Sumorilação e nedilação de proteínas em Schistosoma mansoni.

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Data
2014
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Resumo
A esquistosomose mansônica é a segunda parasitose mais devastadora segundo a Organização Mundial da Saúde, afligindo mais de 240 milhões de pessoas no mundo. Contudo, apesar do genoma do Schistosoma mansoni ser extensivamente estudado, os mecanismos envolvidos no remodelamento morfológico e adaptação do parasito após instalação no hospedeiro mamífero permanecem desconhecidos. A hipótese deste trabalho é que modificações pós-traducionais dependentes de SUMO e NEDD8 regulam o proteoma de maneira estágio-específica, contribuindo para uma adaptação rápida ao hospedeiro mamífero. Para investigar essa hipótese, inicialmente foi utilizado busca por similaridade, pesquisa de domínio e resíduos conservados, seguido de análises filogenéticas para identificar os genes relacionados com a via de sumorilação e nedilação de proteínas. Nesta etapa, também foram analisados genes do complexo COP9 signalossoma, devido a sua atividade denediladora intrínseca. Os resultados sugerem o envolvimento de 24 genes, sendo 9 com a modificação dependente de SUMO, 7 para a via dependente de NEDD8 e 8 com a montagem do complexo COP9. Em geral, as proteínas preditas apresentam um alto grau de conservação em relação às proteínas ortólogas. Para investigar padrões de expressão gênica diferencial ou estágio-específica nos estágios de cercária, verme adulto e esquistossômulos de 3,5 horas a 7 dias de cultivo in vitro, foi utilizada a técnica de qRT-PCR. Com relação à via de sumorilação, foi verificada uma expressão diferencial das E3 ligases: SmPIAS e SmRanBP2 e das enzimas desumoriladoras: SmSENP1 e SmSENP7. Além disso, a protease SmSENP1 mostrou uma atividade diferencial em verme adulto e em cercária. Já em relação à via de nedilação, foi observada uma correlação positiva entre o perfil de expressão dos constituintes da via de NEDD8 e seus alvos clássicos: culinas 1-5; p53 e p73. Subunidades do complexo COP9 signalossoma também foram avaliadas e mostraram ser mais expressas em cercária do que em verme adulto, o perfil de expressão entre os esquistossômulos foi semelhante. Também foram observadas que ambas as vias de modificação são ativadas em condições de estresse e inibidas na presença de MG132, um inibidor clássico do proteassoma. A continuação desta linha de investigação, utilizando técnicas proteômicas e silenciamento gênico, poderá confirmar a hipótese de que o proteoma de cercária e esquistossômulos jovens são extensivamente modificados por SUMO e NEDD8, sugerindo uma importância dessas vias de modificação para a instalação do parasitismo.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Proteínas, Proteinas - análise
Citação
Pereira, R. V. Sumorilação e nedilação de proteínas em Schistosoma mansoni. 2014. 162 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2014.