Avaliação da atividade leishmanicida do extrato aquoso de própolis verde e de sua associação com o antimoniato de meglumina livre ou lipossomal em camundongos BALB/c infectados com Leishmania infantum.

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Data
2013
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Resumo
O presente estudo avaliou a utilização do extrato aquoso de própolis verde (EAPV) e de sua associação ao antimoniato de meglumina livre ou encapsulado em lipossomas para o tratamento da leishmaniose visceral (LV) em modelo murino. In vitro, avaliou-se o efeito do EAPV e de sua associação com o antimoniato de meglumina livre sobre a viabilidade de células J774-A1. O EAPV não apresentou toxicidade nas concentrações testadas e foi capaz de reduzir o efeito tóxico do antimoniato de meglumina livre. Para o experimento in vivo, camundongos BALB/c isogênicos foram inoculados com 1 x 107 promastigotas de Leishmania (Leishmania) infantum (cepa C43). Após duas semanas de infecção, os animais foram divididos em sete grupos (n=8) e tratados com: (1) dose única de tampão fosfato por via intraperitoneal (ip), (2) dose única de antimoniato de meglumina livre (AM) (30 mg/Kg) ip., (3) dose única de lipossomas vazios ip, (4) dose única de antimoniato de meglumina lipossomal (30 mg/Kg) ip., (5) dose diária de EAPV (500 mg/kg/dose) durante 14 dias via oral; (6) associação do EAPV (esquema terapêutico igual ao grupo 5) ao AM (30 mg/kg) ip. e (7) associação do EAPV (esquema terapêutico igual ao grupo 5) ao antimoniato de meglumina lipossomal (30 mg/kg) ip. Duas semanas após o tratamento, os animais foram eutanasiados e avaliou-se a carga parasitária no fígado e baço pelo método de diluição limitante. Além disso, foi realizada análise do perfil de células do baço por citometria de fluxo, toxicidade cardíaca, hepática e renal pela dosagem de marcadores bioquímicos (CKMB, TGO/ALT, TGP/ASP, creatinina) e a histopatologia do fígado e baço. O tratamento com EAPV reduziu a carga parasitária no fígado (44%), mas não no baço. Além disso, verificou-se uma redução na carga parasitária após tratamento com antimoniato de meglumina encapsulado em lipossoma no fígado e baço de aproximadamente 41%. Não foi observada diminuição na carga parasitária após tratamento com antimoniato de meglumina livre em nenhum dos órgãos avaliados. A administração concomitante do EAPV e antimoniato de meglumina livre reduziu a carga parasitária no fígado (24,4%), mas não no baço. No entanto, a administração concomitante do EAPV e antimoniato de meglumina encapsulado em lipossomas reduziu a carga parasitária tanto no fígado quanto no baço, porém no mesmo nível observado pelo tratamento com antimoniato de meglumina lipossomal. Os resultados demonstraram ausência de alteração no padrão fenotípico de células do baço por citometria de fluxo e na função hepática, cardíaca e renal por análises bioquímicas. As análises histopatológicas mostraram que a administração do EAPV assim como do AM lipossomal isoladamente ou em associação ao EAPV levou a uma melhor preservação dos tecidos hepático e esplênico quando comparados aos demais grupos experimentais. Os resultados desse trabalho permitiram concluir que o EAPV foi capaz de provocar uma redução da carga parasitária hepática no mesmo nível observado com dose única de AM lipossomal. No entanto sua associação com antimoniato de meglumina lipossomal foi capaz de reduzir a carga parasitária no fígado e baço de forma semelhante à formulação de antimoniato de meglumina lipossomal isolada. As drogas testadas não causaram alterações no perfil das células do baço bem como não apresentaram toxicidade para os órgãos avaliados.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Lipossomas, Própolis, Leishmaniose visceral, Leishmania infantum
Citação
FERREIRA, Flávia Monteiro. Avaliação da atividade leishmanicida do extrato aquoso de própolis verde e de sua associação com o antimoniato de meglumina livre ou lipossomal em camundongos BALB/c infectados com Leishmania infantum. 2013. 82 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.