PPCBIOL - Mestrado (Dissertações)

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    Padronização e validação da extração de DNA genômico em tecidos parafinados de camundongos e cães infectados com o Trypanosoma cruzi para análise por qPCR.
    (2023) Medeiros, Luciana da Fonseca; Carneiro, Cláudia Martins; Vieira, Paula Melo de Abreu; Carneiro, Cláudia Martins; Vieira, Paula Melo de Abreu; Assis, Girley Francisco Machado de; Costa, Guilherme de Paula
    A doença de Chagas (DCh) causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi é uma doença negligenciada caracterizada por apresentar duas fases distintas de infecção: fase aguda e fase crônica. Dada as dificuldades no diagnóstico precoce da DCh, dentre elas a inespecificidade dos sintomas na fase aguda, o baixo parasitismo na fase crônica, a heterogeneidade genética característica do T. cruzi, a complexidade da infecção e dos mecanismos de evasão da resposta imune, um estudo retrospectivo pode auxiliar tanto em estudos de eficácia terapêutica como em estudos de sequenciamento. Diante disso, o uso de técnicas moleculares aumenta a sensibilidade e a especificidade dos testes inclusive em casos crônicos. Amostras de tecidos fixados em formol e embebidos em parafina (FFPE) já utilizadas em outros estudos além de diagnósticos histopatológicos podem fornecer valiosas informações, além de exibirem uma das melhores e econômicas formas de preservação e armazenamento de material. Ácidos nucleicos extraídos de material em parafina têm sido empregados com sucesso no diagnóstico e estudo de várias infecções causadas por diferentes patógenos. O objetivo deste trabalho foi padronizar e validar uma metodologia para extração de DNA e posterior quantificação da carga parasitária por qPCR de tecidos de camundongos e cães infectados com o T. cruzi, embebidos em parafina. Nossos resultados mostraram que o protocolo padronizado permitiu a extração, amplificação e quantificação do DNA em tecidos parafinados em modelo murino e canino. Cortes com espessuras de 200 μm para o coração e esôfago, e 100 μm para o cólon, fígado de camundongos e cães respectivamente, forneceram DNA em quantidade suficiente para realização das reações de qPCR para detecção do parasito. Não foram observadas diferenças entre as razões de absorbância 260/280 nas amostras preservadas por 3, 5 e 9 anos. Em relação às amostras de cães, foi possível observar que não houve diferença na concentração de DNA obtida nas amostras preservadas por 3 e 9 anos, exceto para as amostras de fígado com 9 anos de preservação. O tempo de preservação parece não ter interferido na extração e quantificação do DNA. Além disso, amostras com maior tempo de preservação apresentaram menor sensibilidade de detecção de DNA em comparação aos outros tempos de preservação. Diante do exposto, podemos concluir que o uso de um kit de extração não convencional para FFPE apresentou qualidade semelhante aos kits específicos para essa finalidade. Nosso protocolo tem potencial para extrair DNA genômico de boa qualidade em amostras com até 9 anos de preservação utilizando um kit de menor custo, podendo ser aplicado à rotina de laboratório.
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    Diagnóstico molecular do Papilomavirus Humano anal.
    (2022) Silva, Daniel Lucas; Carneiro, Cláudia Martins; Carneiro, Cláudia Martins; Coser, Janaina; Vieira, Paula Melo de Abreu
    Os papilomavírus humano (HPVs) são vírus de DNA circular de fita dupla não envelopados com cerca de 55nm de diâmetro, 8000 pares de bases e dispondo de 225 genótipos conhecidos atualmente. A infecção pelo HPV se configura como a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo mundo e o vírus é o principal agente etiológico dos cânceres anogenitais. Em virtude da escassez de estudos que tratem da natureza geral das neoplasias intraepiteliais anais (NIA) de alto grau, existe pouco consenso nas recomendações para a triagem do câncer anal. A detecção molecular do HPV na triagem do câncer anal, assim como no câncer cervical, ainda é um assunto debatido e com necessidade de aprofundamento de estudos, apesar de haver uma multiplicidade de testes de HPV comerciais disponíveis. Diante disso, esta dissertação se propôs a realizar uma revisão integrativa da literatura para investigar e detectar padrões sobre as estratégias de detecção de HPV anal, métodos utilizados, tipo de amostra (líquida/biópsia, criopreservada ou em parafina), status HIV, consórcio com microscopia e uso de imagens, ano de publicação e local da pesquisa em artigos científicos publicados entre 2011 e 2022. De 1608 artigos extraídos nas três bases de dados pesquisadas, após a deduplicação e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 155 artigos foram analisados na revisão. Nos resultados da revisão, a detecção de HPV em amostras de carcinoma anal de células escamosas foi baixo, em apenas 6,3% do total de estudos, com os métodos escolhidos variando bastante entre os trabalhos. Linear Array, Cobas 4800 HPV e Captura Híbrida se mostraram as tecnologias mais comumente empregadas nos artigos revisados, mas a grande variabilidade (CV: 90,23%) no uso de testes revela que a falta de padronização de um protocolo de detecção de HPV anal se reflete nessa variabilidade. Além disso, este trabalho também visou efetuar a padronização em condições ótimas para a detecção molecular de HPV em amostras anais. A padronização de um protocolo eficiente foi realizada em amostras anais coletadas, utilizando-se a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e a Nested-PCR para a detecção de HPV através do conjunto de primers GP5+/GP6+ e CPI/CPIIG e detecção de HPV16.
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    Efeitos cito e genotóxicos da exposição crônica ao arsenito em fibroblastos humanos.
    (2024) Pinto, Vanessa Teixeira; Garcia, Camila Carrião Machado; Garcia, Camila Carrião Machado; Loureiro, Ana Paula de Melo; Costa, Daniela Caldeira
    O arsênio (As) é um semimetal de alta toxicidade, danoso ao meio ambiente e aos seres humanos. Ele é classificado como carcinógeno de grupo I, podendo levar ao surgimento de tumores de pulmão, pele, entre outros. Dentre suas formas químicas, o arsenito (As3+) é a mais tóxica e altamente solúvel em água. Diversos mecanismos explicam a toxicidade do As3+: geração de espécies reativas (ERs), indução de danos no DNA, disfunções nos mecanismos de reparo de DNA, mudanças pós traducionais em proteínas e perturbação de vias de sinalização celular. O conjunto desses mecanismos pode levar ao acúmulo de mutações e consequente carcinogênese. A OMS considera o limite seguro da concentração em água de consumo de 10ug.L-1 . Diversos estudos avaliando os riscos do As à saúde humana e sobre as biomoléculas podem ser encontrados na literatura, no entanto a associação da exposição crônica em baixa concentração ao perfil de efeitos cito e genotóxicos precisam ser melhor investigados. Sendo assim, neste trabalho procuramos avaliar, a partir de uma exposição crônica de 15 semanas a 50nM (2,16ug.L -1 , equivalente à 1/5 do limite de segurança da OMS) de arsenito de sódio, os efeitos cito e genotóxicos do As3+ em fibroblastos humanos de pulmão. Para isso, foram realizados experimentos em 5, 10 e 15 semanas da exposição em células da linhagem MRC5 e Clones obtidos a partir dela. Foram avaliados o perfil de citotoxicidade por MTT, indução de danos de DNA por fragmentação e oxidação por ensaio Cometa modificado com Formamidopirimidino-DNA glicosilase (FPG), progressão do ciclo celular por Citometria de Fluxo e carbonilação de proteínas por Western Blot. Mudanças na morfologia celular foram observadas através de curvas de crescimento, ensaio de migração e Microscopia de Campo Claro. Também foi avaliada a resposta ao estresse oxidativo com a exposição a H2O2 em 10 semanas de exposição, com a realização de ensaios de citotoxicidade por MTT, quantificação dos níveis de Sub-G1 por Citometria de Fluxo e danos de DNA por Cometa modificado com FPG. O ensaio de citotoxicidade mostrou que o As3+ é altamente tóxico (IC50 – 500nM) numa exposição de 72h. Em 5 semanas, já foram detectados danos de DNA, principalmente por oxidação de bases, mesmo que em baixos níveis. Em 10 semanas de exposição, o estresse oxidativo gerado pelo As3+ revelou que as vias de processos redox em um dos grupos estudados (MRC5 – Linhagem heterogênea) foram alterados. Também, detectamos altos níveis de Danos de DNA que após 24h foram reparados totalmente, mostrando funcionamento integral das vias de reparo. Em 15 semanas, os níveis de danos de DNA demonstraram estarem mais altos do que em 5 e 10 semanas de exposição, evidenciando um acúmulo de danos que pode estar sendo promovido por impactos nas vias de reparo de DNA. O ciclo celular também se manteve funcional, exceto pelo grupo MRC5 que mostrou um grande bloqueio na fase S, o que pode estar correlacionado com ativação das vias de reparo de DNA. Por fim, não foram identificadas mudanças no padrão de crescimento e migração celular dentre todos os grupos celulares estudados, porém a morfologia celular apenas do grupo MRC5 foi alterada. O conjunto desses resultados contribui para o entendimento do perfil de efeitos da exposição crônica do As3+ evidenciando que são necessários maiores estudos sobre seus impactos em concentrações abaixo do considerado seguro para seres humanos.
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    O efeito do desafio de frio e dos antagonistas de OPN4, TRPA1 e TRPV1 em corações de camundongos.
    (2024) Jardim, Isabela Alcântara Barretto Araújo; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Reis, Emily Correna Carlo; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de
    A melanopsina (OPN4) tem uma função bem estabelecida de fotorreceptor e vem sendo investigada como um termossensor. Apesar de ser um órgão “cego” esta proteína é altamente expressa no coração. Os canais TRPA1 e TRPV1 são sensores de temperatura que podem agir em conjunto com a OPN4. Nossa hipótese é que o coração estaria funcionando como um órgão endócrino, monitorando a temperatura do sangue vindo da periferia e, nessa condição, orquestrando através da liberação de seus hormônios, o metabolismo local e de outros órgãos. A OPN4 e/ou canais TRP, expressos no coração, estariam monitorando variações da temperatura interna do fluxo de sangue que entra no coração. O objetivo é avaliar o papel de canais TRP e OPN4 sobre a resposta ao frio ambiental na expressão génica e da contratilidade em coração de camundongos C57BL/6J selvagens e nocautes. Foi analisado a expressão dos genes Ucp1, Ucp3, Apln, Ela, Myh7 e Atp2a3 nos átrios e ventrículos de C57BL/6J selvagens e nocautes para Trpa1 expostos a temperatura 30oC e 22oC e a contratilidade do ventrículo a 30oC na presença e na ausência de antagonistas de TRPA1, TRPV1 e OPN4. Os resultados foram maior expressão do Ucp3 no grupo Trpa1 KO 30°C em relação ao átrio do grupo controle WT 30oC e Trpa1 KO 22°C. Diminuição da expressão do Myh7 no átrio do grupo WT 22oC em relação ao grupo WT30o e maior expressão no grupo WT 22oC no ventrículo que no átrio. O gene Ela foi mais expresso no átrio do grupo Trpa1 KO 22°C em relação aos grupos WT22oC e ao Trpa1 KO 30°C e mais expressa no átrio do grupo Trpa1 KO 22°C que no do ventrículo. O bloqueio do canal TRPV1 diminuiu a velocidade de contração e a velocidade de relaxamento em relação ao do canal TRPA1. O bloqueio da OPN4 diminuiu a porcentagem do tempo para chegar a 50% do relaxamento em relação ao bloqueio do TRPA1. A falta do TRPA1 possivelmente pode ativar mecanismos regulatórios devido a menor capacidade de termorregulação. O átrio é a câmara do coração onde ocorreu a maioria das oscilações gênicas. O canal TRPA1 e a OPN4 possuem uma interação gerando respostas contráteis opostas que podem ter relação com a percepção da temperatura. A falta do canal TRPA1 contribui para gerar sinalizações adjacentes como o sugerido por nossa hipótese, a OPN4 agindo como provável termossensor acessório no coração.
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    Estudo retrospectivo da dismagnesemia em pacientes internados com diagnóstico de Covid-19 na unidade de terapia intensiva adulto em um hospital regional de Minas Gerais.
    (2024) Félix, Cristiano Alves; Bezerra, Frank Silva; Souza, Ana Beatriz Farias de; Bezerra, Frank Silva; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Nagato, Akinori Cardozo; Souza, Ana Beatriz Farias de
    A doença causada pelo coronavírus, popularmente conhecida como COVID-19 teve os primeiros casos confirmados na cidade Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Após a confirmação dos primeiros casos o vírus se espalhou de forma incontrolável por todo o mundo, em 2023 mais de 700 milhões de pessoas já haviam sido infectadas. A maior parte dos paciente com COVID-19 apresentam sintomas moderados ou são assintomáticos, entretanto uma parte evolui com a forma mais grave da doença e necessita de hospitalização. No contexto da pandemia foram estudados vários minerais e vitaminas e seus papeis no controle e tratamento da doença. O magnésio se destaca por ser um íon responsável por estar envolvido em diversos processos metabólicos. Analisar o perfil dos pacientes internados com diagnóstico de COVID-19 associados a dismagnesemia nas primeiras vinte e quatro horas de internação na Unidade de Terapia Intensiva adulto em um hospital filantrópico na cidade de Ouro Preto. Trata-se de um estudo observacional analítico retrospectivo, realizado entre março de 2020 e agosto de 2022 em pacientes com diagnóstico de COVID-19 admitidos na UTI. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (CEP-UFOP). Os critérios de inclusão foram: paciente maiores de 18 anos, internados na UTI adulto com diagnóstico de COVID-19 confirmado. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido foram incluídos no estudo 47 pacientes. A variável desfecho foi a medida de magnésio sérico. As variáveis explicativas foram o tempo de internação em dias; presença de comorbidades; desfecho do paciente; suporte ventilatório; tempo de ventilação mecânica em dias e medicações. De modo geral, os pacientes do sexo masculino representaram 59,57% dos indivíduos incluídos no estudo, a média de idade total foi de 60,72 anos. Para a população estuda as principais comorbidades foram hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. 51,06% dos pacientes apresentaram níveis normais de magnésio e 48,94% apresentavam hipomagnesemia. 56,25% pacientes necessitaram do suporte ventilatório invasivo, e a análise entre os pacientes com hipomagnesemia e níveis normais de magnésio revelaram maior frequência (69,57%) de suporte ventilatório invasivo nos pacientes que apresentavam hipomagnesemia. Foi observada maior contagem global de leucócitos (mm3) nos pacientes com diagnóstico de COVID-19 que apresentavam hipomagnesemia [13700 (10200; 17800)] quando comparado com os pacientes que apresentavam níveis séricos normais de magnésio [10400 (6550; 13025)]. Os níveis de potássio (mEq/L) foram elevados nos pacientes com hipomagnesemia (4,55 ± 0,51) comparado com os pacientes com magnésio dentro da faixa de normalidade (4,11 ± 0,69). Nossos dados sugerem que os pacientes com diagnóstico de COVID-19 e hipomagnesemia tiveram maior necessidade de suporte ventilatório e um quadro inflamatório caracterizado por contagem de leucócitos elevada sugerindo que esses pacientes apresentaram quadros mais graves da doença.
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    Resposta a danos no DNA promovidos pela exposição ao arsênio em fibroblastos humanos.
    (2024) De León, Álvaro José Benítez; Garcia, Camila Carrião Machado; Garcia, Camila Carrião Machado; Teixeira, Mônica Cristina; Sanchez, Angelica Bianchini
    O arsênio (As) inorgânico é um semimetal encontrado em níveis moderados na crosta terrestre, amplamente encontrado nas formas arsenito (As3+) ou arsenato (As5+). É um dos carcinógenos conhecidos mais antigos do mundo e classificado como classe I pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC). A exposição ao As induz a formação de Espécies Reativas (ERs), que são responsáveis por danos diretos às biomoléculas, modulação de vias de sinalização celular e marcadores epigenéticos. Além disso, o As promove alterações no ciclo celular, proliferação e apoptose. Evidências apontam que o arsenito é capaz de inibir vias de reparo de DNA, seja pela degradação de proteínas via proteassomo, seja pela diminuição da quantidade de expressão gênica. No entanto, o entendimento de quais danos de DNA são induzidos pela exposição ao arsenito, bem como o funcionamento do reparo de DNA e sua consequente mutagênese precisam ser melhor investigados. Neste contexto, por meio da exposição aguda (6 horas) ao arsenito de sódio em fibroblastos de pulmão humano (células MRC-5), pretendemos entender os mecanismos de respostas aos danos de DNA e modulação das vias associadas à exposição ao semimetal. Ensaio de viabilidade celular demonstrou que o arsenito é altamente citotóxico (IC50 – 20 μM), com tendência de indução de crescimento celular nas doses menores que 5 μM. Análises do ciclo celular por citometria de fluxo com marcação de Iodeto de propídio revelaram que As3+ induz bloqueio de ciclo celular seguido da indução de mecanismos de morte celular dose dependente. Ademais, o ensaio cometa alcalino e modificado, com o uso da enzima Formamido Pirimidina DNA Glicosilase (FPG), revelou que o arsenito é capaz de induzir altos índices de dano ao DNA, incluindo por oxidação, imediatamente ao final da exposição. Por fim, Análises proteômica por LC−MS/MS label-free shotgun mostram que o arsenito é capaz de modular proteínas estruturais e relacionadas com processos redox, como a tioredoxina redutase, além de, alterar processos biológicos relacionados ao reparo de DNA, na concentração de 30 μM, 12 horas após exposição. Em conjunto, estes resultados contribuem para o entendimento dos efeitos do arsenito nas diferentes doses e tempo após exposição aguda no DNA e proteínas, podendo contribuir para ampliar o conhecimento e o entendimento dos mecanismos mutagênicos e carcinogênicos induzidos pelo semimetal.
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    Aplicação de farmacometria na análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do Benznidazol em modelo murino.
    (2023) Mendes, Thaís Fernanda Rodrigues Bastos; Carneiro, Cláudia Martins; Bandeira, Lorena Cera; Carneiro, Claudia Martins; Romero, Israel Molina; Jeremias, Wander de Jesus; Bandeira, Lorena Cera
    A doença de Chagas foi descoberta há mais de cem anos e ainda é um problema de saúde pública mundial, já que o potencial terapêutico do Nifurtimox (NFX) e Benznidazol (BNZ), únicos medicamentos usados para o tratamento da doença ainda é muito limitado. O foco deste trabalho é o BNZ, único fármaco utilizado no Brasil. Além dos diversos efeitos colaterais e limitações, a complexidade da doença torna a eficácia terapêutica do BNZ bastante variável. Ainda que existam estudos farmacocinéticos pré-clínicos, eles são escassos ou insuficientes para responder a tantos questionamentos para elucidar os problemas relacionados ao BNZ. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do benznidazol no baço, pulmão e rim de camundongos sadios submetidos a diferentes esquemas terapêuticos, envolvendo a farmacometria, também conhecida como modelagem e simulação (M&S). A distribuição do BNZ do plasma para os tecidos foi avaliada a partir do modelo farmacocinético em camundongos previamente disponível e considerado como compartimento central ao qual foram sequencialmente incluídos os dados de concentração nos tecidos, que foram então parametrizados como compartimentos periféricos. As estimativas foram conduzidas por modo de estimação condicional de primeira ordem com interação implementado no software NONMEN v.7.5.0 e os resumos, testes estatísticos, estruturação dos dados e elaboração de gráficos foram realizados com auxílio do software R. A confiabilidade do nosso modelo de farmacocinética populacional (popPK) do BNZ foi validada pela ferramenta de verificação preditiva visual (Visual Predictive Check - VPC) com correção de predições e variância do BNZ nos tecidos de camundongos obtidos após 1000 simulações. O ajuste do modelo das estimativas aos dados observados foi avaliado por gráficos de qualidade de ajuste (Goodness Of Fit - GOF), que relacionam valores preditos versus observados individuais e populacional para cada tecido, assim como resíduos ponderados condicionais (CWRES) versus concentrações populacionais preditas e CWRES versus tempo. Apenas a distribuição para o baço e rim apresentou variabilidade inter-individual (IIV) no volume de distribuição dos tecidos. Os intervalos das predições VPC são espessos e se sobrepõem, devido a amostragem esparsa nos dados de tecidos. Porém são poucas as inadequações entre as concentrações observadas e simuladas. Apesar de apresentar algumas estimativas com CWRES pronunciados devido a outliers, a maioria das concentrações teciduais preditas estão próximas das observadas, demonstrando a boa adequação do modelo aos dados. Apesar da natureza esparsa dos dados, o erro residual padrão das estimativas é como o esperado. A distribuição do BNZ não ocorre de forma uniforme, mas aparenta ser dose dependente. O clearance (Q) do pulmão é de 9.40x10-4 (L/h), do baço e rim Q=0.292 e 0.051 (L/h), respectivamente. O Cmax do pulmão é de 79.49 μg/mL, seguido pelo baço com Cmax=5.66 μg/mL e rim com Cmax= 2.46 μg/mL. Quanto à AUC0- 12h, o pulmão exibe 926.7 μg∙h/mL, o baço e rim, AUC 0-12h=16.76 e 9.62 μg∙h/mL. Nossos dados evidenciam a necessidade de ajustes na formulação, concentrações ou na frequência da tomada do fármaco durante o tratamento para que a distribuição seja mais homogênea e alcance concentrações tripanocidas em todos os tecidos.
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    Avaliação de proteção heteróloga utilizando proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral.
    (2023) Silva, Felipe Oliveira da; Roatt, Bruno Mendes; Roatt, Bruno Mendes; Costa, Guilherme de Paula; Brito, Rory Cristiane Fortes de
    A leishmaniose visceral é considerada a forma mais grave dentre as formas clínicas das leishmanioses e até o momento não há uma vacina que possa ser empregada em campanhas de controle e profilaxia dessa doença. Por isso, se torna necessário um estudo aprofundado no ramo da vacinologia para encontrar possíveis candidatos vacinais que evidenciem imunogenicidade e eficácia. As vacinas atuais com maior potencial imunogênico têm origem de proteínas recombinantes, e sua aplicação tem demonstrado uma eficácia quando analisadas em modelos experimentais murinos. Neste contexto, as proteínas Enolase e Hipotética (rLbHyp) foram avaliadas em camundongos e demonstraram potencial imunogênico com uma baixa carga parasitária quando analisado os órgãos que mais são acometidos pela LV (baço, fígado e medula óssea). Dessa forma, ensaios em modelo hamster (Mesocricetus auratus), são indicados e podem contribuir para uma melhor avaliação destas proteínas visto que este modelo apresenta diversas características da doença quando comparados cães e humanos. O objetivo deste estudo foi então avaliar a eficácia de imunização através de uma vacina composta por proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral experimental em modelo hamster Mesocricetus auratus. Para isto, hamsters foram divididos em oito grupos experimentais sendo estes: animais não imunizados (CI), imunizados com saponina (Sap), proteína hipotética (Hip), proteína enolase (Eno), combinação proteína hipotética e enolase (Hip + Eno), imunizados com proteína hipotética + saponina (Vac Hip), proteína enolase + saponina (Vac Eno), e combinação proteína hipotética e enolase + saponina (Vac Hip + Eno). Os animais receberam três doses de imunização, tendo um intervalo de 21 dias entre elas. Logo após a última dose, foram esperados mais 30 dias para a realização do desafio experimental, sendo um inóculo de 2x107 promastigotas de L. infantum pela via intraperitoneal. Logo após, esperou-se 60 dias para realizar a eutanásia desses animais e amostras de sangue, soro, fragmentos do baço foram obtidos para a realização de diferentes análises laboratoriais através de análises hematológicas, imunológicas e parasitológicas. Em relação aos parâmetros hematológicos, leucograma, eritograma e plaquetas, foram observados padrões normais, principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas (Vac Hip, Vac Eno e Vac Hip+Eno). A resposta celular nos mostrou uma elevação nas células CD4+ produtoras das citocinas IFN- e TNF e uma redução nos níveis de IL-10 nos grupos imunizados. A análise macroscópica do baço demonstrou uma esplenomegalia nos grupos CI e Sap comparados aos outros grupos experimentais. Estes resultados foram associados aos dados de carga parasitária onde observamos uma redução do parasitismo hepato-esplênicos principalmente nos grupos com as composições vacinais completas. Em vista disso, os resultados apresentados demonstram uma imunogenicidade importante desencadeada principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas, mostrando a relevância vacinal das duas proteínas em um modelo de susceptibilidade na LV.
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    A influência da restrição alimentar severa sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar.
    (2023) Rodrigues, Lucas Viana; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Queiroz, Thyago Moreira de
    A restrição alimentar (RA), definida como uma limitação na quantidade de calorias consumidas por um indivíduo, quando severa, provoca déficits nutricionais, metabólicos e comportamentais. Estudos experimentais demonstraram comportamento relacionado à ansiedade em ratas submetidas à RA severa. Além disso, dados da literatura apontaram relação entre danos oxidativos no cérebro (e.g.: na amígdala e no hipocampo), comprometimento do sistema nervoso e aumento dos níveis de ansiedade. Neste estudo, avaliamos os efeitos da restrição alimentar severa, por 14 dias, sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar. Aos 90 dias de vida, os ratos foram submetidos a uma avaliação alimentar por 14 dias para determinação da média alimentar diária. Posteriormente, foram divididos em grupo controle (GC) e restrito (GR; que recebeu 40% da dieta do GC), e submetidos à 14 dias de protocolo nutricional, seguidos da realização dos testes comportamentais de labirinto em cruz elevado (LCE), caixa claro/escuro (CE) e campo aberto (CA) para avaliação do comportamento do tipo ansiedade e atividade locomotora. Após os testes comportamentais, foram eutanasiados para coleta do plasma, órgãos e tecidos destinados as análises biométricas, metabólicas e de estresse oxidativo. Neste estudo, a RAS promoveu alterações biométricas e metabólicas (i.e.: redução da massa corporal, das massas do fígado e dos tecidos adiposos brancos, e da concentração plasmática de triacilglicerol), mas não alterou a homeostase redox na amígdala e hipocampo. Ademais, aumentou o tempo de permanência e o número de entradas nos braços abertos do LCE e reduziu o tempo de permanência nos braços fechados deste aparato. Também elevou o tempo de tomada de decisão e reduziu o tempo no escuro na caixa claro/escuro, indicando um aumento do comportamento exploratório – respostas sugestivas da busca por alimento, cuja motivação de suprir uma necessidade vital potencialmente superou a ansiedade gerada no aparato. Estes achados, contrários aos dados da literatura obtidos em ratas, sugerem um possível dimorfismo sexual na resposta neurobiológica comportamental à RAS e fomenta um novo direcionamento para futuras pesquisas acerca da neurobiologia dos comportamentos relacionados à ansiedade nos contextos de restrição alimentar. Palavras-chave: restrição alimentar severa, comportamento, estresse oxidativo, labirinto em cruz elevado, caixa claro-escuro.
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    Avaliação do uso de proteína quimérica associada a miltefosina como estratégia de imunoquimioterapia para o tratamento da leishmaniose visceral em modelo hamster Mesocricetus auratus.
    (2023) Gonçalves, Letícia Captein; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Duarte, Mariana Costa; Barbosa, Maria Andréa
    A leishmaniose visceral (LV) é classificada como a doença mais severa entre as leishmanioses. Como medidas de controle da doença, o Ministério da Saúde preconiza a administração de tratamento precoce, no entanto, a elevada toxicidade e os custos elevados dos fármacos utilizados constituem fatores limitantes, resultando em taxas significativas de interrupção do tratamento e contribuindo para a formação de cepas resistentes aos medicamentos, elevando a taxa de letalidade da LV. Dessa forma, faz-se necessário novas estratégias para o combate à doença. Dentre essas estratégias destaca-se a imunoquimioterapia, que se caracteriza pela combinação de substâncias biológicas que modulam e ativam a resposta imune em conjunto com substâncias quimioterápicas, reduzindo a toxicidade, a duração do tratamento e os custos associados aos medicamentos. Diante disso, propomos, por meio deste estudo, a comparação de distintos regimes de imunoquimioterapia, usando a associação de proteínas quiméricas associadas ao adjuvante MPL e miltefosina, sob a forma de terapia seriada e isolada, empregando infecção experimental por L. infantum em hamsters Mesocricetus auratus; Foram divididos 9 grupos (i) CI; (ii) Milt14; (iii) Milt28; (iv) MPL Iso; (v) Qui-a MPL Iso; (vi) Qui-a MPL + Milt14 Iso; (vii) MPL S; (viii) Qui-a MPL S; (ix) Qui-a MPL + Milt14 S; Foi realizado a infecção pela via intraperitoneal com 5x107 promastigotas de L. infantum. Se deu início aos regimes de tratamento 60 dias após a infecção, e os animais foram eutanasiados 30 e 90 dias finalizados os tratamentos. Durante esse procedimento, foram coletados fragmentos do baço e fígado, bem como amostras de sangue e soro. Foi observado em relação às análises hematológicas por meio de contagem diferencial, um aumento nos leucócitos nos animais tratados, tanto de forma seriada quanto isolada. Do mesmo modo, foi observado um aumento na produção de IFN-γ e TNF por linfócitos esplênicos totais e CD4+ , nos animais tratados de forma isolada 30 dias pós finalizados o tratamento, já no tempo 90 este aumento foi mais evidente nos grupos tratados de forma seriada, bem como uma redução da interleucina IL-10, estimulando uma resposta celular capaz de controlar o parasitismo tecidual esplênico nestes animais tratados em protocolos isolado ou seriado com a quimera associada ou não ao miltefosina. Sendo a combinação Qui-a MPL + Milt14 S se destaca como uma estratégia promissora a ser utilizada para o tratamento da LV.
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    Avaliação dos efeitos da exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos adultos C57BL/6.
    (2022) Rodriguez Herrera, Andrea Jazel; Bezerra, Frank Silva; Bezerra, Frank Silva; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Nagato, Akinori Cardozo
    O tabagismo é o responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano, e é a causa de aproximadamente 50 doenças, incluindo câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. Os cigarros eletrônicos, surgiram como uma alternativa ao tabagismo, mas as consequências do uso a longo prazo ainda não estão claras. O objetivo deste estudo foi avaliar um modelo crônico de exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos C57BL/6 machos e fêmeas. Foram utilizados 48 camundongos com idade entre 8 e 10 semanas, que foram divididos em 6 grupos (n=8): controle fêmeas (GCF), cigarro convencional fêmeas (GCCF), cigarro eletrônico fêmeas (GCEF), controle machos (GCM), cigarro convencional machos (GCCM) e cigarro eletrônico machos (GCEM). Os animais dos grupos GCCF e GCCM foram expostos à fumaça de cigarro convencional (FC) (12 cigarros por dia) durante 60 dias. Os grupos GCEF e GCEM foram expostos ao aerossol do cigarro eletrônico (ACE) durante 60 dias (12 ciclos de exposição com 20 puffs/cada ciclo). Ao final das exposições, os animais foram mantidos por 60 dias sem exposição. 24 horas após o protocolo experimental, os parâmetros ventilatórios foram mensurados e coletados e os animais foram eutanasiados, e coletados o sangue, o lavado broncoalveolar e os pulmões para análise morfométrica e bioquímica. Os animais do grupo GCEF apresentaram maior frequência respiratória e volume minuto em comparação com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior volume corrente e volume minuto comparado com o GCM. No sangue periférico, GCCF foi observado maior número de linfócitos, monócitos e neutrófilos em comparação com o GCF. A exposição ao ACE aumentou o número de monócitos e neutrófilos. A exposição à FC e ao ACE promoveram recrutamentos de macrófagos, neutrófilos e linfócitos para as vias aéreas inferiores e promoveu maior peroxidação lipídica e oxidação de proteínas em comparação ao controle em machos e fêmeas. No homogenato pulmonar GCEF e GCEM mostraram maior concentração de proteínas comparado com o controle. A atividade de superóxido dismutase (SOD) foi maior no GCCF em comparação com o controle. Nos machos, a atividade de SOD foi menor no GCEM comparado com GCM e GCCM. Além disso, a atividade de catalase foi menor GCEM em comparação com GCM e GCCM. A expressão da metaloproteinase 2 (MMP-2) foi maior em GCCF comparado com o GCF. Houve maior densidade de volume de espaço aéreo alveolar (Vv [a]) e intercepto linear médio (Lm) no GCEF comparado com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior Vv[a] e Lm em comparação com GCM. Os resultados mostraram que a FC e ACE provocaram em camundongos C57BL/6 de ambos os sexos danos no pulmão confirmados pelas alterações no parênquima pulmonar e parâmetros ventilatórios, através do recrutamento de células inflamatórias e desequilíbrio redox, desenvolvendo uma condição patológica semelhante à enfisema pulmonar.
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    Efeitos do desafio ao frio sobre a expressão de melanopsina, canais TRP e peptídeos natriuréticos no coração de camundongos.
    (2023) Resende, Letícia Teresinha; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Natali, Antônio José
    A melanopsina (OPN4) é uma opsina fotorreceptora e termorreceptora em mamíferos. Vários órgãos e tecidos expressam essa molécula, tal como o coração, um órgão que não recebe luz, e possui uma alta expressão de OPN4. Essa molécula recruta a abertura dos canais de potencial receptor transitório (TRPs). De acordo com nossa hipótese, a melanopsina e os canais TRP expressos no coração monitorariam e interpretariam a variação de temperatura interna, por meio do fluxo sanguíneo advindo da periferia e do trato respiratório. Como resposta a esse mecanismo, promoveria a expressão de alguns de seus principais hormônios peptídeos natriuréticos (NPs): ANP e BNP. Essa variação implicaria em ajustes do seu próprio metabolismo e de outros tecidos. Portanto, o presente estudo objetiva avaliar por PCR quantitativo os efeitos da exposição ao frio e da ausência do canal TRPA1 sobre a expressão gênica de Opn4, Trpv1, Trpa1, Trpm8, Nppa e Nppb em átrios e ventrículos de camundongos machos adultos C57BL/6J tipo selvagem (WT) e nocaute para Trpa1 (TrpA1 KO). Os animais foram divididos em 4 grupos experimentais, expostos às temperaturas de 30°C e 22°C. Os resultados de PCR quantitativo indicaram uma maior expressão de Opn4 nos átrios do que nos ventrículos a 30oC, nos grupos WT e TrpA1 KO. Além disso, houve diferença significativa entre os átrios e entre os ventrículos a 30oC e 22oC em animais WT e TrpA1 KO. Quanto aos canais TRP, o gene Trpv1 não apresentou valores significativos entre os grupos. Trpa1 indicou maior expressão em átrios e ventrículos a 22oC. Para Trpm8 houve diferença significativa entre átrio e ventrículo de TrpA1 KO a 30oC e entre os ventrículos, tanto para temperaturas, como para os genótipos, exceto para o grupo WT a 22oC. Quanto aos NPs, o gene Nppa foi mais expresso em ventrículos. Além disso, teve maior expressão nos átrios de TrpA1 KO a 30oC do que a 22oC. Por fim, Nppb indicou maior expressão nos ventrículos do grupo WT a 30oC do que a 22oC e maior expressão nos átrios do que nos ventrículos do grupo WT a 22oC. Dessa forma, concluímos que a OPN4 e os canais TRP possam estar atuando como moléculas mediadoras na termorrecepção no coração e que a variação interna de temperatura influencia a expressão dos NPs nos átrios e ventrículos.
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    Fatores associados à perda funcional em pacientes infectados com Sars-Cov-2 no município de Ouro Preto.
    (2023) Oliveira, Taciana de; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Grenfell, Rafaella Fortini Queiroz; Souza, Gabriela Guerra Leal de
    Os efeitos da covid-19 não se restringem somente à fase aguda, sendo comumente relatadas ocorrências de complicações após a cura da infecção. Esta situação é denominada covid-19 Longa. Após a introdução da vacinação contra o SARS-COV-2, o principal problema da covid- 19 são as complicações pós-covid, dentre elas àquelas associadas à necessidade de reabilitação física. Considerando que esta complicação tem grande impacto na qualidade de vida, nosso objetivo foi investigar os fatores associados à necessidade de reabilitação após infecção pelo SARS-CoV-2. Para isso, foi realizado um estudo transversal, envolvendo os pacientes do ambulatório pós-covid do município de Ouro Preto e em uma amostra aleatória da população que teve covid-19. A partir deste transversal foi realizado um estudo caso-controle, onde os casos foram compostos por usuários atendidos no ambulatório que passaram por reabilitação, e os controles foram os moradores do município que tiveram covid-19 e não precisaram de reabilitação. Foi aplicado questionário aos participantes e para investigar fatores associados à reabilitação foi realizada a regressão multivariada de Poisson. Também foi utilizado o modelo de Poisson a partir de modelos teóricos de causalidade, baseado em Gráfico Acíclico Direcionados (DAG), para orientar e estimar o efeito da situação vacinal e a sarcopenia na necessidade de reabilitação. Foram coletadas informações de 99 pacientes do ambulatório e 230 pessoas da população no período de julho de 2022 a junho de 2023. Foi observado que a administração de 3 ou mais doses de vacina reduziu o risco da necessidade de reabilitação (IRR 0,4); já a necessidade de hospitalização durante a fase aguda (IRR 2,0); idade superior a 60 anos (IRR 2,8) e ocorrência de sintomas musculoesqueléticos (IRR 2,5) aumentam o risco da necessitar de reabilitação. Através do DAG foi observado que existe associação causal entre a situação vacinal (IRR 0.2) e a sarcopenia (IRR 1,5) na necessidade de reabilitação. Também observou-se que a presença de comorbidade (IRR 2,5) aumenta o risco de a pessoa necessitar de reabilitação. É importante que o serviço de saúde esteja preparado para a reabilitação de pacientes no pós-covid, principalmente aqueles hospitalizados e pacientes em idade mais avançada. Nossos resultados reforçam a importância da vacinação na redução das sequelas da covid-19 e a necessidade de maior atenção às pessoas idosas e com comorbidades prévias, bem como aos pacientes que estiveram internados e que tiveram sintomas muscoluesqueléticos no pós-covid.
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    O papel de CD40 expresso nos macrófagos com ênfase na infecção por Leishmania amazonensis – revisão.
    (2022) Oliveira, Suzy Carvalho; Afonso, Luís Carlos Crocco; Afonso, Luís Carlos Crocco; Figueiredo, Amanda Braga de; Amaral, Joana Ferreira do
    A Leishmania é o parasita que causa a doença conhecida como leishmaniose. A doença afeta as vísceras ou o tegumento, e apresenta sintomas de leves a graves, a depender da espécie transmissora. Nosso laboratório, nos últimos anos, investigou a resposta imune decorrente de infecções por Leishmania. Os resultados obtidos revelaram que L. amazonensis, quando comparada a outras espécies, apresenta resposta imune diferenciada, caracterizada pelo sucesso do parasita em resistir as respostas imunológicas do hospedeiro. Estudos realizados em células dendríticas mostraram que a infecção por L. amazonensis reduziu a expressão do receptor CD40 associada ao aumento na expressão da ectonucleotidase CD39 e 5’- nucleotidase CD73, responsáveis por hidrolisar ATP extracelular em ADP, AMP e adenosina, ocasionando a supressão imunológica. O CD40, expresso nos macrófagos, ao interagir com o ligante CD40L irá estimular os linfócitos T CD4+ a produzir IFN-y, responsável por ativar o macrófago para que este produza NO e destrua o patógeno fagocitado. Macrófagos ativados por IFN-y ativam o receptor purinérgico P2X7 e induzem a liberação de ATP. O ATP extracelular é hidrolisado pelas enzimas CD39 e CD73, que são altamente expressas durante a infecção por L. amazonensis. A adenosina gerada nesse processo leva a imunossupressão. Diante disso, propusemos realizar uma revisão da literatura que visa o papel da expressão de CD40 nos macrófagos com ênfase na infecção por Leishmania amazonensis. Ao fim, foi apresentado um modelo hipotético de possíveis mecanismos de evasão que a L. amazonensis utiliza para obter sucesso na infecção.
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    Seleção de potenciais peptídeos para o diagnóstico sorológico da leishmaniose visceral canina por imunoinformática.
    (2021) Maia, Rodrigo da Costa; Reis, Alexandre Barbosa; Brito, Rory Cristiane Fortes de; Reis, Alexandre Barbosa; Brito, Rory Cristiane Fortes de; Guimarães, Ana Carolina Ramos; Moreira, Leandro Marcio
    A Leishmaniose Visceral é uma doença negligenciada, com ampla distribuição geográfica, comportamentos ecoepidemiológicos distintos (zoonótica ou antropoótica) e potencialmente fatal quando não tratada. Nas Américas, assim como em parte da Europa apresenta um comportamento zoonótico ou antropozoonótico tendo o cão como principal reservatório do parasito (Leishmania (L.) infantum e seu diagnóstico, no entanto, apresenta limitações principalmente com relação a especificidade e ou sensibilidade dos testes sorológicos utilizados, como é o caso do programa de controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), executado no Brasil. A fim de contribuir na busca por componentes que possam refinar as técnicas de diagnóstico sorológico, no presente estudo, foram selecionados e avaliados o potencial de peptídeos para serem empregados no imunodiagnóstico da LVC. Para isso, foram selecionados e avaliados, a partir de um banco de dados relacional, peptídeos quanto a: escores em algoritmos de predição de epítopos para células B (BepiPred, BCPred12 e AAP12), função biológica das proteínas as quais esses peptídeos pertenciam por meio de redes de interação proteína-proteína, similaridade, por meio do BLASTp, além de Atracagem (CABSdock) e Dinâmica Molecular (GROMACS). Após isso, foi otimizada e padronizada a técnica de ELISA empregando os peptídeos selecionados. Para tal, foram testadas duas concentrações de peptídeos (0,25 e 0,5μg) assim como três diluições de amostra (1:200;1:400 e 1:600) e as seguintes diluições do conjugado IgG de cão (1:16.000;1:20.000 e 1:24.000). Como resultados, foram selecionados dez peptídeos a partir do banco de dados relacional, todos com escores maiores que 0,5 para todos os algoritmos de predição além de não serem componentes de proteínas intracelulares do parasito. A similaridade entre outras espécies do mesmo gênero foi consideravelmente alta, no entanto para parasitos de outros gêneros os peptídeos em sua maioria mostraram-se com baixa similaridade. Quanto a atracagem, somente dois peptídeos foram classificados como bons modelos em se tratando a qualidade, enquanto os outros oito se enquadraram como ótimos modelos. Durante a simulação de dinâmica molecular observamos valores relativamente altos de Root-Mean-Square Deviation of Atomic Positions RMSD para todos os peptídeos. Na padronização de ELISA foi possível observar que as melhores condições para as avaliações das amostras individualmente, foram as que empregaram a concentração de 0,25 μg dos peptídeos e em diluição plasmática de 1:600 e do conjugado de 1:16.000, respectivamente, mostraram a capacidade dos peptídeos em diferenciar em no mínimo 3 vezes amostras de cães infectados por L. infantum e não infectados. Em suma a seleção dos peptídeos a partir de parâmetros obtidos por bioinformática se mostrou promissora visto o potencial dos peptídeos selecionados, que se apresentavam potenciais para sua utilização futura em teste diagnóstico sorológico de alto desempenho. Neste sentido este trabalho abre perspectivas para prosseguir com estes testes de validação dos antígenos em bancos de soros que possuem diversos perfis de amostras de cães naturalmente infectados, portadores de diferentes manifestações clínicas, cargas parasitárias, antes e após tratamento e intervenção vacinal, ampliando assim as perspectivas de avanços biotecnológicos no campo do diagnóstico sorológico para leishmaniose visceral em especial para LVC.
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    Ativação comparativa in vitro de vias sinalizadoras em resposta a infecção por Dengue 2, Zika e Febre amarela virus em células murinas.
    (2023) Pineda Arrieta, Orlando Alfredo; Silva, Breno de Mello; Silva, Breno de Mello; Isoldi, Mauro César; Nogueira, Maurício Lacerda
    Os arbovírus são um conjunto de agentes infecciosos transmitidos por artrópodes, sendo os Flavivirus Dengue virus (DENV), Zika virus (ZIKV) e Yellow fever virus (YFV) um grande problema para a saúde pública. Na infecção celular por esses vírus, a ativação de vias de sinalização e a transdução de sinais desempenham funções essenciais na patogênese e fisiopatologia da doença, e a complexidade dos mecanismos moleculares da célula em resposta à infecção por agentes virais destaca a necessidade de compreender a bioquímica intracelular em diferentes modelos. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a ativação das vias de sinalização NR-F2, NF-κB e AP-1 em resposta à infecção por DENV 2, ZIKV e YFV, bem como a geração de ROS e a expressão de proteínas antioxidantes, pró-inflamatórias e peroxidação lipídica (TBARS) em células murinas J774, em diferentes momentos, com um M.O.I de 5. Além disso, identificar a via de sinalização que tem mais atividade transcricional para ativar o promotor da Interleucina 6. Para isso, células J774 foram transfectadas com um conjunto de plasmídeos contendo elementos de ligação para o fator de transcrição NRF2, NF-κB e AP-1 na região promotora, e que codificam o gene luciferase, além de um plasmídeo que codifica para outro tipo de luciferase de forma constitutiva como controle de transfecção, o pRL-TK. Adicionalmente, células J774 foram transfectadas com plasmídeos contendo 651 pb da região promotora do gene da interleucina 6 com e sem modificações para a ligação dos fatores de transcrição NF-κB e AP-1. Nossos resultados mostram que os três vírus aumentaram a geração de ROS e diminuíram a atividade transcricional de NRF2, bem como a expressão das enzimas antioxidantes SOD e CAT. Ainda, houve aumento de marcadores de danos, tais como TBARS. Assim como um aumento na atividade transcricional das vias de sinalização NF-κB e AP-1, e um aumento na expressão das citocinas pró-inflamatórias TNF e IL-6. Embora mais estudos complementares sejam necessários, nossos resultados sugerem que, neste modelo de estudo, a via NF-κB é indispensável para gerar IL-6 em células J774 infectadas com DENV 2 e YFV. Já nas células infectadas com ZIKV, a expressão de IL-6 depende tanto da via de NF-κB como de AP-1.
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    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi do benznidazol veiculado em nanopartículas de carbonato de cálcio.
    (2018) Faria, Gilson; Bahia, Maria Terezinha; Caldas, Sérgio; Bahia, Maria Terezinha; Machado, Evandro Marques de Menezes; Diniz, Lívia de Figueiredo
    A doença de Chagas é uma enfermidade causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, o qual pode ser transmitido pelas vias vetorial, oral, congênita, transfusional, dentre outras. Estima- se que cerca de sete milhões de pessoas estejam infectadas no mundo, a maioria na América Latina. O benznidazol (Bz) é o fármaco de escolha, mas provoca sérios efeitos adversos e é menos efetivo nas infecções crônicas. Nanopartículas de carbonato de cálcio (CaCO3) têm se mostrado promissoras, em diversos estudos realizados com patógenos intracelulares. Este estudo teve por objetivo avaliar a atividade tripanocida do Bz veiculado em nanopartículas de CaCO3 contra a cepa Colombiana de T. cruzi, a qual é 100% resistente a este fármaco . As nanopartículas foram sintetizadas e conjugadas com Bz, em cuja preparação foi observado um padrão polidisperso com tamanho médio predominante de ~200 nm. Não foi observada toxicidade em células de mamífero para concentrações de Bz livre ou conjugado às nanopartículas (NanoBz), em concentrações menores ou iguais a 100 g/mL, sendo a concentração inibitória de 50% (IC50) do crescimento celular, em conteúdo de Bz, maior que 100 μg/mL para Bz livre e NanoBz, correspondendo a 600 μg/mL das nanopartículas vazias (Nano0). Com relação à atividade anti-epimastigota in vitro, as NanoBz levaram cerca de 6 dias para induzir taxa de mortalidade semelhante à induzida pelo Bz livre em 48 h. Por outro lado, os testes com amastigotas demonstraram percentual de inibição (PI%) maior que 90% em ambos Bz livre e NanoBz, para as concentrações de Bz correspondentes a até 25 μg/mL, sendo que nas concentrações de 12,5 μg/mL a 3,125 μg/mL foi observada uma tendência das NanoBz induzirem PI% ligeiramente superiores ao Bz livre. Nos ensaios in vivo com camundongos Swiss, os tratamentos foram iniciados aos 10 dias de infecção, sendo administrado o Bz livre, conjugado às nanopartículas, ou associado (livre + conjugado) pelas via oral e intravenosa, em 23 doses intermitentes distribuídas em 50 dias, comparativamente ao esquema clássico oral por 20 dias. As Nano0 não alteraram a evolução da infecção, sendo a curva de parasitemia semelhante ao controle não tratado. As injeções isoladas de Bz livre ou NanoBz não foram capazes de induzir a total supressão da parasitemia durante os tratamentos. Contudo, induziram curvas de parasitemia com picos ~2 e 3 logs, respectivamente, menores que as dos animais-controle. O acompanhamento do peso e a ausência de mortalidade nos grupos tratados sugeriu ausência de toxicidade das nanopartículas; observou-se alta taxa de mortalidade entre os animais não tratados (66,7%). O controle de cura (exame de sange a fresco antes e após imunossupressão e PCR sanguínea e tecidual) demonstrou alta resistência parasitária ao tratamento intravenoso isolado com Bz livre ou NanoBz, provavelmente devido ao baixo teor de Bz (10 mg/kg), resultando em taxas de cura de 0% e 13,7% respectivamente. Por outro lado, as NanoBz associadas ao Bz oral no tratamento intermitente prolongado, mostraram a mais alta taxa de cura (66,7%) e mantiveram os níveis de parasitismo mais baixos. Os níveis de parasitismo cardíaco observados nos animais tratados com Bz livre por via intravenosa, na dose de 10 mg/kg, foram superiores aos dos camundongos tratados com NanoBz, com conteúdo de Bz equivalente, sendo constatada cura em 16,6% destes animais e nenhuma morte; no grupo Bz livre intravenoso, por sua vez, contabilizaram-se 33,3% de óbitos. Assim, conclui-se que a conjugação do Bz com nanopartículas de CaCO3 mostra-se como uma estratégia promissora para potencializar a liberação do Bz no interior das células infectadas, contrapondo-se à baixa permeabilidade tecidual deste fármaco.
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    Aperfeiçoamento de nanobiossensor plasmônico para diágnostico direto de flavivirus.
    (2023) Santos, Samara Mayra Soares Alves dos; Silva, Breno de Mello; Ferreira, Cyntia Silva; Silva, Breno de Mello; Ferreira, Cyntia Silva; Andrade, Lídia Maria de; Cardoso, Marcus Vinícius Cangussu
    As doenças humanas associadas aos flavivirus causam crescente morbidade e mortalidade em todo o mundo. Essas doenças têm se espalhado consideravelmente nos últimos anos, e alguns fatores dificultam seu diagnóstico, tais como a reatividade antigênica cruzada, combinada com sintomas similares entre as infecções causadas por vírus pertencentes a essa família, a co- circulação de diferentes flavivirus e pouco acesso a ferramentas avançadas de diagnóstico laboratorial. As metodologias para diagnóstico de tais vírus passam por contínuas mudanças, de forma a aprimorar alguns parâmetros tais como sensibilidade, especificidade, baixo custo e acessibilidade. Nesse contexto, a Nanotecnologia vem ganhando espaço considerável para o aprimoramento de tais métodos, contando com uma ampla gama de nanomateriais disponíveis com propriedades particulares e vantajosas. Para esse trabalho, foi desenvolvido um biossensor por meio da ressonância plasmônica de superfície localizada (LSPR) utilizando nanobastões de ouro funcionalizados à polietilenoimina 0,3% e à 0,3 μg/mL de anticorpos anti-flavivirus D1- 4G2-4- 15/ATCC® HB-112TM. Tal biossensor foi testado com diferentes concentrações de vírus (106 , 105 , 104 , 103 e 102 ) expressas em UFP/mL. Foram usados como controle positivo o Dengue virus e o Zika virus (ambos pertencentes ao gênero flavivirus) e como controles negativos o Mayaro virus e o Chikungunya virus (ambos do genêro Alphavirus). O biossensor foi capaz de detectar os vírus de interesse em todas as concentrações analisadas. Foi utilizado o Teste t de student para análises de duas varáveis e o Teste one-way Anova juntamente com a análise Sidak’s para comparar múltiplas variáveis. Os dados foram normalizados usando o software GraphPad Prism versão 8.0. Com base nos dados obtidos observa-se que o biossensor conseguiu detectar e diferenciar os vírus do gênero flavivirus na faixa de concentração entre 106 e 102 UFP/mL.
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    Avaliação de biomarcadores inflamatórios no pós-covid.
    (2022) Alves, Janine Dias; Garcia, Camila Carrião Machado; Garcia, Camila Carrião Machado; Augusto, Valéria Maria; Vital, Wendel Coura
    O mundo vem enfrentando desde março de 2020 uma das maiores pandemias de sua história, a COVID-19. Sua manifestação mais importante é uma síndrome respiratória aguda grave com alterações pulmonares e extrapulmonares, causadas pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2. Este vírus foi detectado pela primeira vez no fim de 2019, na China e, desde então, já infectou mais de 330 milhões de pessoas pelo mundo todo. A mortalidade da doença alcança em torno de 3,6% nos casos leves e 40% nos casos graves, hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva. A COVID-19 é considerada uma doença inflamatória sistêmica, sendo essencial o estabelecimento de biomarcadores para definir, não só a gravidade da doença na fase aguda, mas também, no seguimento de pacientes após a COVID-19, já que muitos deles, que sobrevivem à doença apresentam sequelas a curto e a longo prazo. Nesse sentido, a partir da análise de prontuários médicos de 100 pacientes adultos diagnosticados com COVID-19, 64 mulheres e 36 homens. Fez-se uma análise detalhada de marcadores bioquímicos e sintomatologias pós-COVID até três e com seis meses após o diagnóstico do COVID. Analisou-se as correlações entre comorbidades versus biomarcadores inflamatórios e versus Síndrome pós-COVID; biomarcadores inflamatórios versus internação e a Síndrome pós-COVID. Os dados do trabalho foram computados antes do advento das vacinas, com provavelmente a onda Alfa e Beta do vírus. Os biomarcadores DHL, GGT, AST/ALT, PCR, Dímero-D e Homocisteína mostraram-se promissores para seguimento e prognóstico dos pacientes com Síndrome pós-COVID. Assim, nossos dados contribuem para o entendimento da persistência de sintomas do COVID-19, com estabelecimento de possíveis marcadores, que orientem o tratamento e/ou condutas clínicas e que permitam minimizar as consequências após a infecção.
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    Estudo da ingestão de soluções doces ou contendo carboidrato em ratos Wistar privados de água.
    (2021) Bento, Renata Cristina Queiroz Silva; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Oliveira, André Henrique Freiria de; Alzamora, Andréia Carvalho
    A angiotensina II (ANG II) está envolvida com diferentes funções no organismo, dentre elas, os comportamentos ingestivos, como a sede, o apetite ao sal, a ingestão de alimento e, recentemente, à ingestão de sacarose. A privação hídrica, situação que pode ocorrer naturalmente, também pode ser induzida e é um protocolo que leva ao aumento endógeno da ANG II. Contudo, a literatura ainda carece de estudos que demonstrem o envolvimento da ANG II na ingestão de soluções adocicadas ou carboidratadas induzidas por privação hídrica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da privação hídrica de 24 horas na ingestão de soluções a base de carboidratos ou adocicadas, e se este efeito seria dependente dos receptores da ANG II. Para isso, ratos Wistar machos (280 – 320g) foram submetidos a três protocolos: 1) teste de preferência de duas buretas; 2) efeito da privação hídrica de 24 horas na ingestão das soluções, 2h após oferta de água (reidratação parcial); 3) participação dos receptores AT1 e AT2 da ANG II na ingestão das soluções que foi alterada com a privação. Para a realização do terceiro protocolo os animais, primeiramente, receberam implante de cânula direcionada ao ventrículo lateral (cirurgia estereotáxica), para então, no dia do experimento receberem a injeção central de: Losartana (50 nmol/μL – LOS, antagonista do receptor AT1), PD 123319 (30 nmol/μL – PD, antagonista do receptor AT2) ou veículo (PBS, 1 l). Os resultados foram expressos como média e erro padrão da média. Para analisar a preferência, foi utilizado o teste t student. Para a ingestão ao longo do tempo, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) two-way, seguida do pós-teste Fisher’s LSD. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Todas os animais apresentaram maior preferência para as soluções quando comparadas à água, sendo a preferência média dos 6 dias para sacarose 75,7%, frutose 70,5%, glicose 64,7%, sacarina 78,9% e maltodextrina 83,0%. A privação hídrica de 24 horas, como esperado, induziu a ingestão de água. Além disso, 2 horas após a oferta da água (reidratação parcial), foi observado um aumento nas ingestões de sacarose (privado: 7,0±0,6 mL/240min vs não privado 2,9±1,1 mL/240 min), frutose (privado: 2,3±0,3 mL/240min vs não privado: 1,0±0,2 mL/240 min) e sacarina (privado: 6,3±0,8 mL/240min vs não privado 3,3±0,7 mL/240 min). Nos primeiros 15 minutos do teste de ingestão, PD 123319, mas não losartana, reduziu a ingestão de sacarose (p = 0,038). Os antagonistas angiotensinérgicos não afetaram as ingestões de frutose ou sacarina induzidas por privação hídrica. Conclui-se que embora os animais apresentem maior preferência, em relação a água, para todas as soluções estudadas, a privação hídrica de 24 horas, após o período de reidratação parcial, induziu apenas as ingestões de sacarose, frutose e sacarina, sendo que a ingestão de sacarose, mas não frutose ou sacarina, é dependente, ao menos parcialmente, da ativação dos receptores AT2 da ANG II.