Coeducação, gênero e educação matemática : um caminho para o respeito à diversidade.

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Data
2021
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Resumo
Nossa sociedade ainda é extremamente desigual e, muitas vezes, pouco respeitosa com a diversidade. Nesse contexto, a formação de professores(as) de Matemática tem uma escolha a fazer: se manter à margem em nome de uma pretensa neutralidade, ou tornar-se um espaço de acolhida da diversidade e busca de equidade. A presente pesquisa embasou-se nas noções de Educação para a Paz, Coeducação e Educação Matemática Crítica, para explorar e discutir as (des)igualdades entre homens e mulheres no contexto de um curso de Licenciatura em Matemática. Assim, ela se norteou pela seguinte questão: Como tarefas fundamentadas na Coeducação e realizadas em uma perspectiva crítica podem contribuir para a abordagem de conceitos matemáticos e promover o respeito à diversidade em uma turma de Licenciatura em Matemática? Participaram do estudo nove licenciandos(as) de uma universidade pública do interior de Minas Gerais. Esse grupo participou de um Projeto – “(Des)igualdades: conversando e pesquisando sobre a igualdade entre mulheres e homens” – desenvolvido em cinco encontros síncronos, via Google Meet, no âmbito de uma disciplina eletiva. Nele, foram propostas tarefas que abordaram questões de gênero e raça e envolveram noções de Estatística, Tratamento da Informação, Proporcionalidade, Análise Combinatória, em um contexto que favoreceu discussões voltadas à Educação para a Paz. A coleta de informações aconteceu por meio de registros produzidos pelos(as) licenciandos(as) na plataforma Moodle e transcrição das gravações dos encontros síncronos (áudio e vídeo), chat. Os dados produzidos foram analisados a partir de três categorias, definidas a priori: a) Discussão de conceitos matemáticos em uma perspectiva crítica, b) Respeito à diversidade: (des)igualdade de gênero e de raça, e c) Potencial das tarefas para a formação inicial de professores(as) de Matemática. Os resultados evidenciaram que a participação e vivência no Projeto favoreceram a realização de discussões coletivas sobre temas atuais e socialmente relevantes que promoveram reflexões críticas por parte do grupo. As tarefas que envolviam a interpretação de gráficos e dados estatísticos de uma forma crítica possibilitaram que os(as) licenciandos(as) compreendessem as intencionalidades dessas representações matemáticas, verificassem outras possibilidades e analisassem os riscos e benefícios em usar esse ou outro tipo de apresentação dos dados. A análise também sugere que discutir a igualdade de gênero e questões de raça, bem como analisar questões de materiais didáticos que pressupõem a formação de casais heteronormativos em seus gabaritos, construindo respostas que consideram a diversidade, permitiu ampliar os olhares, tendo como foco a inclusão de todos e todas. Tais resultados sugerem que as tarefas trouxeram contribuições para a formação pessoal e profissional desse grupo de futuros(as) professores(as). A partir desta pesquisa, elaboramos um pequeno caderno voltado para futuros(as) professores(as), formadores(as) de professores(as) e interessados(as) na temática, no qual são descritas e comentadas algumas das tarefas desenvolvidas, bem como são propostas sugestões para a promoção de discussões críticas pautadas na Coeducação nas aulas de Matemática.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. Departamento de Educação Matemática, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Crítica da educação - matemática, Coeducação, Gênero, Diversidade de gênero
Citação
CÓRDOVA, Marina de Morais. Coeducação, gênero e educação matemática: um caminho para o respeito à diversidade. 2021. 225 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) – Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.