Efeito protetor do açaí (Euterpe oleracea Mart.) na doença hepática gordurosa não alcoólica mediado pelo aumento dos níveis de paraoxonase-1 e redução da oxidação de LDL em ratos.

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Data
2017
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Resumo
A doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD) abrange um largo espectro de alterações no fígado, que inclui desde esteatose até esteato-hepatite (NASH), a qual pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. A NAFLD é considerada a doença hepática mais comum na atualidade, com prevalência mundial alarmante. Embora sua patogênese exata permaneça desconhecida, a hipótese mais aceita aponta o estresse oxidativo como um dos principais mecanismos responsáveis pela progressão da esteatose para NASH. Compostos bioativos presentes em alimentos, principalmente os polifenóis, têm sido considerados promissores na prevenção de distúrbios metabólicos. Açaí (Euterpe oleracea Mart.) ganhou reconhecimento internacional devido ao seu alto conteúdo de polifenóis e capacidade antioxidante. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do tratamento com açaí sobre o estresse oxidativo e inflamação na NAFLD, induzida pelo consumo de dieta hiperlipídica em ratos. Trinta e dois ratos Fischer, fêmeas, foram divididos inicialmente em dois grupos experimentais, um grupo (C) recebeu dieta padrão AIN-93M, e o outro grupo (H) recebeu dieta hiperlipídica por duas semanas. Após este período, os grupos C e H foram subdivididos, no total de quatro grupos, (C), (CA) e (H), (HA). Os grupos C e CA receberam dieta padrão e os grupos H e HA receberam dieta hiperlipídica. Os grupos CA e HA receberam tratamento com polpa filtrada de açaí (2g/dia), administrada por gavagem por seis semanas. Ratos do grupo H apresentaram alterações no perfil lipídico sérico e hepático, hepatomegalia, aumento de dano hepático, alterações no perfil de adiponectina, TNF e IL-6, aumento do estresse oxidativo e esteatose hepática. O tratamento com a polpa filtrada de açaí promoveu uma melhora no balanço oxidante/antioxidante, com aumento da atividade sérica e hepática de PON1, aumento da expressão gênica de PON1 e ApoA-I e aumento na expressão proteica de PON1 no fígado, impedindo a oxidação da LDL. Também promoveu uma melhora na inflamação hepática com redução nos níveis de TNF e diminuição na expressão de CD36, um importante receptor envolvido com a formação de células espumosas no fígado. Concomitante a esses efeitos, o açaí promoveu uma redução da infiltração de gordura e conteúdo de triacilgliceróis no fígado. Estes resultados sugerem que o açaí pode representar uma estratégia dietética viável, associada a prevenção e/ou tratamento de injúrias hepáticas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Polifenóis, Esteatose hepática, Stress oxidativo, Bioquímica metabólica e fisiológica
Citação
SILVA, Renata Rebeca Pereira e. Efeito protetor do açaí (Euterpe oleracea Mart.) na doença hepática gordurosa não alcoólica mediado pelo aumento dos níveis de paraoxonase-1 e redução da oxidação de LDL em ratos. 2017. 119 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.