros tradicionais. Novos estudos devem ser realizados, preferencialmente, de duração superior ao do presente trabalho, para que outros fatores, como associações micorrízicas e maior detalhamento de características do solo entre outros, possam ser considerados, o que poderá proporcionar resultados mais específicos sobre o ecossistema de canga, podendo, assim, ser percebido mais nitidamente o efeito da adição de N no referido ambiente.Item Efeito do fogo na composição, distribuição e dieta de uma taxocenose de anfíbios anuros de campos rupestres em Ouro Preto, MG.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Drummond, Leandro de Oliveira; Pires, Maria Rita SilvérioEste trabalho teve como objetivo a análise do efeito do fogo em uma taxocenose de anfíbios anuros de uma lagoa altitudinal circundada por Campos Rupestres, conhecida como Lagoa Seca (20°25’52”S; 43°29’12”W). Na primeira parte do trabalho é analisado o efeito do fogo sobre a diversidade, distribuição sazonal e ocupação do espaço pelos anuros. Para isso foram realizadas visitas quinzenais nos períodos pré-fogo, entre outubro de 2004 a setembro de 2005, e pós-fogo, entre outubro de 2007 e outubro de 2008. Dez espécies de anfíbios foram encontradas tanto no período pré-fogo quanto no período pós-fogo, sendo elas pertencentes às famílias Brachycephalidae (1 sp.), Hylidae (5 sp.), Leptodactylidae (2 sp.) e Leiuperidae (2 sp.). Cinco espécies foram encontradas, em baixa abundância, no ambiente apenas após a passagem do incêndio, indicando uma colonização facilitada pelo fogo: Scinax fuscovarius (família Hylidae), Rhinella pombali (Família Bufonidae), Leptodactylus cunicularius, Leptodactylus furnarius, Leptodactylus fuscus. Nos dois anos de estudo a pluviometria foi um dos fatores determinantes para a presença de anfíbios na Lagoa Seca, porém houve diferença no tempo de resposta dos anfíbios a variações na chuva, que foi de 5 a 10 dias antes e de 10 a 15 dias após o incêndio. A temperatura do ar afetou a atividade dos anfíbios apenas no período pós-fogo, o que pode ser conseqüência da maior flutuação térmica provocada pela retirada da vegetação. Houve notáveis mudanças na ocupação ambiental pelas espécies de anfíbios entre os anos de estudo. O aumento no número de espécies de anfíbios, associada à simplificação do ambiente provocada pela remoção da vegetação emergente, resultou em grande sobreposição espacial, aumentando a probabilidade de competição entre as espécies, o que foi comprovado para S. curicica e S. squalirostris. Foi encontrado um maior número de espécies e indivíduos utilizando bromélias como abrigo diurno após o fogo. Isto provavelmente se deve ao fato de que as bromélias não foram atingidas pelo fogo por estarem por estarem protegidas por afloramentos rochosos, associado à destruição de abrigos alternativos no entorno dos afloramentos. Na segunda parte do presente trabalho pretendeu-se analisar o efeito do fogo na dieta da taxocenose de anfíbios da Lagoa Seca. Para isso, foram avaliados os conteúdos estomacais de Leptodactylus jolyi, Scinax squalirostris, Scinax curicica logo após a passagem do incêndio. A dieta destas espécies foi composta exclusivamente por artrópodes, sendo que L. jolyi apresentou dieta com grande proporção de cupins alados, provavelmente devido a disponibilidade destes no ambiente e não devido à especialização na dieta. Scinax squalirostris e S. curicica apresentaram grande proporção de estômagos vazios, além de presas menores, menor abundância e menor volume total de presas quando comparado com L. jolyi. Esta diferença provavelmente se deve ao maior tamanho de L. jolyi, e ao hábito arborícola das espécies de Scinax, que contrastariam com o hábito terrestre/subterrâneo de formigas e cupins, insetos considerados resistentes a incêndios. É recomendada a realização de maior quantidade de trabalhos sobre o efeito do fogo sobre a fauna antes de serem utilizados incêndios controlados como forma de manejo em Unidades de Conservação no Brasil.Item Fungos associados à macroalgas do litoral do Paraná e Península Antártica.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Loque, Carolina Pessanha; Rosa, Luiz HenriqueEstudos de fungos associados à macroalgas marinhas são incipientes no Brasil e em ecossistemas antárticos. O estudo destes fungos é de grande relevância devido à possibilidade da descoberta de novas espécies e suas relações ecológicas ou interações bioquímicas com as macroalgas hospedeiras. Neste trabalho foi avaliada a diversidade de espécies de fungos associados à macroalgas presentes no litoral do estado do Paraná (Brasil) e na Baía do Almirantado, Ilha Rei George (Península Antártica). Para isolamento dos fungos algícolas associados foram coletadas no litoral do Paraná as espécies de macroalgas: Bostrychia radicans e Caloglossa leprieurii (Rhodophyta); Gayralia oxysperma e Monostroma sp. (Chorophyta); e Padina gymnospora (Phaeophyceae). Na Antártica Adenocystis utricularis e Desmarestia anceps (Phaeophyceae) e Palmaria decipiens (Rhodophyta). No total foram obtidos 454 isolados de fungos associados às macroalgas estudadas. Destes, 379 (83,5%) foram obtidos das amostras do litoral do Paraná, representados por 301 fungos filamentosos e 78 leveduras. Associados às macroalgas da Antártica foram obtidos 75 (16,5%) isolados, representados por 27 fungos filamentosos e 48 leveduras. Os isolados algícolas obtidos foram agrupados em morfoespécies a partir de suas características fisiológicas, morfológicas ou pelo polimorfismo genético utilizando técnicas de biologia molecular. Um representante de cada morfoespécie foi identificado por meio de sequenciamento de regiões ITS e dos domínios D1/D2 do rRNA gene para os fungos filamentosos e leveduras, respectivamente. Nas macroalgas do litoral do Paraná foram identificadas as espécies de leveduras dos gêneros Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum, Hanseniaspora, Hortaea, Pichia, Rhodotorula e Trichosporon. Nas macroalgas da Antártica foram identificados os fungos pertencentes aos gêneros Geomyces, Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, Phaeosphaeria, Metschnikowia, Rhodotorula e Cryptococcus. Todas as espécies de leveduras encontradas no Paraná não são consideradas como específica das algas estudadas. Diferentemente dos resultados aprentados na Antártica, onde a levedura Metschnikowia australis prevaleceu associada às algas daquela região. Os resultados deste trabalho fazem parte do projeto PROANTAR e representam o primeiro estudo de fungos associados às macroalgas marinhas do Paraná e da Antártica e contribui para o conhecimento taxonômico e ecológico de fungos marinhos presentes em ambientes polares e na costa sul do Brasil.Item Modelos dinâmicos acoplados para simulação da ecologia do vetor Aedes aegypti.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Lana, Raquel Martins; Carneiro, Tiago Garcia de SennaRecentemente, a dinâmica populacional e dispersão do mosquito vetor do vírus Dengue, o Aedes aegypti, tem sido objeto de vários estudos. O uso de modelos computacionais para simulação dessa dinâmica é de grande importância para Saúde Pública, uma vez que permite avaliar áreas de risco de transmissão do Dengue. O Rio de Janeiro, RJ, tem enfrentado fortes epidemias de dengue, sendo a mais grave em 2008. Com o objetivo de entender a ecologia do Aedes aegypti este trabalho propõe um novo modelo espacialmente-explícito para simular a dinâmica populacional desse vetor no bairro de Higienópolis. O modelo considera a influência de variáveis climáticas e ambientais e permite a construção de estimativas a respeito da quantidade mínima de criadouros existentes na região de estudo suficiente para sustentar a taxa de oviposição amostrada ao longo do tempo (número de ovos/semana). Foram utilizadas amostras semanais de medidas de oviposição para alguns setores censitários do bairro, coletadas no período de setembro de 2006 a março de 2008 por equipes da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Medidas semanais de temperatura foram coletadas a partir da Estação Meteorológica do Galeão, Rio de Janeiro, RJ. O modelo desenvolvido foi integrado ao banco de dados geográficos também desenvolvido neste trabalho, de forma a permitir seu uso para a identificação de locais de maior concentração de criadouros e, assim, direcionar ações de controle. O modelo desenvolvido tem suas bases no modelo confeccionado por Ferreira e Yang (2003a) e em algumas melhorias propostas por Otero et al. (2006). Outras melhorias são contribuições originais deste esforço como a determinação de uma relação quadrática entre a estatística de oviposição e a temperatura ambiente, o modelo para inibição da oviposição pela excessiva densidade de larvas, e a metodologia para estimação da densidade de criadouros a partir de medidas de oviposição. O modelo proposto foi implementado no ambiente de modelagem TerraME, posteriormente, calibrado e validado para o bairro de Higienópolis, Rio de Janeiro, RJ. Algumas diretivas para trabalhos futuros são apontadas como aprimoramentos para o modelo proposto.Item Relações florísticas, fitossociológicas e aspectos edáficos de comunidades de campos rupestres da Serra do Itacolomi e Serra do Ouro Branco, Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Lemes, Francisco de Oliveira Andrade; Itabaiana, Yasmine AntoniniFoi realizado um estudo florístico e fitossociológico associado a aspectos edáficos em dua áreas de campo rupestre quartzítico, localizadas na Serra do Itacolomi e na Serra do Our Branco, Minas Gerais. Quatro comunidades, delimitadas a partir do habitat (afloramento rochosos e platôs) e da área geográfica (serras do Itacolomi e de Ouro Branco) foram comparadas quanto à composição florística, estrutura da vegetação e característica nutricionais do solo. As áreas escolhidas estão situadas em uma altitude aproximada de 1.55 m. A amostragem da vegetação foi realizada através de 60 parcelas de 10 x 10 m disposta sistematicamente nas comunidades. Para análise de pH, nitrogênio e fósforo disponív coletou-se 32 amostras de solo. Foram encontradas 298 espécies de plantas vasculares, send que Asteraceae e Poaceae apresentaram a maior riqueza nas quatro comunidades. Grand parte das espécies com os maiores índices de valor de importância pertencem a Poacea Somente Apochloa euprepes (Poaceae) apresentou alto valor de importância nas quatr comunidades simultaneamente. As análises de similaridade e ordenação com presença/ausência das espécies revelaram uma composição florística distinta entre as quatr comunidades. De maneira geral, foi observado predomínio das hemicriptófitas quanto a número de espécies e à cobertura vegetal, sendo que nos afloramentos rochosos aumentou importância das espécies fanerófitas. Os solos, considerados ácidos e pobres em nutriente apresentaram diferenças entre os habitas. Nos afloramentos rochosos, onde se obteve maio riqueza e diversidade de espécies, além da maior heterogeneidade de formas de vida, o sol apresentou maiores quantidades de fósforo e nitrogênio. A ocorrência das espécies e tamanho de suas populações foram fortemente relacionados aos habitats e às área geográficas. As serras do Itacolomi e de Ouro Branco foram consideradas distintas quanto composição florística e similares quanto a estrutura da vegetação.Item Biologia comportamental e estudo da osteologia e miologia dos membros de Phyllomedusa ayeaye B. Lutz (1966) (Anura, Hylidae).(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Monteiro, Vinicius Silva; Pires, Maria Rita SilvérioPhyllomedusa ayeaye B. Lutz (1966) foi descrita a partir de sete exemplares coletados em Morro do Ferro, distrito de Poços de Caldas, Minas Gerais. A população presente no Parque Estadual do Itacolomi foi inicialmente descrita como P. itacolomi tendo sido posteriormente sinomizada com P. ayeaye e constituiu o objeto deste estudo. As espécies do gênero Phyllomedusa habitam preferencialmente ambientes providos de riachos e vegetação arbustiva. Esses anuros caminham, saltam e se reproduzem sobre galhos de árvores ou arbustos, devido a um conjunto de adaptações dos membros locomotores. Característica marcante desse gênero é o polegar opositor presente nos membros anteriores e posteriores e, ainda, os mãos e os pés serem grandes em relação ao corpo. Os animais estudados vivem numa drenagem temporária, em área de campo rupestre, no Parque Estadual do Itacolomi. A vegetação da área é constituída predominantemente por gramíneas, substrato utilizado na locomoção de P. ayeaye, havendo um número reduzido de suportes utilizados para a forma de locomoção típica da maioria dos Phyllomedusíneos. No presente estudo, são analisados diversos aspectos do comportamento reprodutivo e as posturas corporais adotadas por P. ayeaye em diferentes situações, bem como as adaptações locomotoras exibidas por essa espécie. Nesse sentido, é apresentada uma descrição da osteologia e miologia dos seus membros locomotores anteriores e comparações desses caracteres em relação a espécies proximamente relacionadas, que vivem em ambientes arbóreos típicos do gênero.Item Conservação do gravatazeiro Rhopornis ardesiacus (Wied 1831) (Aves: Thamnophilidae) : distribuição geográfica, estratégia de forrageamento, densidade e estimativa populacional.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Luiz, Edson Ribeiro; Ribon, RômuloA distribuição geográfica das espécies não é produto do acaso. Vários fatores geográficos e ecológicos determinam a presença ou a ausência de um determinado táxon em um ponto geográfico qualquer. Assim, conhecer a distribuição das espécies ameaçadas de extinção é um passo fundamental para se tomar medidas de conservação das mesmas. Nesse trabalho foram estudados aspectos da distribuição geográfica do gravatazeiro (Rhopornis ardesiacus), espécie de Thamnophilidade endêmica do Brasil e ameaçada de extinção, com geração de um modelo de distribuição potencial para sua ocorrência. Com os resultados desse estudo R. ardesiacus passa a ser conhecido de 12 localidades, distribuídas em cinco bacias hidrográficas e quatro tipologias vegetacionais. A distribuição geográfica da espécie é limitada por duas barreiras geográficas (rios Jequitinhonha e Paraguaçu) e duas ecológicas (florestas ombrófilas densas e savanas estépicas do tipo Caatinga). A extensão de ocorrência do gravatazeiro foi estimada em 19550 Km 2 e a área de ocupação atual em 1200 Km 2 , sugerindo que, com base apenas no critério distribuição geográfica, a espécie deva ser inserida na categoria Vulnerável de ameaça de extinção. Com os dados do modelo de distribuição potencial indicaram-se 13 localidades ainda não investigadas ornitologicamente, mas que possuem grande probabilidade de ocorrência do gravatazeiro.Item Influência dos mecanismos de controle ascendentes sobre a composição e estrutura da comunidade zooplanctônica em reservatórios eutróficos do Semi-Árido brasileiro.(2010) Paes, Thécia Alfenas Silva Valente; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Attayde, José Luiz de; Leite, Mariangela Garcia PraçaEm ecossistemas eutróficos, as cianobactérias são dominantes e exercem forte influência sobre os organismos zooplanctônicos, causando modificações na estrutura trófica. Com o objetivo de avaliar como as cianobactérias podem afetar diferentes grupos zooplanctônicos, foram realizadas coletas de água e plâncton em três reservatórios em fevereiro, agosto e novembro de 2008 e março e maio de 2009. O biovolume de cianobactérias esteve positivamente correlacionado com a concentração de microcistina na água dos reservatórios (r=0,44; p<,01). No entanto, não foram observadas associações entre as concentrações de microcistinas e a biomassa dos grupos zooplanctônicos. O biovolume das cianobactérias esteve positivamente correlacionado com a biomassa de rotíferos (r=0,57; p<,001), de copépodos Cyclopoida (r= 0,56; p<,001) e copépodos Calanoida (r= 0,54; p<,001). Os mecanismos de controle ascendentes relacionados às florações algais (efeitos negativos da microcistina e biovolume de cianobactérias) não foram verificados sobre os organismos da comunidade zooplanctônica dos reservatórios.Item Anfíbios anuros de serrapilheira do parque Estadual do Rio Doce : resposta à disponibilidade de recursos e aos fatores climáticos.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Rievers, Camila Rabelo; Pires, Maria Rita SilvérioA herpetofauna associada à serrapilheira apresenta características complexas e particulares quanto ao uso de recursos e estratégias reprodutivas. Ainda há muitas lacunas sobre os padrões de distribuição, abundância, riqueza e diversidade da herpetofauna e os fatores que os influenciam. A presente dissertação teve como objetivo estudar a comunidade de anuros associados à serrapilheira do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), e sua relação com a heterogeneidade do habitat, a disponibilidade de alimento e as variáveis climáticas, de forma a entender padrões locais de distribuição, abundância e riqueza de espécies. O estudo foi realizado em três áreas (Preta, Central e Aníbal) de estruturas variáveis do habitat na Floresta Estacional Semidecidual no PERD. Foram realizadas campanhas mensais, no período de abril de 2007 a março de 2008, utilizando armadilhas de queda (“pitfall traps”) para a coleta de anfíbios anuros e artrópodes. Amostras de serrapilheira foram coletadas e analisadas. Foram registrados 326 anuros pertencentes a 15 espécies, representando oito famílias: Brachycephalidae (2 sp,), Bufonidae (1 sp,), Craugastoridae (1 sp,), Eleutherodactylidae (1 sp,), Hylidae (4 sp,), Leiuperidae (2 sp,), Leptodactylidae (2 sp,), Microhylidae (2 sp,). A serrapilheira é um habitat peculiar, disponibilizando ambientes e condições específicas que suportaram uma fauna abundante de espécies raras e menos abundante de espécies comuns. Do total de indivíduos amostrados, 117 (36%) foram registrados na Preta, 189 (58%) na Central e 20 (6%) na Aníbal. Houve uma maior similaridade entre as áreas Preta e Central. Essas áreas assemelham-se quanto às características estruturais, disponibilidade e heterogeneidade de habitat, composição florística, produção de serrapilheira e microclima, sustentando taxocenoses de anfíbios anuros de semelhante composição, riqueza, diversidade e abundância. As variáveis que explicaram significativamente a variação espacial da abundância, riqueza e biomassa de anuros no PERD foram a biomassa de serrapilheira, juntamente com a riqueza de taxa de artrópodes. A serrapilheira produzida é composta por diversos componentes vegetais, que disponibilizam uma grande quantidade e diversidade de habitats e microhabitats, sustentando uma diversa fauna de artrópodes, que por conseqüência dá suporte para uma comunidade abundante de anuros. A variação sazonal da abundância, riqueza e biomassa dos anuros não foi explicada de modo significativo pelas variáveis analisadas. Entretanto, a pluviosidade e a biomassa de serrapilheira estão associadas à variação sazonal da comunidade de anuros de serrapilheira do PERD.Item Variabilidade interanual (10 anos) da comunidade zooplanctônica na região costeira do Espírito Santo, em área sob influência de efluente industrial aquecido.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Campelo, Rodolfo Pessotti Messner; Sant'Anna, Eneida Maria EskinaziNa ultima década (1998-2007) foram realizadas coletas de dados bióticos (zooplâncton) e abióticos (temperatura e salinidade), nas águas da região costeira adjacente à Praia Mole, no Espírito Santo, com o objetivo de monitorar os efeitos potenciais do descarte de um efluente industrial aquecido sobre a comunidade zooplanctônica. O presente estudo teve como principal objetivo analisar os dados gerados por este monitoramento observando a variabilidade interanual ambiental e da comunidade zooplanctônica ao longo de dez anos de amostragens. Os resultados obtidos indicaram uma clara distinção entre o ponto amostral sob influência direta do efluente industrial, que apresentou média térmica da água superior em 2oC aos demais sítios amostrais. A comunidade zooplanctônica também apresentou variação espacial expressiva em densidade e diversidade, com menores densidades nas áreas mais próximas do descarte industrial e maior diversidade junto à porção mais costeira e sob influência direta do efluente. Com relação aos copépodos, táxons mais representativos da comunidade zooplanctônica, os resultados sugerem que os gêneros Acartia, Paracalanus e Temora podem representar importantes sinalizadores de variabilidade ecossistêmica de longo prazo em águas costeiras. Esses copépodos apresentaram uma variabilidade espacial em suas populações, consistentes com as diferenças ambientais observadas nos sítios amostrais, especialmente naqueles sob maior influência do efluente aquecido. Coletivamente, essas respostas indicam que embora a composição de espécies possa permanecer constante ao longo dos anos, os padrões de abundância são muito mais variáveis e mais afetados pelas alterações ambientais, apenas perceptíveis quando analisadas em larga escala temporal.Item Fungos endofíticos associados à Vellozia compacta Mart. ex Schult. F. (Velloziaceae) presente em afloramentos rochosos nos estados de Minas Gerais e Tocantins.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Rodrigues, Rogério Leonardo; Rosa, Luiz HenriqueA Vellozia compacta Mart. ex Schult. & Schult. F. (Velloziaceae), popularmente conhecida como canela-de-ema, é uma monocotiledônea tropical, endêmica, comum nas formações quartzíticas e adaptada aos múltiplos estresses bióticos e abióticos do ambiente. Fungos endofíticos são microrganismos que habitam o interior dos tecidos vegetais, de forma inter ou intracelular, sem lhes causar danos aparentes e são pouco conhecidos, tanto quanto à biodiversidade, quanto aos diferentes fatores ecológicos envolvidos na associação fungo–hospedeiro e fungo-habitat da planta envolvida. No presente estudo foi avaliada a presença de fungos endofíticos associados a folhas e raízes de V. compacta presente em Afloramentos Rochosos dos estados de Minas Gerais e Tocantins. Fragmentos de folhas e raízes sem qualquer tipo de dano ou doença aparente foram alvos para o isolamento dos fungos endofíticos. Após coleta e isolamento foram obtidos 97 isolados de fungos endofíticos, 43 obtidos de velozias presentes na Serra do Ouro Branco e 54 de velozias presentes no Parque Estadual do Jalapão. Do total, 37 isolados foram obtidos das folhas e 60 das raízes. Todos os isolados foram devidamente preservados na Coleção de Culturas de Fungos do Laboratório de Microbiologia DECBI/ICEB/UFOP. Os fungos foram identificados por meio do seqüenciamento das regiões ITS1-5.8S-ITS2 do gene rDNA e pertencem aos gêneros Acarospora A. Massal, Chaetomium Kunze, Diaporthe Nitschke, Gelasinospora Dowding, Fusarium Link , Penicillium Link, Pestalotiopsis Steyaert, Phoma Sacc., Phomopsis (Sacc.) Sacc., Xylaria Hill ex Schrank, Alternaria Nees, Cladosporium Link, Simplicillium Zare & W. Gams, Teratosphaeria Syd. & P. Syd. Dentre as espécies identificadas, Fusarium oxysporum foi a mais freqüente, seguida de Pestalotiopsis microspora e Cladosporium cladosporioides. Em nível de gênero, Penicilium e Phomopsis foram os mais freqüentes. A Taxa de Colonização (Tc) obtida em V. compacta foi de 20 %, sendo 16,6 % maior no PEJ em relação à SOB e 22 % maior nas raízes do que nas folhas. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que V. compacta constitui um interessante e singular reservatório natural de fungos endofíticos.Item Implicações do mutualismo trofobiótico com hemípteros na atividade de forrageio de formigas arborícolas em um ecossistema arbóreo montano.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Souza, Roberth Fagundes de; Ribeiro, Sérvio PontesNesse estudo apresentamos um caso de interação trofobiótica que ocorre entre formigas e o herbívoro Calloconophora pugionata especialista de Myrcia obovata. No primeiro capítulo descrevemos a trofobiose e analisamos os benefícios advindos das formigas atendentes para a sobrevivência e fecundidade do membracídeo. A partir de um experimento de exclusão mostramos que a ausência de formigas atendentes reduz significativamente o tempo de permanência dos membracídeos na planta hospedeira, sua fecundidade e sobrevivência. Além disso, a proteção pelas formigas foi extensiva a planta hospedeira em conseqüência da redução da abundância de outros de herbívoros visitantes. No segundo capítulo avaliamos os efeitos da interação Formicidae/Hemiptera no comportamento de forrageio e territorialidade das formigas e a importância dos recursos tróficos na estruturação de sua comunidade. Através de um experimento de manipulação da quantidade e distribuição dessas trofobioses mostramos que a presença delas cria uma configuração hierárquica para a assembléia de formigas conhecida como Mosaico de Formigas. Camponotus rufipes e Camponotus crassus foram às espécies dominantes e monopolizaram o recurso. Além disso, seu forrageio foi maior quando e onde havia mais agregações de C. pugionata. Em conseqüência, os outros artrópodes, incluído formigas e herbívoros, foram deslocados para fora dos territórios onde havia trofobioses. Assim, apresentamos um novo caso de rede interativa baseada em trofobioses em uma Floresta Tropical Montana e trazemos evidências da importância desse mutualismo para a configuração da comunidade de artrópodes arbóreos.Item Ecologia de nidificação de Megachile (Moureapis) anthidioides Radoschowsky, 1874 (Hymenoptera: Megachilidae) em cavidades artificiais.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Sabino, William de Oliveira; Itabaiana, Yasmine AntoniniEstudos sobre a biologia de nidificação de abelhas solitárias vêm se tornando comuns ao longo dos últimos anos. O objetivo desse trabalho foi obter informações à cerca da biologia da nidificação de Megachile (Moureapis) anthidioides, em cavidades artificiais, no Parque Estadual do Itacolomi, no município de Ouro Preto, Minas Gerais. Cerca de 2000 ninhos, de diferentes diâmetros, compostos de tubos de papelão dentro de garrafas PET e papel-cartão preto dentro de blocos de madeira, foram instalados no campo entre março de 2009 e março de 2010. Dados de coletas anteriores, ocorridas entre janeiro de 2007 e fevereiro de 2008, no mesmo local, também foram aproveitados. 87 ninhos foram coletados nos 27 meses amostrados. Não foi observada uma sazonalidade marcada para a nidificação e nem dormência. A maior parte dos ninhos utilizados foi de 0.9 cm de diâmetro (77.01%) com um numero de células que variou de 1 a 11, sendo que em 23% dos ninhos encontraram-se sete células. Os ninhos foram construídos, principalmente, com folhas de Senna sp. e seguiram o padrão encontrado para abelhas cortadoras de folhas. Indivíduos adultos emergiram de 3 a 9 semanas, sendo 6 semanas o tempo de nascimento mais freqüente (29.02%). A razão sexual é claramente deslocada para machos (1: 0,42) ( 2= 56.98; p<0.0001), o que pode sugerir que algum distúrbio no sistema possa estar ocorrendo. As fêmeas são maiores dos os machos (F1,194 =266.44; p<0.001), sendo que suas células também possuem comprimentos (F1, 35 =46.02; p<0.05) e diâmetros maiores (F1,35 =35.15; p<0.05). A taxa de mortalidade foi de 26% e houve parasitismo em 20.69% (N=18) dos ninhos coletados, principalmente por Coelioxys (Acrocoelioxys) sp. (13 ninhos).Item Abundância e distribuição temporal de Limnoperna fortunei Dunker, 1857 (Mollusca, Bilvalvia) nos reservatórios de Itaipu e Jupiá (PR).(2011) Mata, Frederico Augusto Ribeiro da; Sant'Anna, Eneida Maria EskinaziO molusco bivalve Limnoperna fortunei (DUNKER, 1857) comumente conhecido por mexilhão dourado, pertence à família dos mexilhões marinhos (Mytilidae), ordem Mytiloida e subclasse Pteriomorpha. Antigamente, seu hábitat ou distribuição geográfica restringia-se ao sudeste asiático, especialmente à China, entretanto em 1998 foi identificada como espécie invasora no Brasil. Os novos ambientes invadidos por esta espécie vêm apresentando diversos impactos ambientais e econômicos, seu crescimento populacional descontrolado alcançando densidades superiores a 100.000 ind./m2. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a abundância e distribuição temporal de L. fortunei nas Usinas Hidrelétricas de Itaipu e Jupiá (CESP) e os impactos da incrustação em usinas geradoras de energia elétrica em Porto Primavera (CESP). Os resultados demonstraram que processo de invasão do reservatório de Itaipu pelo L. fortunei foi muito rápido, sendo que após sua identificação no ano de 2001 em dois anos ele já apresentava maiores densidades do que detectadas no reservatório de Jupiá. Para o reservatório de Jupiá o que pode ser observado é que apesar de sua invasão ter ocorrido em 2004, às densidades encontradas foram muito baixas, similares há locais de recente introdução. Em relação à influência dos parâmetros limnólogicos sobre a densidade de L. fortunei para o reservatório de Itaipu, a oscilação da temperatura da água apresentou papel importante na regulação da densidade. No reservatório de Jupiá, observou-se que a temperatura da água (°C), oxigênio dissolvido (mg/L), condutividade (μS/cm), pH e turbidez (NTU) não foram os principais fatores reguladores na densidade L. fortunei e que neste ambiente outros parâmetros ambientais, possivelmente a disponibilidade de alimento, podem estar envolvidos neste controle. Quanto ao recrutamento populacional, ambos os ambientes apresentaram atividade reprodutiva durante todo o ano estudado, caracterizado pela presença de larvas no estágio “D”. Indivíduos no estágio de plantígrada foram encontrados em quase todos os meses. Com relação aos impactos causados pela entrada do L. fortunei na usina de Porto Primavera são similares aos ocasionados pelo Dreissena polymorpha, na América do Norte, como alteração significativa na frequência de manutenção dos equipamentos que estão em contato com a água bruta do reservatório. O sistema de resfriamento foi o que apresentou maior alteração na manutenção, equipamentos que exigiam limpeza mecânica a cada 30.000 horas passaram a necessitar de intervenção a cada 360 horas, acarretando assim, um aumento nos gastos anuais em mão-de-obra, materiais de consumo, peças de reposição e durabilidade dos equipamentos. Com relação à meta de disponibilidade anual, período em que a Unidade Geradora fica disponível para geração, não houve alteração. O comportamento reprodutivo de L. fortunei em águas brasileiras precisa ser mais bem estudado, pois é a base principal para proposição de tratamentos mais eficazes e direcionados. Ademais, outro fator considerável é a realização de monitoramento preventivo por parte das empresas do setor elétrico para a identificação inicial da infestação, o que facilitará a adoção de medidas que minimizam os impactos industriais e os altos custos financeiros.Item Etnozoologia e conservação da biodiversidade em comunidades rurais da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Pinto, Lorena Cristina Lana; Pires, Maria Rita SilvérioA presente dissertação foi desenvolvida sob a ótica da etnozoologia e teve como objetivo avaliar como os moradores rurais de três povoados da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais compreendem e se relacionam com a fauna da região além de averiguar a opinião destes moradores sobre a criação, na Serra do Ouro Branco, de duas unidades de conservação. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e abertas com 107 moradores. A fim de determinar a fauna conhecida, foi utilizada a metodologia lista livre, e para a certificação dos mesmos utilizou-se uma prancha de fotografias contendo animais da região. A análise dos dados seguiu o modelo de união das diversas competências individuais. A maior parte dos entrevistados da Serra do Ouro Branco tem idade entre 30 e 60 anos e baixa escolaridade, sendo em sua maioria representados por donas de casa, autônomos e aposentados. Mais de 50% dos entrevistados residem nos povoados deste que nasceram. No total foram citadas 61 espécies animais classificadas popularmente como bichos do mato (fauna silvestres) e animal (fauna doméstica). Mamíferos foi o grupo zoológico mais conhecido, seguido por répteis e anfíbios. O conhecimento popular dos moradores sobre os aspectos ecológicos e biológicos dos animais foi condizente com os dados da literatura científica, evidenciando que os residentes conhecem e se relacionam com a fauna local. Dentre os animais mencionados como pouco avistadas nos povoados, em relação há tempos atrás, quatro espécies assumiram categorias preocupantes do ponto de vista da conservação. Os usos da fauna pelos moradores foram: alimentar, medicinal e comercial, sendo este último uso restrito ao trinca ferro (Saltator sp.). Tanto animais silvestres quanto domésticos são utilizados com finalidade medicinal sendo, a gordura o produto animal mais habitual para tratar enfermidades. Tatu e paca são as espécies mais caçadas com fins alimentares, devido à facilidade de captura e à preferência pela carne, além disso, estes animais são capturados com tipos variados de armadilhas. Os moradores da Serra do Ouro Branco consideram positiva a presença de unidades de conservação neste local, pois acreditam que poderá proteger a Serra, porém, várias respostas demonstram que os moradores estão alheios ou desinformados sobre os propósitos das UC’s. Os dados obtidos neste trabalho poderão ser utilizados no plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e Monumento Natural Estadual do Itatiaia, no sentido de fornecer informações confiáveis, sobre as relações das populações humanas residentes nesta Serra, com a fauna local. Além disso, a capacitação desses moradores como guia de turismo e guarda-parques constituem alternativas extremamente viáveis e interessantes para se alcançar a conservação junto à população local.Item Aspectos da biologia de Melipona quinquefasciata Lepeletier (Mandaçaia do chão), características físico-químicas do mel, recursos alimentares e leveduras associadas.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Calaça, Paula de Souza São Thiago; Itabaiana, Yasmine AntoniniOs meliponíneos constituem um grupo de abelhas eussociais bem diversificado que ocorre principalmente em países da região Tropical. Melipona quinquefasciata pertence a este grupo e ocorre na parte sul do Estado do Ceará, na Bahia, Piauí, Pernambuco, sul do Estado do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Conhecida como mandaçaia-do-chão, a espécie diferencia-se das demais do gênero por nidificar no subsolo. O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual Veredas do Peruaçú, uma área de Cerrado no norte de Minas Gerais. O objetivo deste trabalho foi descrever a biologia da nidificação de Melipona quinquefasciata por meio da avaliação dos recursos florais utilizados, caracterizar as propriedades físico-químicas do mel e verificar a diversidade e a abundância de leveduras associadas à espécie. A técnica de transferência dos ninhos naturais para caixas de criação racional modelo Uberlândia obteve sucesso e pode ser utilizada para o manejo desta espécie. Melipona quinquefasciata mostrou-se uma espécie generalista, porém com preferência por determinadas famílias e espécies botânicas. As principais fontes de néctar foram: Anacardiaceae (Anacardium cf. humile), Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Melastomataceae (Mouriri pusa, Macairea radula), Ochnaceae (Ouratea sp.), Polygalaceae (Bredemeyera barbeyana) e Sapindaceae (Cupania paniculata). As principais fontes de pólen foram: Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Myrtaceae (Eugenia dysenterica) e Ochnaceae (Ouratea sp.). As propriedades físico-químicas do mel de M. quinquefasciata foram similares aos méis de outras espécies de Melipona, com 28,02% de umidade, 73,93% de açúcares redutores, 0,94% de sacarose aparente, 6,45 UI de atividade de invertase, 44,61 meq.kg -1 de acidez livre, e 3,70 de pH. O número médio de leveduras no saburá foi de 6,0x10 3 ufc/g, no mel maduro foi de 6,0x10 2 ufc/mL e no mel imaturo foi de 8,4x10 3 ufc/mL. A contagem de leveduras foi maior em amostras de mel imaturo, em todas as três coletas o que evidencia que a abundância e a diversidade de leveduras diminuem, na medida em que ocorre o processo de maturação do mel. A espécie Candida sp. MUCL 45721, uma espécie para a qual ainda não foi feita descrição taxonômica, foi a mais freqüente nas amostras. A maior diversidade de leveduras esteve associada ao corpo das abelhas adultas e dentre estas, muitas são características do filoplano de plantas e do néctar de flores. M. quinquefasciata tem papel de vetor na distribuição de microrganismos entre plantas.Item Uso de gramíneas em consórcio com leguminosas para recuperação de voçorocas.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Marques, Thamy Evellini Dias; Kozovits, Alessandra RodriguesAs voçorocas são grandes feições erosivas e apresentam um estágio avançado de degradação ambiental. Taxas de germinação de sementes, sobrevivência e crescimento são parâmetros essenciais para a caracterização do potencial biológico de plantas para uso em processos de recuperação e revegetação de áreas degradadas. Em áreas erodidas, como as voçorocas, deve-se dar preferência ao uso de plantas com atributos radiculares eficientes na retenção de solo e na prevenção e redução de processos erosivos. No entanto, a falta de conhecimento sobre tais aspectos em espécies nativas têm levado ao uso de plantas exóticas na revegetação de voçorocas em várias regiões do Brasil. Nesse sentido, esse estudo teve como objetivos avaliar parâmetros de germinação, crescimento, alocação de biomassa e arquitetura de raízes das gramíneas Echinolaena inflexa (Poir.) Chase (espécie nativa do cerrado e ocorrente na área) e Vetiveria zizanioides (L.) Nash (espécie exótica) e de Cratylia argentea (Desv.) Kuntze (leguminosa nativa dos cerrados) quando semeadas/plantadas nos sedimentos acumulados dentro de uma voçoroca. A eficiência do sistema radicular da gramínea Echinolaena inflexa na retenção das partículas do solo foi avaliada durante experimento de chuva simulada (experimento de Inderbitzen). O estudo foi realizado em uma voçoroca de Santo Antônio do Leite, distrito de Ouro Preto, durante a estação seca de 2010 (período mais limitante para o estabelecimento de plantas), sem aplicação de fertilizantes e irrigação. Usou-se o delineamento de blocos ao acaso, em parcelas de 1 x 1 m, com sete repetições dos quatro tratamentos: plantio individual de E. inflexa ou V. zizanioides; e plantio consorciado de E. inflexa + C. argentea; ou de V. zizanioides + C. argentea. As duas espécies nativas de cerrado testadas, E. inflexa e C. argentea, assim como a gramínea exótica, V. zizanioides, mostraram-se tolerantes as condições de baixa disponibilidade de nutrientes e de água dentro da voçoroca, apresentando altas taxas de sobrevivência. Além disso, C. argentea e V. zizanioides mantiveram área foliar verde e crescimento significativo ao longo do período de estudo. Echinolaena inflexa, como esperado, reduziu sua área foliar ativa quase completamente durante o período seco, rebrotando, entretanto, logo após as primeiras chuvas. Não houve influência da leguminosa sobre o crescimento das gramíneas, provavelmente devido à ausência de nodulação das mesmas. A caracterização do sistema radicular das espécies revelou que E. inflexa foi mais eficiente quanto aos parâmetros de ocupação do volume de solo. Tal espécie também se mostrou muito eficiente na redução do carreamento de partículas do solo por erosão hídrica superficial. Espera-se que os resultados básicos obtidos nesse trabalho, que indicam grande potencial de sobrevivência dessas espécies em áreas de colúvio de voçorocas, possam estimular estudos futuros de revegetação e estabilização de solos com espécies nativas.