Teor de contaminantes inorgânicos em cachaças do Quadrilátero Ferrífero (MG, Brasil) armazenadas em copos de pedra-sabão (Esteatito).

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Data
2015
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Resumo
A contaminação de bebidas alcoólicas com níveis indesejáveis de minerais inorgânicos é um problema que ainda persiste na atualidade. A pedra-sabão (esteatito) vem sendo utilizada pelo homem em contato com alimentos e bebidas, e sua interação pode afetar os níveis de minerais destes produtos. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do contato entre as cachaças brasileiras e copos de pedra-sabão in natura na concentração de minerais. Os níveis de As, Cd, Cu, Ni e Pb foram quantificados por Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP – OES) em oito cachaças brasileiras comercializadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerias e em um simulante de bebida alcoólica, antes e após quatro ciclos de contato (24 horas cada) com copos de esteatito in natura. Os resultados obtidos foram comparados com os teores estabelecidos pelas legislações brasileira e alemã: Cu (5,0 mg∙L-1 e 2,0 mg∙L-1), As (0,100 mg∙L-1), Cd (0,020 mg∙L-1 e 0,010 mg∙L-1) e Pb (0,200 mg∙L-1 e 0,250 mg∙L-1), respectivamente. A presença de Ni foi considerada como aceitável caso o teor quantificado fosse inferior a 3,0 mg∙L-1 segundo a legislação brasileira, não havendo limite para esse elemento na legislação alemã. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado com nove tratamentos e três repetições. Os valores de concentração de cada elemento foram analisados conforme o modelo de ensaio em parcelas subdivididas. Havendo diferenças significativas entre as marcas das cachaças, estas eram comparadas utilizando-se o critério de agrupamento de Scott-Knott; e havendo diferenças significativas (p<0,05) entre os tempos de avaliação, modelos de regressão eram ajustados. Os dados foram analisados utilizando-se os softwares R e Sisvar. As oito cachaças avaliadas apresentaram conformidade à legislação brasileira no que tange aos teores de As 0,025 mg∙L-1 (0,011 mg∙L-1 – 0,085 mg∙L-1), Cd 0,003 mg∙L-1 (0,003 mg∙L-1 – 0,004 mg∙L-1), Cu 2,982 mg∙L-1 (1,113 mg∙L-1 – 4,598 mg∙L-1), Ni 0,01 mg∙L-1 (0,003 mg∙L-1 – 0,020 mg∙L-1) e Pb 0,024 mg∙L-1 (0,006 mg∙L-1 – 0,074 mg∙L-1). Entretanto, isso não ocorreu no que diz respeito à legislação alemã, pois 62,5% das marcas de cachaça avaliadas infringiram o máximo teor de Cu estabelecido em 97,2; 120,5; 122,2; 129,9 e 6,6%, respectivamente. Com relação ao comportamento dos contaminantes inorgânicos, foi evidenciado que o contato de bebidas alcoólicas com a pedra-sabão in natura pode reduzir em até 50,4% (14,3 – 50,4%) o teor de Cu, tornando adequado seu teor numa das cachaças e incrementar em até 622,2% (107,1 – 622,2%) o teor de Ni, especialmente nas primeiras 24 horas de contato. O modelo de regressão linear simples (R2: 71,19%) indicou um decaimento constante da concentração média de Pb em todas as bebidas, que variou de 18,3% a 54,5% no primeiro e último ciclos, respectivamente. Por outro lado, os teores de As e Cd se mantiveram inalterados durante todo o experimento. O contato da pedra-sabão in natura com soluções alcoólicas pode reduzir a concentração de Cu e Pb, em contrapartida pode elevar a concentração de Ni de forma não ser recomendável que bebidas contendo teores de Ni próximos ao máximo permitido pela legislação sejam expostas à pedra-sabão in natura.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Cobre, Bebidas alcoólicas, Adsorção
Citação
SILVA, Karine Aparecida Louvera. Teor de contaminantes inorgânicos em cachaças do Quadrilátero Ferrífero (MG, Brasil) armazenadas em copos de pedra-sabão (Esteatito). 2015. 62 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2015.