Patrimônio geológico do Parque Estadual do Itacolomi (Quadrilátero Ferrífero, MG) : inventariação e análise de lugares de interesse geológicos e trilhas geoturísticas.

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Data
2012
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A preservação do patrimônio geológico e sua divulgação através do turismo são assuntos ainda recentes e encontram-se inseridos em uma nova ramificação das geociências denominada por geoconservação. O conjunto do patrimônio geológico de uma região constitui sua geodiversidade, termo que denomina a variedade de elementos abióticos da natureza. O Parque Estadual do Itacolomi (PEIT) é uma unidade de conservação de proteção integral criada em 1967, tendo como principal fundamento os elementos abióticos inseridos em seu meio. Apesar disso, seu patrimônio geológico é ainda muito pouco conhecido e, portanto, pouco considerado em políticas de manejo e programas de uso público atuais. O PEIT está localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, região centro-sul do Estado de Minas Gerais, e a sudeste do Quadrilátero Ferrífero, importante província mineral brasileira conhecida internacionalmente pelo seu potencial metalogenético. Por sua importância geológica, em 2011 foi criado o geoparque homônimo envolvendo toda a região do Quadrilátero Ferrífero. O arcabouço estratigráfico do PEIT é constituído por rochas metassedimentares clásticas dos Supergrupos Rio das Velhas, Minas e do Grupo Itacolomi, este último o que ocorre em maior proporção territorial dentro de seus limites. Há também intrusões de rochas metabásicas locais, e depósitos elúvio-coluvionares representados pela canga. Apesar dos processos de deformação tectônica que incidiram na região, no PEIT as estruturas primárias como o acamamento e estratificação mostram-se preservadas. Aliada às estruturas secundárias como dobras, fraturas, falhas e estruturas de boudinage, elas controlam o desenvolvimento de feições geomorfológicas de enorme beleza paisagística. O objetivo deste trabalho foi reconhecer e descrever as feições geológicas localizadas ao longo de trajetos do PEIT, possibilitando sua valorização e divulgação através do geoturismo. Para a descrição da geodiversidade, o PEIT foi dividido em quatro setores morfotectônicos delimitados por traços de falha de cavalgamento (A, B, C e D); os setores C e D revelam maior potencialidade ao geoturismo, visto que neles se encontram as estruturas mais representativas. Como resultado da inventariação do patrimônio geológico foram identificados 50 lugares de interesse geológicos (LIG), disponíveis ao longo de cinco trilhas e por estradas do entorno ao PEIT. Cada LIG foi descrito e os dados coletados, armazenados em uma ficha de caracterização. Todos eles foram classificados em relação ao tamanho (ponto, área, paisagem e estação), a utilização potencial (didática, científica e turística) e o interesse dentro das geociências (geomorfológico, espeleológico, estratigráfico, estrutural, mineralógico, petrológico, sedimentológico). Como resultado, foi revelado o conteúdo multidisciplinar das trilhas nas quais estão distribuídos os LIGs, demonstrando uma potencialidade geoturística voltada para públicos heterogêneos e com interesses distintos de visitação. Como contribuições da pesquisa, foram feitas considerações sobre a inclusão do geoturismo às ações de uso público do PEIT. Em adição, foram realizadas propostas relativas à conservação, uso e valorização das trilhas e LIGs identificados, bem como foi sugerida a inserção dos resultados desta pesquisa no contexto do Geopark Quadrilátero Ferrífero, contribuindo com seus objetivos de divulgação da geologia e desenvolvimento social.
Descrição
Palavras-chave
Patrimônio geológico, Geoturismo, Trilhas, Parque Estadual do Itacolomi
Citação
OSTANELLO, M. C. P. Patrimônio geológico do Parque Estadual do Itacolomi (Quadrilátero Ferrífero, MG) : inventariação e análise de lugares de interesse geológicos e trilhas geoturísticas. 2012. 204 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.