Realidades colaterais e a produção da ignorância em livros didáticos de biologia : um estudo sobre os hormônios e a questão de gênero.

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Data
2016
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Resumo
O artigo defende o estudo da ignorância como um tema legítimo de pesquisa em educação em ciências. Esta defesa é feita com base nas premissas da Epistemologia da Ignorância ou Agnotologia, segundo a qual a ignorância é ativamente produzida e pode servir a projetos de dominação. Em nosso estudo, escolhemos os hormônios "sexuais" como objeto de análise. Para evidenciar a construção da ignorância acerca dessas substâncias e seus efeitos nos organismos, procuramos dialogar com as contribuições das epistemologias pós-positivas, principalmente, as que se originam de estudos sobre as realidades colaterais. De posse desses referenciais, procuramos demonstrar como, ao longo da história, as pesquisas acerca dos hormônios sexuais produziram realidades colaterais que engendram uma concepção de mundo de base essencialista, segundo a qual existe uma natureza biológica que determina os papéis sexuais de machos e fêmeas humanos. Esse discurso está presente nos textos dos livros didáticos de biologia que nós analisamos, o que revela a necessidade de sinalizar, principalmente em cursos de formação de professores, como esses materiais porta-vozes da biologia podem atualizar o sexismo e a discriminação de gênero.
Descrição
Palavras-chave
Ignorância, Realidades colaterais, Hormônios, Epistemologias pós-positivistas
Citação
SILVA, F. A. R.; COUTINHO, F. A. Realidades colaterais e a produção da ignorância em livros didáticos de biologia: um estudo sobre os hormônios e a questão de gênero. Investigações em Ensino de Ciências, v. 21, p. 176-194, 2016. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/179>. Acesso em: 25 ago. 2017.