Implicações da evolução clínica e da carga parasitária em aspectos histopatológicos da pele de cães naturalmente infectados por Leishmania (Leishmania) infantum.

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Data
2013
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Resumo
A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma zoonose de grande impacto na saúde pública sendo a pele o principal ponto de contato de organismos do gênero Leishmania com os hospedeiros invertebrados. O objetivo desse trabalho foi avaliar a carga parasitária, o processo inflamatório e as alterações da matriz extracelular na pele de cães naturalmente infectados por Leishmania (Leishmania) infantum apresentando diferentes formas clínicas da doença. Para isso, foram utilizados 35 cães sem raça definida, provenientes da região de Belo Horizonte, MG. Esses animais foram divididos em três grupos, de acordo com a presença de sinais clínicos, como assintomáticos (n=11, CA), oligossintomáticos (n=12, CO) e sintomáticos (n=12, CS), além de oito animais controle. Posteriormente estes animais foram distribuídos em novos grupos, de acordo com a intensidade do parasitismo cutâneo, sendo classificados em baixo parasitismo (n=12, BP), médio parasitismo (n=11, MP) e alto parasitismo (n=12, AP). Após exame clínico verificou-se que os sinais clínicos mais frequentes, sugestivos de LVC, foram as dermatites (47, 2%), seguidas por linfadenopatia (36, 1%) e emagrecimento (33,3%). Quanto à carga parasitária, verificou-se que essa foi maior nos grupos CS e CO quando comparada a CA. Infiltrado inflamatório foi presente em todos os grupos clínicos, porém esse foi maior nos grupos CA, CO e CS quando comparados ao grupo controle. Ainda, a inflamação foi maior no grupo CS quando comparado aos grupos CA e CO. Ao avaliar esse mesmo parâmetro nos grupos com distintos graus de parasitismo, foi verificado maior inflamação em cães com BP e MP quando comparados aos cães controle. Além disso, cães com MP e AP possuíam maior processo inflamatório que cães com BP. A avaliação da matriz extracelular demonstrou redução de colágeno total nos grupos infectados quando comparados ao grupo controle e nos grupos CO e CS em relação ao grupo CA. Animais com AP e MP apresentaram diminuição da área de colágeno em relação a animais controle. Na quantificação das fibras colágenas do tipo I observou-se redução nos grupos CO e CS quando comparados ao grupo controle e diminuição da mesma nos cães com MP em relação ao grupo controle. Ainda, em relação às fibras colágenas do tipo III foi observado um aumento significativo no grupo CO em relação aos grupos controle e CS e aumento em cães com BP quando comparado a cães controle e com MP. Esses resultados sugerem que a inflamação crônica e o intenso parasitismo dérmico foram diretamente relacionados à gravidade da doença e que esse processo inflamatório está intimamente associado à carga parasitária e as alterações da matriz extracelular desse órgão.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Cão como animal de laboratório, Leishmania infantum
Citação
CARDOSO, Jamille Mirelle de Oliveira. Implicações da evolução clínica e da carga parasitária em aspectos histopatológicos da pele de cães naturalmente infectados por Leishmania (Leishmania) infantum. 2013. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.