O ensino de verminoses para alunos cegos do ensino fundamental com a utilização de materiais didáticos tridimensionais.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2017
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Neste trabalho, objetivou-se analisar as implicações do uso didático de materiais tridimensionais no ensino de Ciências sobre o conteúdo de verminoses para alunos com deficiência visual. Abordaram-se as parasitoses ascaridíase (lombriga), teníase (solitária) e esquistossomose (barriga d’água), que fazem parte do currículo do ensino de Ciências no ensino fundamental final, além de serem as principais doenças abordadas nos livros didáticos do 8º ano. Dividiu-se a pesquisa em quatro etapas: i) construção do material; ii) avaliação do material; iii) aplicação do material; e iv) análise de dados. Em relação ao material produzido, confeccionaram-se os vermes em tecido, apresentando diferentes texturas, para facilitar a diferenciação dos modelos, previamente testados por um deficiente visual, professor de uma instituição escolar. O processo de validação foi um marco fundamental, pois o professor verificou, cuidadosamente, a aplicabilidade dos modelos e sugeriu como esses poderiam ser trabalhados. Construíram-se em dois tamanhos, uma próxima do tamanho natural e outra maior, com o intuito principal de proporcionar aos alunos o conhecimento do formato dos vermes. Optou-se por três modelos de cada morfologia dos vermes, que variam em suas fases. Apenas os ovos da tênia possuem mais unidades, sendo um total de dezoito. Além dos materiais didáticos tridimensionais, construiu-se um manual sobre as verminoses abordadas, que visou proporcionar orientações simples e claras ao professor, sobre o manuseio e a aplicação dos materiais desenvolvidos. No manual, há informações sobre as doenças supracitadas, no que se refere à descrição da morfologia do verme e ao modo como esse material pode ser utilizado durante as aulas pelo professor. Aplicaram-se os modelos em aulas de Ciências para alunos com deficiência visual do 8º ano do ensino fundamental, de uma escola especial de Belo Horizonte, MG. Adotou-se a abordagem metodológica qualitativa interpretativa, pois consideramos as impressões dos participantes perante os materiais didáticos tridimensionais. Inicialmente, discutiram-se as concepções da professora acerca do trabalho com o deficiente visual, entre educação especial e inclusão, a partir dos dados da primeira entrevista, percebemos a dificuldade de lidar com a diferença e com intuito de sanar isso a docente utiliza de diversas metodologias, visto que ela possui uma carência em sua formação continuada. Em seguida, observaram-se as filmagens dos momentos da sala de aula e o uso do material tridimensional, e notamos como a docente transgrediu a abordagem do conteúdo e despertou o interesse dos alunos com os materiais. Por fim, discutiram-se as impressões da professora e dos alunos, a partir do resultado das entrevistas finais, em que a professora explicou a mudança da sequência de aplicação e os alunos demonstraram nunca ter imaginado os vermes daquela forma. Concluiu-se que o material contribuiu para o processo de ensino-aprendizagem, porque tornou concreto o ensino do conceito abstrato de verme. O estudo criou margens para outros docentes investirem nesse tipo de recurso didático, não apenas para deficientes visuais, mas para outros perfis de alunos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Doenças parasitárias, Educação inclusiva, Crianças deficientes visuais, Tato, Educação especial
Citação
MATOZINHOS, Camila Ribeiro de. O ensino de verminoses para alunos cegos do ensino fundamental com a utilização de materiais didáticos tridimensionais. 2017. 149 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.