Navegando por Autor "Uhlein, Alexandre"
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Item Análise cinemática mesoscópica dos cavalgamentos do cinturão espinhaço na região de Diamantina, MG.(1994) Rosière, Carlos Alberto; Uhlein, Alexandre; Fonseca, Marco Antônio; Torquato, Joaquim Raul FerreiraA análise geométrica e cinemática de um excepcional afloramento de quartzitos e filhos do Grupo Diamantina, nas proximidades da cidade homónima, permitiu a interpretação da história da evolução das estruturas ali formadas, que representam, em escala mesoscópica, a estruturação macroscópica da porção ocidental da Serra do Espinhaço. A evolução da tectônica compressional iniciou-se com intenso deslizamento interestratal, seguido de nucleação de dobras de deslizamento flexural e desenvolvimento de falhas de cavalgamento, aproximadamente dentro de um mesmo plano cinemático, com transporte de ENE para WSW. A deformação ocorreu dentro de tectônica epitelial, em condições rúpteis a dúctil-rúpteis, tendo as rochas sofrido fraco metamorfismo (fácies xisto verde) e a temperatura perdurado até o final do tectonismo.Item Análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã inferior, grupo macaúbas, ao longo do paralelo 17°30’S, região Centro-Oeste de Minas Gerais.(2023) Oliveira, Leon Dias; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Castro, Marco Paulo de; Martins, Maximiliano de Souza; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deA bacia Macaúbas, neoproterozoica e precursora do orógeno Araçuaí–Oeste Congo, registra pelo menos três fases de rifteamento antes da instauração da margem passiva. A última fase, desenvolvida durante o período Criogeniano, é formada por uma pilha sedimentar que apresenta expressiva variação faciológica vertical e lateral no sentido do aprofundamento da bacia, em direção a leste, onde ocorrem as maiores espessuras da unidade. Dentre outras, contém camadas de diamictitos, postulados na literatura especializada como remanescentes da atividade de geleiras relacionadas às glaciações do Neoproterozóico, de abrangência global. A análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior ao longo da região balizada pelo paralelo 17°30’S e pelos meridianos 43°30’W e 43°00’W (segmento rio Macaúbas, Planalto de Minas, Terra Branca, Caçaratiba e Turmalina) constitui o objetivo da presente dissetação, e visa contribuir para o entendimento da evolução tectôno-sedimentar deste sistema rifte. Foram realizados levantamentos estratigráficos em escala de detalhe (1:100) ao longo das unidades criogenianas presentes nestas regiões, que permitiram a identificação de seis associações de litofácies relacionadas a um ambiente marinho profundo. Variações na composição do arcabouço sedimentológico e na distribuição espacial das associações de litofácies possibilitou o reconhecimento de quatro setores, de oeste para leste: rio Macaúbas, Terra Branca, Baixadão e Turmalina, que correspondem a diferentes porções de dois grabens separados por um alto estrutural. A análise das associações de litofácies possibilitou agrupá-las em três sequências sedimentares associadas aos diferentes estágios subsequentes que refletem a evolução progressiva de falhas normais deste sistema rifte, denominadas início, clímax e término de rifte. A sequência início de rifte registra a primeira fase da sedimentação da bacia, caracterizada como produto de sucessivos pulsos de correntes de turbidez e fluxos de detritos coesivos de baixa resistência, impulsionados pela atividade tectônica inicial do processo de rifteamento. Seu registro sedimentar apresenta granulometria fina a média, em sua base, e tende a apresentar granulometria grossa e mal selecionada em seu topo. A sequência clímax de rifte sobrepõe abruptamente a sedimentação inicial e é caracterizada como produto de fluxos de detritos coesivos de resistência alta e moderada e correntes de turbidez de alta densidade, em sistema de leques subaquosos associados as escarpas de falha. Seu registro sedimentar apresenta granulometria grossa e baixo maturidade textural. Por fim, a sequência término de rifte é caracterizada como a fase final de evolução do sistema rifte e sua transição para o estágio margem passiva da bacia Macaúbas. Seu registro sedimentar foi gerada por correntes de turbidez e processos pelágicos. Assim, de forma geral, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior registram a evolução de uma bacia rifte marinha, cujo preenchimento sedimentar, foi inicialmente gerado por processos gravitacionais, correntes de turbidez e fluxos de detritos, desencadeados por atividade tectônica, que são sobrepostos por uma espessa sedimentação marinha distal. Desta forma, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior são interpretadas como equivalentes laterais e correspondem ao preenchimento de dois grabens, proximal e distal, respectivamente.Item Análise estrutural do embasamento e da cobertura no extremo norte do Cinturão de Cavalgamentos da Serra do Espinhaço.(2015) Bersan, Samuel Moreira; Danderfer Filho, André; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deBuscando um melhor entendimento das relações entre deformação do embasamento e da cobertura em cinturões orogênicos, foi desenvolvido um levantamento estrutural na porção noroeste da faixa Araçuaí, marginal ao cráton São Francisco. A análise estrutural convencional aliada a estudos microestruturais e de paleotensões permitiram interpretar três eventos tectônicos: dois extensionais referentes à implantação dos riftes Espinhaço (Mesoproterozoico) e Macaúbas (Neoproterozoico), e um compressional, com encurtamento crustal polarizado para WNW durante a orogênese Brasiliana (Ediacariano). Sistemas de veios e deslizamentos interestratais de natureza extensional permitiram interpretar uma tectônica transtrativa dextral para o rifte Macaúbas. A geometria extensional desta bacia controlou a inversão tectônica e o estilo deformacional impresso nas rochas do embasamento e da cobertura a leste da borda de falha principal. Foram caracterizadas zonas de cisalhamento reversas de médio a alto ângulo no embasamento, com trajetória curva definindo uma saliência irrotacional. Estruturas compressionais N-S a transpressionais sinistrais ocorrem sobre a cobertura na zona apical da saliência. Os resultados obtidos mostraram que a deformação na porção oriental da região é marcada em parte pelo envolvimento do embasamento na deformação da cobertura. A oeste da borda de falha do rifte Macaúbas ocorre apenas uma deformação thin-skinned, com descolamento sobre o embasamento cratônico.Item Análise estrutural e principais controles de mineralização do depósito de Ambrósia Sul-Paracatu/MG.(2018) Botura Neto, Basilio; Danderfer Filho, André; Uhlein, Alexandre; Melo, Gustavo Henrique Coelho; Danderfer Filho, AndréO depósito de Zn-(Pb) sulfetado de Ambrósia Sul ocorre encaixado no setor meridional da faixa Vazante, região limítrofe entre a faixa Brasília e a borda sudoeste do cráton São Francisco. Tal região é caracterizada por típico ambiente cárstico em zona de clima tropical, que comumente é representada por intenso desenvolvimento de cobertura espessa e errática de solo o que dificulta o mapeamento geológico da região bem como as correlações litoestratigráficas e estruturais. Neste contexto, a sondagem exploratória, aliada à recuperação de testemunhos, permitiu o mapeamento litoestrutural em profundidade da zona de carstificação e a identificação de 6 litofácies, agrupadas em 4 associações de fácies. As características sedimentares das associações de fácies sugere um ambiente marinho com variações relativas do nível mar, associado com o desenvolvimento de uma plataforma carbonática em contexto de bacia de antepaís. A correlação estratigráfica regional permitiu reconhecer na pilha estratigráfica da área as formações Serra do Garrote, Serra do Poço Verde e Morro do Calcário, definindo uma discordância estratigráfica e/ou a não deposição de rochas do membro Pamplona médio e inferior, presente no setor meridional da faixa Vazante. Por sua vez, a sondagem com orientação de testemunhos permitiu uma investigação estrutural completa, onde foram descritas estruturas como falhas, fraturas, veios, acamamento, dobras, foliações e lineações. A análise estrutural local sugere uma fase de extensão com fluxo de massa para oeste, onde teriam sido geradas as falhas normais e veios de alto ângulo, seguida de uma fase de contração, com reativação de planos de acamamento e nucleação de falhas reversas e veios de baixo ângulo, além de dobras com vergência para leste. As mineralizações hidrotermais estão encaixadas em uma zona de brecha hidrotermal, preferencialmente em veios de alto ângulo e em cataclásticos gerados durante a extensão local. Os dolomitos constituem a principal rocha encaixante, todavia, próximo ao contato de base com os filitos carbonosos, observou-se o enriquecimento local de sulfetos o que sugere o controle da mineralização ligado uma barreira litoquímica. Veios de baixo ângulo, raramente mineralizados em Zn, cortam veios de alto ângulo, sugerindo que o evento mineralizante tenha perdurado inclusive durante a fase de inversão tectônica. Este contexto indica que o depósito de Ambrósia Sul tenha se formado na região do bulge da bacia de antepaís, afetado primeiramente por uma fase extensional, durante a sua nucleação, e posteriormente compressional, com o avanço dos cavalgamentos da faixa Brasília para leste.Item Estratigrafia e tectônica da Bacia do São Francisco na zona de emanações de gás natural do baixo Rio Indaiá (MG).(2011) Reis, Humberto Luis Siqueira; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Alkmim, Fernando Flecha de; Uhlein, Alexandre; Endo, IssamuA região do baixo curso do Rio Indaiá, situada no setor sudoeste da Bacia do São Francisco, nas proximidades das cidades Tiros, Paineiras, Morada Nova de Minas e Três Marias em Minas Gerais, encerra um grande número de exsudações naturais de gás. Visando à caracterização do cenário geológico de tais emanações, realizou-se na região um estudo estratigráfico e estrutural fundamentado em trabalhos de campo e interpretação geofísica. Além do embasamento, constituído por uma assembléia de rochas arquenas e paleoproterozóicas, cinco outras unidades litoestratigráficas foram reconhecidas na área de estudo. As unidades mais antigas, designadas pré-Bambuí (Pb1 e Pb2) não afloram e foram caracterizadas apenas em seções sísmicas. Constituem sucessões sedimentares de idade incerta que preenchem e cobrem baixos e altos do embasamento limitados por falhas normais de direção preferencial NE. Sobre estas unidades jazem as rochas neoproterozóicas do Grupo Bambuí que, em superfície, é representado pelas formações Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias, compostas por pelitos e carbonatos marinhos, capeados por tempestitos arcoseanos. As rochas sedimentares e vulcanogênicas cretácicas dos grupos Areado e Mata da Corda são as unidades mais jovens que ocorrem na região. Os elementos tectônicos presentes são relativos a três fases de formação. A primeira fase (D1), de natureza distensional, gerou grabens e horsts de direção NE que envolvem apenas embasamento e parte das unidades pré-Bambuí. A fase D2, compressional, foi responsável pelo desenvolvimento de um cinturão de dobras e falhas de empurrão epidérmico de antepaís, no qual tomam parte somente as rochas do Grupo Bambuí. Este cinturão, que é a manifestação intracratônica do front orogênico da Faixa Brasília, formou-se em nível crustal relativamente raso, sob um campo compressivo WNW-ESE. As estruturas D1 descrevem, em mapa, uma grande curva com a concavidade voltada para oeste, a Saliência de Três Marias, cuja geometria resulta de variações de espessura do Grupo Bambuí e irregularidades do embasamento local. Elementos da fase de deformação D3 se superpõem aos das demais fases e relaciona-se à geração e evolução da Sub-bacia Abaeté, no Cretáceo Inferior. Nesta fase, desenvolveram-se falhas normais de direção N-S, geralmente associadas ao crescimento de seções estratigráficas do Grupo Areado, e juntas de cisalhamento de direção NNE e NW. Quando examinadas a luz dos resultados obtidos no estudo, as exsudações de gás natural do vale do Rio Indaiá se mostram associadas a estruturas distensionais tanto da fase D2 quanto na fase D3. A íntima associação destas ocorrências com a culminação da Saliência de Três Marias sugere algum controle desta feição tanto sobre elas, quanto sobre as acumulações de hidrocarbonetos em profundidade.Item Evolução do Grupo Macaúbas e Formação Salinas no Orógeno Araçuaí Central, MG.(2019) Castro, Marco Paulo de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Queiroga, Gláucia Nascimento; Uhlein, Alexandre; Fonseca, Marco Antônio; Reis, Humberto Luis Siqueira; Hartmann, Leo AfraneoO Cráton São Francisco, juntamente com a sua contraparte africana, o Cráton do Congo, representa uma parte interna e estável de um dos paleocontinentes envolvidos na montagem de Gondwana Ocidental, no período Neoproterozoico. O Paleocontinente São FranciscoCongo experimentou vários eventos de rifteamento desde o Estateriano (ca. 1750 Ma) até o Criogeniano (ca. 700 Ma). Registros de magmatismo anorogênico e/ou sedimentação associada a esses eventos foram encontrados no sistema orogênico Neoproterozoico AraçuaíCongo Ocidental (AWCO), localizado entre os crátons São Francisco (leste do Brasil) e Congo (África central). Após os eventos de rifteamento Paleo-Mesoproterozoicos, eventos extensionais Tonianos e Criogenianos formaram a Bacia Macaúbas, precursora do AWCO, que registra uma série de eventos de rifteamentos, iniciados no Toniano com um rifte continental (ca. 957-875 Ma), preenchido pelas formações Capelinha (redefinida e descrita detalhadamente nesta tese), Matão, Duas Barras e Rio Peixe Bravo, atribuídas ao Grupo Macaúbas inferior (ou pré-diamictitos). Com base em estudos de campo detalhados, dados litoquímicos, geocronologia U-Pb em grãos de zircão e titanita e análises isotópicas de Nd em rocha total, a Formação Capelinha foi caracterizada como uma sucessão vulcano-sedimentar, agora atribuída à base do Grupo Macaúbas e datada em 957 ± 14 Ma (cristalização magmática) e 576 ± 13 Ma (metamorfismo). Os dados geoquímicos do orto-anfibolito da unidade basal da Formação Capelinha sugerem protólito toleítico relacionado a um cenário de rifteamento continental. As rochas metassedimentares mostram um amplo espectro de idades de zircões detríticos do início do Toniano (ca. 940 Ma) com valores negativos de ƐHf. O pico mais jovem (949 ± 12 Ma) limita a idade de sedimentação no mesmo tempo do magmatismo basáltico representado pelo orto-anfibolito. A sucessão vulcano-sedimentar da Formação Capelinha se correlaciona em idade e origem com outras unidades anorogênicas encontradas em uma grande região coberta pelo AWCO e pelos cratons adjacentes. Adicionalmente, o magmatismo de Capelinha parece preceder em cerca de 20-30 Ma o pico principal (930-900 Ma) deste magmatismo anorogênico, sugerindo um sistema de riftes complexo e duradouro. Contrastando com o rifte abortado do início do Toniano, o rifte Criogeniano evoluiu para uma margem passiva (ca. 725-675 Ma) e espalhamento oceânico (ca. de 650 Ma). O rifte continental Criogeniano culminou na deposição das formações Serra do Catuni, Nova Aurora e Chapada Acauã proximal (ocidental) do Grupo Macaúbas superior (rico em diamictitos). As formações Chapada Acauã distal (descrita detalhadamente nesta tese) e Ribeirão da Folha do Grupo Macaúbas Superior, compreendem a sedimentação de margem passiva a oceânica, sendo que a Formação Ribeirão da Folha inclui rochas máficas e ultramáficas em sua sucessão. Durante o Ediacarano, o setor ensiálico da Bacia Macaúbas começou a ser invertido e a maior parte de seu segmento oceânico já havia sido consumida sob o Arco Magmático Rio Doce (630-580 Ma). O golfo Macaúbas foi então convertido na Bacia Salinas (ca. 550 Ma), preenchida pela Formação homônima. Descrições detalhadas de litofácies, juntamente com um estudo isotópico detalhado de grãos de zircão detrítico (U-P e Lu-Hf) e análises isotópicas de δ 13C e δ 18O, fornecem novas interpretações sobre as formações Chapada Acauã e Salinas. A Formação Chapada Acauã Inferior inclui associações de fácies ricas em diamictitos depositadas por fluxos de massa e correntes de turbidez em contexto glaciomarinho. A Formação Chapada Acauã Superior foi depositada em ambiente marinho distal, parcialmente sob ação de descargas de icebergs e compreende pelitos com dropstones, arenitos, e lentes de carbonato (o δ13C corrobora o sinal original da água do mar). A Formação Salinas mostra uma sucessão monótona de turbiditos. As idades U-Pb em grãos de zircão detrítico indicam que a Formação Chapada Acauã foi depositada entre o final do Toniano e o início do Criogeniano (ca. 750-667 Ma), e uma idade máxima de sedimentação para a Formação Salinas de ca. 550 Ma. Espectros de idade de grãos de zircão para a unidade inferior da Formação Chapada Acauã revelam contribuição massiva de fontes juvenis e recicladas de idade RiacianaOrosiriana (ƐHf = +14,64 a -18,53). Apesar de possuir um conjunto de dados semelhante, a unidade superior da Formação Chapada Acauã mostra picos proeminentes de idade Criogeniana (ca. 715 Ma) e Mesoproterozoicas. Em contraste, a Formação Salinas revelou picos de idade em 670-551 Ma, com valores de ƐHf entre +6,29 e -18,25, atestando uma contribuição massiva do Arco Magmático Rio Doce (630-580 Ma). Os dados apresentados nesta tese sugerem uma idade Criogeniana para a Formação Chapada Acauã, em contraste com a sedimentação orogênica da Formação Salinas, de idade Ediacarana, sugerindo uma importante mudança de proveniência sedimentar. Os dados apresentados, também fornecem novas restrições de tempo para um evento glacial severo registrado pelo Grupo Macaúbas. O intervalo de idade Criogeniana também corresponde ao evento magmático anorogênico de 720-670 Ma que inclui a Província Alcalina do Sul da Bahia, as formações Lower Diamictite e Louila, entre outras evidências encontradas no AWCO e no Cráton São Francisco-Congo. Regionalmente, a Orogênese Brasiliana imprimiu um regime metamórfico tipo Barroviano nas rochas do Grupo Macaúbas e da Formação Salinas ao longo da porção centro-norte do Orógeno Araçuaí. As granadas dessas unidades foram cristalizadas durante o estágio colisional do Orógeno Araçuaí, que formou a foliação regional em torno de 570 Ma. Os valores de PT calculados para bordas e núcleos de granadas, revelaram curvas de trajetória no sentido horário com temperaturas crescentes da zona da granada (500-570ºC) para a zona da estaurolita (520-580ºC) e pressões de 4,1-5,7 kbar (zona da granada) a 3,5-5,6 kbar (zona estaurolita). A datação Th-U-Pb de grãos de monazita por microssonda eletrônica (EMPA) revelou idades de recristalização de 520 Ma e ca. 490-480 Ma. Estas idades são interpretadas como registro de um evento generalizado de produção de fluidos, datado em ca. 520-480 Ma, que ocorreu durante a fase de colapso extensional do Orógeno Araçuaí. O objetivo principal dessa tese é fornecer novas interpretações acerca da idade, proveniência e configuração tectônica dos eventos extensionais Toniano e Criogeniano que afetaram a Bacia Macaúbas no Neoproterozoico, aqui representados pelas formações Capelinha e Chapada Acauã. Além disso, esta tese fornece novas restrições de tempo para um evento glacial registrado pelas rochas do Grupo Macaúbas, interpretações de diferentes processos de sedimentação em ambiente glaciomarinho, além de revelar proveniências sedimentares contrastantes entre as bacias Macaúbas e Salinas. Adicionalmente, as idades químicas Th-U-Pb (CHIME) obtidas em grãos de monazita em conjunto com as trajetórias P-T-t obtidas para os xistos granatíferos das formações Capelinha e Salinas, restringem ainda mais o tempo de evolução do Orógeno Araçuaí.Item Faixa Brasília setor setentrional : estilos estruturais e arcabouço tectônico.(1995) Fonseca, Marco Antônio; Dardenne, Marcel Auguste; Uhlein, AlexandreA análise estrutural conduzida nas seqüências metassedimentares e em parte do embasamento da Faixa Brasilia em seu segmento setentrional permitiu a individualização de dois grandes compart imen t os: o cinturão de dobras e falhas de antepaís e o núcleo metamórfico. O cinturão de dobras e falhas de antepaís ainda pôde ser dividido em antepaíses externo e interno. O antepaís externo engloba coberturas cratônicas (Grupo Bambuí) além das seqüências metassedimentares da faixa, afetadas por uma tectônica epidérmica. Estas rochas se deformam através de dobramentos flexurais e falhas rúpteis com vergência para leste. O antepaís interno pôde ser compartimentado em dois setores: sul e norte. Ao norte estão envolvidas seqüências metassedimentares e terrenos do embasamento, deformados por uma tectônica thick-skinned. A cobertura se deforma através de amplas dobras regionais flexurais. A nível do embasamento, a deformação também é acomodada por grandes sistemas de falhas frontais e transcorrentes. No setor sul dominam as seqüências do Grupo Paranoá, que se deformam através de amplos dobramentos em kink com vergência para leste. Duas hipóteses são postuladas para balancear a deformação da cobertura em profundidade. O núcleo metamórfico externo compreende terrenos do embasamento s.s. bem como diversos tipos de materiais a ele agregados. Esta porção da faixa é balizada por duas grandes descontinuidades que se constituem em falhas de borda de importante sistema transpressivo, que opera no âmbito do lineamento Transbrasiliano. A partição da deformação caracterizada perpendicularmente ao eixo do orógeno, bem como em seu segmento sul, permite enquadrar a faixa Brasília como um cinturão transpressivo, com sua raiz exposta no núcleo metamórfico.Item New U-Pb (SHRIMP) and first Hf isotope constraints on the Tonian (1000-920 Ma) Cariris Velhos event, Borborema Province, NE Brazil.(2020) Caxito, Fabrício de Andrade; Santos, Lauro Cézar Montefalco de Lira; Uhlein, Alexandre; Dantas, Elton Luiz; Alkmim, Ana Ramalho; Lana, Cristiano de CarvalhoOrthogneisses associated with metavolcanosedimentary successions related to the 1000 – 920 Ma Cariris Velhos event occur mainly in a ca. 700 km-long sigmoidal-shaped belt that crosscuts the Transversal Zone of the Borborema Province and extends to the fold belts located in its southern or external zone (part of the Riacho do Pontal and Sergipano orogens). Despite its importance, the tectonic setting and the role of those rocks in the geological evolution of the Borborema Province are contentious and not yet well understood. New zircon U-Pb SHRIMP data on an augen-gneiss sill of the Afeição Suite intruding mica-schists mapped as part of the Santa Filomena Complex yielded a Concordia Age of 974 ± 11 Ma, indicating that at least part of the metasedimentary rocks in the internal zone of the Riacho do Pontal Orogen are Tonian or older and possibly related to the Cariris Velhos event. Hf-in-zircon isotope data are presented for the first time for Cariris Velhos-related ortho-derived rocks of the Afeição Suite. Analyzed samples yielded εHf(t) in a narrow range between -1.51 and +2.41, with associated TDMHf of 1.6-1.4 Ga, similar to previously obtained Nd isotope data with εNd(t) = -1.0 to +3.1 and TDMNd of 1.5-1.2 Ga. A possible scenario to explain both the geochemical features and the moderately juvenile to slightly evolved, near-chondritic Hf and Nd isotope signatures is a continental arc setting, where fractionated melts produced in the supra-subduction zone mantle wedge carrying a Tonian juvenile signature became contaminated with discrete amounts of Archean-Paleoproterozoic continental crust during ascent, producing Mesoproterozoic model ages which represent the mixture of those two end-members.Item Petrogênese de rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e geocronologia de terrenos associados.(2017) Fonseca, Gabriela Magalhães da; Jordt, Hanna Evangelista; Queiroga, Gláucia Nascimento; Jordt, Hanna Evangelista; Medeiros Júnior, Edgar Batista de; Zincone, Stéfano Albino; Szabo, Gergely Andres Julio; Uhlein, AlexandreNo Quadrilátero Ferrífero (QF), Cinturão Mineiro (CM) e Complexo Mantiqueira (CMA) encontram-se muitos corpos de esteatito e serpentinito e raros corpos de rochas metaultramáficas que preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O estudo petrogenético comparativo destes corpos objetivou obter informações sobre o tipo de magmatismo ultramáfico nas adjacências de Rio Manso, Amarantina, Mariana, Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Adicionalmente foi realizada uma investigação detalhada, em termos geoquímicos e geocronológicos, dos terrenos de gnaisses atribuídos ao Complexo Mantiqueira (CMA) e Complexo Santa Bárbara (CSB) encaixante de inúmeros corpos ultramáficos a leste do QF. Os afloramentos das rochas metaultramáficas ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão encravados em terrenos gnáissicos do embasamento de composição granítica a tonalítica, que frequentemente apresentam intercalações de anfibolitos concordantes com a bandamento. Com exceção das amostras de Rio Manso que possuem textura spinifex, os metaperidotitos preservam uma textura equigranular plutônica com minerais ígneos como olivina, piroxênio e espinélio distribuídos em uma matriz metamórfica fina composta por talco, serpentinas, cloritas, anfibólios e minerais opacos. Os corpos das rochas encaixantes são constituídos por gnaisses de composição granítica a tonalítica, em alguns locais apresentam intercalações de níveis anfibolíticos, geralmente concordantes com o bandamento. Os metaperidotitos, com exceção das amostras de Rio Manso que possuem textura spinifex, possuem textura equigranular, que é característica de origem plutônica, com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio distribuídos em matriz metamórfica fina com talco, serpentinas, cloritas, anfibólios e minerais opacos. O estudo geoquímico dos corpos ultramáficos do QF e CM, especialmente em relação ao conteúdo de ETR, juntamente com dados de petrografia, química mineral e metamorfismo, mostrou que as rochas metaultramáficas são semelhantes a peridotitos komatiiticos. A comparação da composição química com rochas komatitiiticas de outras partes do mundo mostra que os metaperidotitos são quimicamente semelhantes aos komatiitos não-desfalcados em alumínio, com conteúdo de MgO > 22% em peso e TiO2 < 0,9% em peso. Os litotipos encontrados no QF possuem empobrecimento em ETRL, possivelmente refletindo a fonte mantélica, enquanto as rochas do CM são enriquecidas em ETRL, sugerindo uma fonte de manto, possivelmente metassomatizado, mais rica nesses elementos. Portanto, os resultados deste trabalho sugerem que houve dois eventos de magmatismo ultramáfico nas regiões estudadas. O mais antigo, no QF (regiões de Amarantina, Rio Manso e Mariana), que teve como fonte manto empobrecido, está associado ao greenstone belt Rio das Velhas arqueano. O segundo tipo, no CM (regiões de Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada) possivelmente originou-se a partir de manto metassomatizado durante acreção do arco magmático paleoproterozoico que deu origem ao CM. Os terrenos gnáissicos atribuídos ao CMA a leste do QF foram caracterizados com detalhe por serem encaixantes de inúmeros corpos metaultramáficos. Predominam biotita gnaisses, leucognaisses e augen gnaisses que possuem características químicas de três grupos: TTGs, formados pela fusão de rochas metaígneas máficas, biotita gnaisse, provenientes da fusão de TTGs e metassedimentos, e granitos híbridos de alto-K, formados por mistura de magmas. Geocronologia U-Pb em zircão via LA-ICPMS resultou em idades mais antigas do que as descritas na literatura para o CMA e são correlacionadas a eventos magmáticos que ocorreram no QF. Foram encontradas idades herdadas de 3202, 2974 e 2789 Ma, mostrando que já existia crosta arqueana no CMA. As amostras com idade magmática mais antiga vão de 3146 a 3140 Ma. Correspondente ao evento Rio das Velhas II tem-se três amostras de 2812 a 2778 Ma. Relacionadas ao evento Mamona, cinco amostras com intervalo de idades entre 2738 Ma e 2678 Ma, sendo que nove amostras apresentam idades de cristalização magmática mais novas do que 2680 Ma, mostrando que no CMA houve intenso magmatismo de idade inferior ao evento Mamona. Estes litotipos mais jovens, de 2501 a 2440 Ma, podem ter sido a fonte para os sedimentos da Serra do Caraça. Idades metamórficas entre 2100 a 1978 Ma ocorrem em diversas amostras e são equivalentes ao Ciclo Transamazônico. Como as idades obtidas para as rochas atribuídas na literatura ao CMA são mais antigas do que as idades postuladas por diversos autores para este Complexo, sugere-se que o CSB se estende mais para leste, o que constitui uma relevante contribuição para o conhecimento do embasamento oriental do QF.