Variação espacial e condicionantes do entalhamento fluvial na bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais.
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2016
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O presente trabalho pretende avaliar as variações no aprofundamento da drenagem
na alta/média bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais. Para a mensuração do
entalhamento fl uvial (amplitude altimétrica) em cada trecho dos canais fl uviais
foi utilizada a base ottocodifi cada em conjunto com o modelo digital de elevação
SRTM/Topodata. A distribuição das classes de amplitude mostrou que na maior
parte da alta/média bacia do Rio Grande o entalhamento fl uvial situa-se entre 40
e 120 m. Valores superiores a 120 m concentram-se principalmente na Serra da
Mantiqueira, junto às cabeceiras dos principais rios. O controle litológico sobre
a distribuição das classes de amplitude é espacialmente restrito, o que sugere que
a tectônica cenozoica é o principal fator controlador da intensidade da incisão
fl uvial. A boa correspondência entre classes de amplitude e falhas mapeadas
indica a atuação de soerguimentos diferenciais entre blocos, com o consequente
rebaixamento de níveis de base regionais nos blocos baixos. Esse controle é
mais evidente na porção sul da área, com destaque para a zona de cisalhamento
de Jesuânia (ENE). Nesse contexto, as áreas mais soerguidas são as porções da
Serra da Mantiqueira que reúnem as principais concentrações de amplitudes
superiores a 200 m. Mais ao norte merecem destaque as áreas com concentrações
anômalas de amplitudes relativamente elevadas ao norte de Três Corações e na
média/baixa bacia do Rio Jacaré. No primeiro caso um considerável soerguimento
neocenozoico também deve ter ocorrido, enquanto no segundo as amplitudes mais
elevadas aparentemente estão relacionadas à retração erosiva de um knickpoint
com o consequente rejuvenescimento do relevo. A predominância de amplitudes
menores (< 80 m) na porção oriental, drenada por afl uentes do alto Rio Grande, em
relação à porção ocidental (sub-bacia do Rio Sapucaí) aparenta estar relacionada à
presença de soleiras quartzíticas na primeira e grabens neocenozoicos na segunda.
Por um lado, as entradas de algumas gargantas situadas nas cristas quartzíticas funcionam como barreiras que limitam a incisão fl uvial nas áreas a montante. Por outro lado, a subsidência das
depressões tectônicas causou rebaixamento do nível de base regional e, consequentemente, uma tendência de
encaixamento da drenagem a montante. Os resultados indicam um destacado papel da incisão fl uvial na evolução
e compartimentação do relevo dessa bacia hidrográfi ca interiorana situada em ambiente intraplaca.
Descrição
Palavras-chave
Fluvial, Nível de base, Soerguimento
Citação
REZENDE, E. A.; CASTRO, P. de T. A. Variação espacial e condicionantes do entalhamento fluvial na bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 17, p. 645-659, 2016. Disponível em: <http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/1045>. Acesso em: 25 ago. 2017.