PPGEDU - Mestrado (Dissertações)

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    Política Institucional de Formação de Professores da UFOP : uma análise à luz do ciclo de políticas.
    (2024) Alves, Vanessa Peixoto de Carvalho; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Oliveri, Andressa Maris Rezende; Hobold, Márcia de Souza
    Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de desenvolvimento da Política Institucional de Formação de Professores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) à luz da abordagem teórico-metodológica do Ciclo de Políticas elaborado por Stephen Ball e colaboradores (Bowe; Ball; Gold, 1992; Ball, 1994a). Para efetivação desse objetivo geral, foi necessário a análise da Resolução CNE CP N° 2 de 2015 e Resolução CNE CP N° 2 de 2019, que dizem respeito a política nacional de formação de professores atual e a antecessora, com base na produção acadêmica acerca da temática. Em seguida, realizou-se a análise do processo de desenvolvimento da Política Institucional de Formação de Professores a partir do contexto de influência, contexto de produção de texto e contexto da prática, referentes à abordagem teórica metodológica do Ciclo de Políticas. Nesse sentido pesquisa é de natureza qualitativa e conta com a participação de 3 membros da Subcâmara de Licenciatura da UFOP, que é um órgão vinculado à PROGRAD da UFOP que tem como objetivo tratar das questões referentes as diretrizes curriculares institucionais para formação de professores, bem como articular os projetos pedagógicos dos cursos de licenciatura da UFOP e promover a articulação desses cursos com as redes de educação básica locais. Nesse sentido, a Subcâmara de Licenciatura é a responsável pela construção da Política Institucional de Formação de Professores da UFOP. Como método de construção de dados, utiliza-se de pesquisa bibliográfica, documental e entrevista semiestruturada com três membros da Subcâmara de Licenciatura. Os resultados obtidos mostram que a política de formação de professores da UFOP é contruída mediante a estudos e debates, com pesquisadores da área, tanto internos quanto externos a essa instituição e é desenvolvida com base nas concepções de educação e formação de professores da Resolução CNE CP N° 2 de 2015, que visam uma formação baseadas em práticas interdisciplinares, coletivas e colaborativas. Nesse sentido, a produção da política de formação de professores da UFOP reafirma o compromisso com a Educação Pública, com a aprendizagem dos estudantes, com a articulação teoria e prática, por meio de um trabalho docente interdisciplinar e colaborativo. Mediante ao cenário de imposição da Resolução CNE CP N° 2 de 2019, em substituição Resolução CNE CP N° 2 de 2015 a UFOP adota um posicionamento político de resistência a atual política nacional de formação de professores.
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    Reflexões sobre a prática pedagógica das professoras que atuam nas salas de recursos multifuncionais - SRM : desvelando a experiência de formação atreladas ao uso de tecnologias.
    (2024) Gomes, Cristiane Patricia Rocha; Paulo, Jacks Richard de; Paulo, Jacks Richard de; Dainese, Carlos Alberto; Mengalli, Neli Maria
    Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a formação inicial e continuada de três professoras atuantes nas Salas de Recursos Multifuncionais, com foco no uso da Tecnologia Assistiva. O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar o uso da Tecnologia Assistiva nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) de duas escolas da cidade Mariana-MG, bem como avaliar a formação inicial e continuada das professoras que lecionam nesse ambiente. Uma hipótese subjacente é que a deficiência na formação em Tecnologias Assistivas pode dificultar a efetiva integração dessas tecnologias na prática educacional. Para isso, foram elencados os objetivos específicos que incluem conhecer a realidade profissional das professoras, refletir sobre suas práticas pedagógicas, analisar sua formação inicial e continuada, verificar a integração de recursos computacionais e de tecnologias assistivas nessa formação, comparar as experiências das participantes e avaliar o uso de tecnologias assistivas nas salas de recursos multifuncionais. A metodologia adotada é qualitativa e descritiva, utilizando entrevistas semiestruturadas e análise documental. A pesquisa se baseia em teses e dissertações do Banco de Teses e Dissertações da CAPES, no período de 2008 a 2023. O estudo foi conduzido em uma instituição municipal de Mariana, MG, com coleta de dados realizada por meio de entrevistas semiestruturada com três docentes efetivas da rede municipal. A seleção das participantes considerou critérios como consentimento voluntário, efetividade na rede de ensino e tipo de sala de recursos disponível Tipo I e Tipo II. Os resultados indicam que a formação inicial e continuada é inadequada para abordar as tecnologias na educação inclusiva, especialmente as tecnologias assistivas, evidenciando a necessidade de ampliação do conhecimento nessa área. Também destacam o comprometimento das professoras em buscar formação complementar e a necessidade de integração das tecnologias na educação. Por fim, e não menos importante, aponta para a importância do investimento público na melhoria da formação inicial e continuada. Esta pesquisa representa uma contribuição significativa para a literatura científica, pois oferece uma análise detalhada e atualizada sobre a aplicação das tecnologias assistivas nas salas de recursos multifuncionais. Ao explorar esta temática, o estudo não apenas aborda a importância dessas tecnologias para a educação inclusiva, mas também identifica desafios específicos relacionados à sua implementação e utilização eficaz.
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    Instituição escolar e educação feminina católica : Colégio Normal Nazareth no Vale do Jequitinhonha (1926 a 1931).
    (2024) Brasil, Dostoiewsky Americano do; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Diniz, Margareth; Lopes, Eliane Marta Teixeira
    Este estudo investiga a formação de professoras normalistas no Colégio Nazareth em Araçuaí, Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, durante o início do século XX. Fundado pela Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas de Oirschot, o colégio desempenha um papel crucial na educação feminina católica da região. A pesquisa abrange o contexto político e eclesiástico da época, a legislação que regia as escolas normais e o impacto da educação feminina na sociedade local. Utilizando uma metodologia que inclui revisão de literatura, análise documental e estudo de caso, a pesquisa revela como a instituição respondeu à necessidade de formação de professoras para suprir a demanda educacional da região. A revisão de literatura oferece uma compreensão ampla do cenário educacional e religioso, destacando os desafios e avanços na formação de professoras. A análise documental inclui a investigação de arquivos históricos, leis educacionais e registros escolares, proporcionando uma visão detalhada das práticas e políticas adotadas pelo colégio, levando em consideração as determinações educacionais vigentes. O estudo de caso do Colégio Nazareth permite uma análise profunda de sua estrutura, funcionamento e impacto na comunidade local. O trabalho destaca a importância regional do Colégio Nazareth, sua cultura escolar e a trajetória de suas normalistas, evidenciando a contribuição da educação católica na formação docente no Vale do Jequitinhonha. A cultura escolar do colégio é caracterizada por um rigor disciplinar e uma formação moral e religiosa intensiva, refletindo os valores da Congregação das Irmãs Franciscanas. A trajetória das normalistas é marcada por um comprometimento com a educação e a transformação social, muitas vezes enfrentando adversidades para alcançar seus objetivos. Em conclusão, a dissertação demonstra que o Colégio Nazareth desempenhou um papel fundamental na formação de professoras na região do Vale do Jequitinhonha, contribuindo significativamente para a melhoria da educação local. A formação oferecida pelo colégio não só atendeu às necessidades educacionais da época, mas também promoveu a emancipação e o empoderamento das mulheres, inserindo-as em um contexto de maior participação social e profissional. Este estudo, portanto, enfatiza a importância histórica e educacional do Colégio Nazareth para o desenvolvimento da região.
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    Concepções de ensino, aprendizagem, currículo e avaliação de estudantes do ensino superior : uma análise por meio de desenhos.
    (2024) Andrade, Yasmin Maria Marzano; Matos, Daniel Abud Seabra; Brown, Gavin Thomas Lumsden; Matos, Daniel Abud Seabra; Brown, Gavin Thomas Lumsden; Silva, Luciano Campos da; Santos, Gleiber Couto
    O objetivo desta pesquisa foi analisar, por meio de desenhos, as concepções de ensino, aprendizagem, currículo e avaliação de estudantes do Ensino Superior, assim como a relação entre essas concepções. Utilizamos dados das pesquisas de Matos (2010) e Landim (2015), que analisaram concepções de avaliação dos estudantes. Como referencial teórico, apresentamos os conceitos de ensino, aprendizagem, currículo e avaliação, a partir de concepções diversas. Incluímos exemplos de trabalhos, sobretudo da literatura internacional, que se propuseram a analisar essas concepções por meio de desenhos. Não encontramos trabalhos que analisassem as concepções de currículo dos alunos por meio de desenhos. Nossa amostra foi composta por estudantes do Ensino Superior (N = 100; 46 homens e 54 mulheres; idade M = 28,9 anos; DP = 7.99) de duas Instituições de Ensino Superior de Minas Gerais: uma universidade federal (N = 24) e um centro universitário privado (N = 76), de 16 cursos de graduação. Na tarefa de desenho estruturado, os alunos tiveram de desenhar o modo como entendiam o relacionamento entre ensino, aprendizagem, currículo e avaliação, além de escrever uma explicação sobre ele. Como metodologia, primeiro, utilizamos análise de conteúdo para a classificação dos desenhos. Criamos oito categorias de análise e também utilizamos as mesmas categorias de Landim (2015), o que totalizou 16 categorias. Depois, realizamos uma análise correlacional entre categorias da nossa pesquisa e da pesquisa de Landim (2015), em uma triangulação de dados. Dentre os principais resultados, destacamos: os alunos consideraram todos os elementos como importantes, pois a grande maioria usou os quatro conceitos de maneira conectada. No entanto, alguns conceitos foram mais relevantes que outros: o ensino tendeu a ser considerado pelos estudantes como a base necessária e a fonte primordial que alimenta os demais. A avaliação, de forma geral, foi entendida como algo acessório, periférico e injusto. A inter-relação e a dependência entre os conceitos apresentaram um padrão de causalidade específico na maior parte dos desenhos: o ensino foi o elemento causal ou de origem, e a avaliação foi o elemento dependente/final. Esse resultado esteve associado a uma concepção de avaliação como algo mais isolado e que acontece ao final do processo de ensino e aprendizagem. A ideia de correção foi destacada pelos sujeitos, que associaram a avaliação a elementos como notas, conceitos e correções elaborados pelo professor. Assim, diversos dados apontaram para uma visão da avaliação como algo separado e apenas quantitativo. Em relação à análise correlacional, emoções negativas e opressão (r = 0,56) e monitoramento e opressão (r = 0,60) apresentaram as correlações mais altas: na medida em que a opressão (ideia de pressão e sobrecarga sobre os estudantes) aumenta, as emoções negativas aumentam; conforme aumenta o monitoramento (sensação de vigilância e de estar sendo controlado pelos professores), aumenta a opressão. Na análise de correlação tetracórica entre as mesmas categorias da nossa pesquisa com a de Landim (2015), os coeficientes mais altos foram das categorias imprecisão, opressão, competição e caráter processual (entre 0,47 e 0,58). Podemos afirmar que existiu uma tendência dessas categorias terem sido representadas nos dois tipos de desenhos (livre e estruturado), o que indica certo padrão nas concepções dos estudantes. Uma limitação deste estudo diz respeito à categorização ter sido feita por apenas um pesquisador, uma vez que o método ideal é a concordância de juízes, em que mais de um avaliador classifica os desenhos. Reiteramos a necessidade de pesquisas futuras que investiguem concepções de ensino, aprendizagem, currículo e avaliação dos estudantes a partir de desenhos e de diferentes métodos, com o intuito de considerar o ponto de vista dos alunos. Em nossa revisão bibliográfica, observamos que existe pouca utilização de desenhos na área educacional, em especial no Brasil.
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    A utilização das TDICs no processo de ensino e de aprendizagem no ensino fundamental I - anos iniciais : práticas e desafios
    (2024) Mendes, Francieli Carneiro; Paulo, Jacks Richard de; Paulo, Jacks Richard de; Rezende, Márcia Ambrósio Rodrigues; Furtado, Maria Aparecida Silva
    No contexto atual da educação, as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) desempenham um papel cada vez mais importante no processo de ensino e aprendizagem. Com o avanço tecnológico e a digitalização crescente da sociedade, tornou-se fundamental explorar como essas ferramentas podem ser efetivamente incorporadas à prática pedagógica para potencializar a qualidade da educação. Diante desse cenário, a presente pesquisa tem por objetivo analisar de que maneira a utilização das TDICs podem contribuir para os processos de ensino e de aprendizagem, de alunos do Ensino fundamental I. Apresenta-se como problema de pesquisa as seguintes indagações: Como a integração de atividades pedagógicas mediadas pelas TDICs podem contribuir para o processo de ensino e de aprendizagem? Quais seriam os desafios para o uso das novas tecnologias em sala de aula? O professor, de acordo com sua formação inicial e continuada, é capaz de construir metodologias inovadoras que demandam o contexto atual? Para responder tais questionamentos e nortear o desenvolvimento do estudo, foram traçados os seguintes objetivos: 1. Identificar se as escolas apresentam infraestrutura que atenda as demandas necessárias ao trabalho docente para o uso das tecnologias digitais; 2. Verificar se há a oferta e regularidade em termos de perspectivas de formação continuada do professor para lidar com as novas demandas tecnológicas que envolvem as salas de aula na contemporaneidade; 3. Identificar como os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental I utilizam as TDICs em suas práticas pedagógicas; 4. Conhecer as percepções dos professores quanto ao aprendizado dos alunos com a utilização das TDICs nas aulas. Este estudo adota uma abordagem qualitativa, com foco na pesquisa de campo. Para o fomentar o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que diz respeito às habilidades relacionadas ao uso das TDICs. Para a coleta de dados, foram aplicados questionários semiestruturados a professores regentes do Ensino Fundamental I (1o ao 5o ano) da rede municipal de Mariana, MG, totalizando 46 questionários como base de análise. Para realizar a composição do banco de dados utilizou-se o programa SPSS, e para a análise e interpretação foram utilizados os pressupostos da técnica de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2011). Os resultados indicam que a maioria das escolas não apresentam uma infraestrutura tecnológica adequada para subsidiar o uso pleno e produtivo das TDICs no processo de ensino e de aprendizagem. Embora reconheçam o potencial dessas tecnologias para aumentar o interesse e o engajamento dos alunos, muitos professores ainda as utilizam de forma básica, limitando-se à transmissão de conteúdo, essa abordagem não abarca completamente as oportunidades de aprendizagem interativa, exploratória e participativa que as TDICs podem oferecer. Os docentes enfrentam desafios relacionados principalmente à falta de formação e ao acesso limitado das tecnologias no contexto escolar. O trabalho conclui destacando a importância de conectar o ensino à vida dos alunos e enfatiza que a implementação das tecnologias digitais não substituirá os professores, mas pode enriquecer o processo de ensino e de aprendizagem.
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    Contextos e a trajetória de implementação do programa nacional de formação em administração pública na Universidade Federal de Ouro Preto : a experiência do curso de administração pública.
    (2024) Pena, Maria Tereza da Silva; Oliveira, Breynner Ricardo de; Oliveira, Breynner Ricardo de; Jorge, Gláucia Maria dos Santos; Cruz, Maria do Carmo Meirelles Toledo; Cruz, Fernanda Natasha Bravo
    Esta pesquisa analisa os contextos e a trajetória do Programa de Formação em Administração Pública (PNAP) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), por meio do curso de Administração Pública. O curso é ofertado na modalidade a distância por meio de uma rede de implementação multinível e forma pessoas que atuam ou têm interesse na área. A metodologia de pesquisa envolveu a definição do campo e dos sujeitos de pesquisa, construção do referencial teórico, análise documental, análise de questionários virtuais enviados aos alunos da turma de 2021 pelo colegiado do curso e realização de entrevistas com atores implementadores do curso. Os dados foram analisados e categorizados de acordo com cinco contextos de análise de políticas públicas, propostos por Oliveira, Alves e Fichter Filho (2022). O contexto conjuntural relacionado aos cenários políticos, econômicos e sociais do PNAP, alinhado aos objetivos do Campo de Públicas (CP), além da trajetória da educação a distância no Brasil, os ciclos de governo e o contingenciamento orçamentário da CAPES. O contexto do conteúdo da política se refere ao Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) e ao PNAP em nível nacional. Essa política mobiliza instituições de níveis federativos diferentes e pode sofrer mudanças nesse percurso, de acordo com o perfil dessas instituições, seus processos e suas interações entre si. O contexto das experiências relacionado às percepções dos implementadores e alunos do curso de administração pública revela altas taxas de evasão no PNAP na UFOP e o enfraquecimento do programa. O contexto do território no qual o PNAP se concretiza na UFOP leva à hipótese de que as estratégias pedagógicas da equipe polidocente, responsável pela gestão do curso de Administração Pública, podem não estar considerando as demandas de maior interação dos alunos com os docentes e tutores, que têm optado, ao longo dos semestres, por abandonar o curso.
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    Jovens estudantes de camadas médias e seus projetos de futuro.
    (2024) Duarte, Juliana Ladeira; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Lacerda, Wânia Maria Guimarães
    Considerando a realidade brasileira de estruturas socioeconômicas, culturais e políticas que fortalecem a desigualdade social e ciente da relação entre pertencimentos às distintas camadas sociais e projetos de futuro, a proposta da presente pesquisa foi compreender as percepções de estudantes de camadas médias sobre seus projetos de futuro. Para alcançar o objetivo proposto, foi utilizada uma abordagem qualitativa de cunho naturalístico. Inicialmente, realizamos uma revisão sistematizada da literatura sobre juventudes das camadas médias e seus projetos de futuro que permitiu averiguar o apoucamento de pesquisas sobre a temática com jovens na faixa etária de quatorze e quinze anos. Para a coleta e produção de dados, quatorze estudantes do nono ano, pertencentes à faixa etária de quatorze e quinze anos, matriculados em uma escola da rede privada de ensino responderam a um questionário estruturado com questões referentes ao contexto socieconômico, aos estilos de vida e familiar e à trajetória escolar. O questionário visou confirmar a camada social (em seus diferentes estratos) a qual os estudantes pertenciam. Na segunda etapa da pesquisa de campo, um grupo de jovens composto por uma subamostra de seis estudantes, selecionados por meio da análise das respostas dos questionários, participaram de um encontro realizado por meio da técnica de grupo focal. Os dados coletados foram analisados pelo método da análise de conteúdo e, a partir disso, foram elencadas três categorias de discussão: 1) Conforto versus dificuldade: percepções sobre as diferenças de classe; 2) Ascensão e qualidade de ensino: percepções sobre os projetos de futuro; 3) Eu, família e escola: percepções das influências para os projetos de futuro. Os resultados da pesquisa confirmaram o pertencimento dos estudantes nas camadas médias diante da análise das características comuns à esse estrato social, inclusive, foi possível notar a existência de propriedades típicas deste grupo social como ascetismo, malthusianismo e boa vontade cultural. Notamos a precocidade de construção pelos jovens dos projetos de futuro e a forte influência da oferta educacional na cidade de Viçosa-MG. Outras percepções acerca dos projetos de futuro apresentaram tensões oriundas do pertencimento a estratos sociais médios inferiores que influenciavam a vida dos estudantes, favorecendo e criando obstáculos aos projetos de futuro. Consideramos que, com esta pesquisa, foi possível contribuir para o reconhecimento do jovem como ser de sentidos e de significação por meio do estudo sobre suas percepções diante das experiências sociais, educacionais e culturais e também das influências vinculadas às suas expectativas de futuro. Este estudo é um estímulo para o encontro de formas de intervir na realidade.
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    Conhecimentos sobre frações, próprios da matemática escolar, mobilizados por professoras dos anos iniciais do ensino fundamental de Muriaé (MG) em uma ação afirmativa.
    (2024) Lomeu, Ellen Ravaglia; Ferreira, Ana Cristina; Patrono, Rosângela Milagres; Ferreira, Ana Cristina; Patrono, Rosângela Milagres; Nunes, Célia Maria Fernandes; Barbosa, Cirléia Pereira
    A presente pesquisa se propôs a identificar conhecimentos sobre frações, próprios da matemática escolar mobilizados por docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental em uma ação formativa. Desenvolveu-se este estudo com cinco professoras de escolas públicas de Muriaé (MG). A pesquisadora é uma dessas docentes. O estudo pertence à Linha 1, Formação de Professores, Políticas Educacionais e História da Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto. Nesta pesquisa de abordagem qualitativa, a coleta de informações e a produção de dados se deu por meio de observações dos encontros anotadas no diário de campo da pesquisadora e subsidiadas por gravações em áudio e vídeo deles, bem como por registros produzidos pelas participantes ao longo da ação formativa. Paralelamente, desenvolveu-se um processo de autoformação, no qual a pesquisadora, professora dos anos iniciais, também se constituiu profissionalmente enquanto preparava e desenvolvia os encontros, compartilhando seus saberes e dúvidas com as colegas, bem como após esses momentos, ao refletir sobre o processo. A pesquisa fundamentou-se na noção de matemática escolar de Moreira e David (2011, 2021), bem como nos estudos de Llinares e Sánchez (1988) acerca do ensino e da aprendizagem de frações na Educação Básica. Os resultados corroboraram o que a literatura evidencia há décadas: a formação matemática (inicial e continuada) proporcionada aos professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental não os prepara apropriadamente para ensinar frações. Contudo, também se verificou que é possível mobilizar conhecimentos matemáticos requeridos pela prática docente enquanto os professores se engajam na proposta e as tarefas são planejadas e desenvolvidas em uma perspectiva de desenvolvimento profissional. A análise evidenciou que, para mobilizar conhecimentos sobre frações, próprios da matemática escolar, é necessário que os docentes disponham de conhecimentos comuns do conteúdo no sentido proposto por Ball et al. (2008). As professoras mobilizaram conhecimentos relativos a: representações das frações (com desenhos, representação verbal falada, representação com números, forma simbólica etc.); frações unitárias; frações impróprias; frações mistas (ou número misto); interpretações da fração; equivalência de frações; comparação de frações; adição e/ou subtração de frações. Paralelamente, observaram-se indícios de mobilização de conhecimentos sobre frações, próprios da matemática escolar, tais como os relacionados à interpretação de erros e dificuldades manifestados por crianças, à elaboração e análise de tarefas. Os resultados contribuíram para a compreensão do processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional de professores dos anos iniciais, bem como lançaram luz sobre a importância de promover uma formação (inicial e continuada) matemática, na perspectiva da matemática escolar, de tais profissionais. Além disso, aportaram relevantes reflexões acerca do potencial da autoformação e do grupo enquanto espaços de desenvolvimento profissional. Especialmente, de grupos no qual a participação é voluntária, movida por interesses comuns e pautada no respeito mútuo e na realização de tarefas cuidadosamente elaboradas.
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    Influência dos avós cuidadores na longevidade escolar de jovens universitários de camadas populares.
    (2024) Souza, Andresa Pâmela de; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Carvalho, Tatiane Kelly Pinto de
    Os avós estão cada vez mais presentes na vida dos netos e, consequentemente, participam direta ou indiretamente do cotidiano escolar. Muitos deles são os principais cuidadores, alguns, se tornam a base e apoio para que jovens possam trilhar estudos longevos. Contribuindo com o debate sobre a importância dos avôs e das avós na escolarização dos netos, esta pesquisa foi desenvolvida a partir do olhar da sociologia da educação e teve como objetivo principal investigar a influência das práticas educativas dos avós cuidadores no processo de escolarização dos jovens de camadas populares que ingressaram em cursos de alto e de baixo prestígio nas ciências humanas da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, respectivamente Jornalismo e Pedagogia. A partir da abordagem qualitativa, a pesquisa de campo foi realizada em duas etapas. Na primeira, foi aplicado um questionário exploratório a todos os estudantes dos dois cursos. Em seguida, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete jovens universitários de camadas populares selecionados, três do curso de jornalismo e quatro do curso de pedagogia. Os resultados demonstraram que, com baixa escolaridade, os avós cuidadores não atuaram diretamente no processo de escolarização dos netos, mas influenciaram positivamente na longevidade escolar através do apoio emocional, da manutenção da ordem moral doméstica, do cuidado e do incentivo para os estudos. A pesquisa mostrou ainda, que os estudantes de camadas populares entrevistados utilizaram as políticas de ações afirmativas para conseguirem acessar cursos considerados de alto prestígio social, contudo, encontram desafios para permanecerem na universidade, e aproveitam as oportunidades acadêmicas para complementar a renda, tais como bolsas de iniciações científicas, estágios remunerados, trabalhos informais ou dependem do dinheiro enviado pelos avós e/ou pais. A pesquisa evidenciou também, que não há diferenças significativas de capital cultural e práticas educativas adotadas pelos avós cuidadores nos cursos se jornalismo e pedagogia. Concluímos com a pesquisa, que os avós cuidadores foram figuras centrais para a socialização e para trajetória escolar de sucesso dos universitários entrevistados, como também influenciaram nas tomadas de decisões na vida adulta e nas escolhas acadêmicas e profissionais. Nem todas as relações entre avós e netos contam apenas com sentimentos de amor e carinho. Nas diferentes fases da vida, conflitos podem existir e causar distanciamento entre eles, porém, todos os entrevistados demonstraram gratidão e saudades de conviverem com os avós, reconhecendo a importância e a influência que exercem e exerceram sobre suas vidas.
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    Educação infantil e antirracismo a partir de uma autoetnografia feminista negra.
    (2023) Silva, Ana Carolina Santos; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Sacramento, Cristina Carla; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Sacramento, Cristina Carla; Torres, Marco Antônio; Santana, Patrícia Maria de Souza; Silva, Joselina da
    O presente trabalho tem como objetivo apresentar como a educação e os percursos de formação constituem uma mulher negra emancipada e comprometida com a transformação social a partir da Educação das Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil. A metodologia é construída a partir de uma pesquisa autoetnográfica feminista negra (Silva; Euclides, 2018; 2019; 2021; 2022). As autonarrativas apresentam trajetórias que vão desde a infância na cidade de Divino, município do interior da Zona da Mata de Minas Gerais, à atuação como Educadora Infantil Negra a partir das experiências enquanto uma jovem mulher negra em Viçosa, cidade universitária da Zona da Mata de Minas Gerais. As autonarrativas se alternam entre o “eu” e o “nós”, explicitando as diversas formas de como o racismo e todos os seus desdobramentos estão presentes na trajetória de autodefinição e formação da identidade profissional. Acredita-se, a partir deste lugar de Educadora Infantil Negra Antirracista, na urgência de se trabalhar com as infâncias e na importância das culturas e identidades negras sistematizadas em pautas de luta pelos Movimentos Negros para possibilitar às crianças experiências (hooks, 2019) condizentes e significativas, considerando a infância em sua inteireza e buscando o seu bem viver no agora. No entanto, nessa trajetória pode haver reproduções de padrões que dão voz a uma narrativa e silenciam outras. Desse modo, colocamo-nos a pensar: “Quais narrativas têm voz na Educação Infantil dentro dos ambientes escolares? E quais são silenciadas?” “Quais as fontes das vivências que as educadoras negras e não negras trazem e reproduzem no ambiente escolar com os bebês e as crianças?” “De que forma práticas antirracistas podem ser inseridas no cotidiano?” A análise das experiências permitiu verificar como as vivências durante toda essa trajetória de formação dialogam com outras apresentadas pelo campo teórico e, a partir disso, como podem vir a ser ressignificadas em aprendizados e possibilidades de engajamento em uma transformação social antirracista. Além, as experiências trazidas apresentam diversas nuances que podem contribuir para o avanço das reflexões teóricas no campo da Educação das Relações Étnico-Raciais e de práticas antirracistas na Educação Infantil.
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    Acompanhamento escolar em famílias populares : estudo em bairro vulnerável de Ouro Branco - MG.
    (2022) Gomes, Marcella Tomelline Alves; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Paixão, Jairo Antônio da
    A pesquisa teve o objetivo de investigar o acompanhamento escolar em famílias populares em uma escola localizada no município de Ouro Branco – MG. As questões que orientaram a pesquisa foram: Quais as formas de acompanhamento escolar desenvolvidas por famílias moradoras de um território socioeconomicamente vulnerável? Como estas famílias se relacionam com a escola de seus filhos? O objetivo geral do estudo foi investigar como se desenvolviam a participação na escola e o acompanhamento parental na vida escolar dos filhos em famílias moradoras de um território de alta vulnerabilidade social. Como objetivos específicos, definimos: a) construir o perfil sociológico das famílias dos estudantes matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental (1o ao 5o ano) na escola investigada; b) elaborar um mapeamento da vulnerabilidade social do território em que a escola investigada está localizada; c) investigar as práticas de acompanhamento escolar desenvolvidas pelas famílias pesquisadas. A pesquisa foi desenvolvida com uma metodologia qualitativa com aplicação de um questionário a 150 famílias usuárias da escola do bairro, dividido em duas partes, sendo a primeira parte direcionada aos aspectos socioeconômicos das famílias pesquisadas e a segunda parte aos aspectos da relação família-escola e dos modos de acompanhamento familiar da escolarização. Como resultados da pesquisa tivemos que as famílias, embora dispusessem de poucos recursos econômicos e culturais, valorizavam a escola e participavam da vida escolar dos filhos, desenvolvendo práticas de apoio escolar que contribuíam, ao menos em parte, com a permanência das crianças na escola. A maioria das famílias exercia algum tipo de controle sobre a vida diária das crianças, por exemplo, controlando as saídas dos filhos e as atividades realizadas no tempo livre. Mais de metade das famílias disponibilizava algum tipo de material de leitura para os filhos em casa, embora estes materiais estivessem restritos a jornais e revistas, por exemplo. De modo majoritário, as famílias pesquisadas davam algum tipo de apoio às tarefas escolares dos filhos, acompanhando a realização das tarefas de casa ou delegando a outros membros da família tal incumbência. As famílias investigadas conheciam, em alguma medida, o desempenho escolar dos filhos e estavam cientes das dificuldades encontradas por eles no processo de escolarização. Grande parte das famílias investigadas costumavam ir à escola dos filhos com certa frequência, embora, para uma parte destas famílias, este tipo de participação estivesse condicionada à convocação feita pela escola para reuniões ou outros eventos. Em suma, as famílias pesquisadas, embora vivessem em precárias condições socioeconômicas, vislumbravam para os filhos uma trajetória escolar longeva, ou seja, tinham expectativas de escolarização relativamente altas e participavam, dentro de limites sociais, culturais e econômicos, da vida escolar dos filhos.
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    Sob o “accidente da côr” : a trajetória do Padre José Antônio Marinho entre a sala de aula e os espaços políticos.
    (2023) Bernardes, Douglas de Araújo; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Fonseca, Marcus Vinícius; Nogueira, Vera Lúcia
    A visão tradicional da historiografia imprimiu uma imagem de submissão e marginalização à população negra no Brasil. No campo da História da Educação, os estudos sobre a educação da população negra estiveram, por muito tempo, nessa tendência de redução do negro à escravidão ou aos espaços marginais, negando sua participação ativa e consciente na formação do Brasil e na constituição da educação brasileira. Porém, esse quadro foi ganhando outras cores a partir das últimas décadas do século XX, com trabalhos de Marcus Vinícius Fonseca, Sueli Carneiro, Surya Aaronovich Pombo de Barros e tantos outros através dos quais podemos conhecer a história do negro no Brasil a partir de outras perspectivas. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva analisar a trajetória política e docente de José Antônio Marinho, um homem nascido pobre e filho de pais mulatos que desafiou a predestinação de sua origem e condição e se tornou um dos mais evidentes políticos, padres e professores da primeira metade do século XIX. Inscrever Marinho nessa nova visão historiográfica que tira a população negra dos porões da História para demonstrar a complexidade das relações e das trajetórias de pessoas negras na história do Brasil. Analisamos a vida de José Antônio Marinho a partir das fontes biográficas, a maior parte contemporânea ao biografado, e dos textos de imprensa, uma fonte que tem se demonstrado muito útil e importante para os estudos históricos em educação. Buscamos compreender Marinho como um homem de seu tempo. Os resultados da pesquisa e da análise empenhada demonstraram a relevância de Marinho como um sujeito histórico e de grande importância para as pesquisas no campo da História da Educação e para o conhecimento de um indivíduo que tem em si muitas influências das redes e dos espaços de sociabilidade a que pertenceu.
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    "Professora me ensina a aprender?" : sujeitos da Educação de Jovens e Adultos entre o ensinar e o aprender.
    (2023) Sousa, Maria do Carmo da Silva Gomes de Oliveira e; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Reis, Sonia Maria Alves de Oliveira; Nunes, Célia Maria Fernandes
    A presente pesquisa se insere no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que vem ao longo da história da educação brasileira se consolidando como política de Estado. Uma vez destinada a todos, o direito à educação constitui um dos fundamentos da dignidade da pessoa humana e, ainda assim, parte significativa da população não usufruiu desse bem social, buscando na EJA aprender os conhecimentos escolares. Instituída pela LDB no 9.394/1996, a EJA é uma modalidade da educação básica com especificidades próprias, a começar pela singularidade do seu público e de suas trajetórias escolares afirmadas no Parecer 11/2000 e expostas na demanda “Professora, me ensina a aprender?” Partindo do questionamento de uma estudante e da intenção de descobrir como se dá o ensinar e o aprender para estudantes e educadores em uma escola exclusiva da EJA, apresentamos como objetivos investigar a medida em que estes educadores e estudantes aprendem quando ensinam e ensinam quando aprendem na relação com seus estudantes e inseridos em uma escola exclusiva para a modalidade. Além disso, pretendemos reconhecer se há nestes espaços práticas e experiências de trocas formativas que caracterizem os fundamentos da dodiscência, a identificação dos elementos constitutivos entre o aprender e ensinar e a análise dos elementos constitutivos dos percursos formativos em diálogo com as especificidades dos/as estudantes. A fim de tratar o tema buscou-se abordar o direito à educação e ao aprender com Arendt (2000), Bobbio (1992) e Tomasevski (2006) e os conceitos ensinar e aprender nas perspectivas de Lev Vygotsky (1996), Paulo Freire (2017) e Bernard Charlot (2000). O estudo responde seus questionamentos através de Cartas Pedagógicas, gênero textual dialógico, por meio da pesquisa qualitativa, pois a a produção dos dados nesta abordagem permite o uso de instrumentos - observação, entrevista semiestruturada e análise documental - que oferecem condições favoráveis para se chegar ao objetivo da investigação. O estudo é composto por 3 educandos e 6 educadores de uma escola situada em Belo Horizonte (MG) que atende somente jovens, adultos e idosos. Os dados produzidos foram tratados pela análise de conteúdo (Bardin, 2011) e deles extraíram-se os temas: trajetórias, percepções do aprender, do ensinar e das práticas pedagógicas que deram origem às cinco cartas. A partir das temáticas foi possível compreender os momentos da relação educador e educando em que se estabelecem o ensinar e o aprender que revelam ser o ensinar e o aprender ação cíclica, conjunção definida por Freire (2017) como Ciclo Gnosiológico. O estudo aponta dados para a formação docente nas dimensões inicial, contínua e autoformação.
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    A trajetória educacional, cultural e política de Leolinda de Figueiredo Daltro.
    (2023) Barbosa, Victor Augusto de Deus; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Paula, Leandro Silva de; Pedruzzi, Jumara Seraphim
    Esta dissertação traz uma inserção na trajetória de vida, política e cultural de uma mulher educadora no final do século XIX e no começo do XX, pouco conhecida na literatura da Educação. Trata-se de Leolinda de Figueiredo Daltro (1859-1935), professora primária que ganhou notoriedade na cidade do Rio de Janeiro, capital da República, por sua proposta de educação laica aos indígenas e por sua atuação no movimento pelos direitos das mulheres, especialmente em sua militância política como fundadora do Partido Republicano Feminino, em 1910. Utilizamos, nesta pesquisa, fontes documentais, livros da própria autora e, sobretudo, a imprensa na qual o nome de Leolinda Daltro foi pautado constantemente, em virtude de suas ações políticas e educacionais. Além disso, a educação feminina e a invisibilidade sofrida por mulheres no campo educacional e político foram temas importantes para a construção deste texto. Leolinda Daltro, na complexidade de sua história, se destaca devido ao seu trabalho educativo junto aos povos indígenas no norte de Goiás, ao seu papel na formação profissional de moças pobres, além de sua militância política como uma das principais sufragistas brasileiras que lutou pela emancipação política das mulheres no país.
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    Trajetórias entrelaçadas : uma análise da política de assistência estudantil e os contextos de implementação na Universidade Federal de Ouro Preto.
    (2023) Cunha, Jacqueline Kelly Almeida; Oliveira, Breynner Ricardo de; Oliveira, Breynner Ricardo de; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Gussi, Alcides Fernando; Silva, Leonardo Barbosa e
    Esta pesquisa analisa a trajetória institucional da Política de Assistência Estudantil (PAE) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), considerando o entrelaçamento da PAE com o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e com as ações da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PRACE). Na UFOP, a política é executada pela PRACE, responsável por definir os critérios e a metodologia para promover a assistência estudantil aos discentes dos cursos de graduação e pós-graduação presenciais. O PNAES foi regulamentado em 2010 (Decreto no 7234/2010) e visa garantir a permanência dos estudantes na educação federal, atendendo, prioritariamente, estudantes de escolas públicas ou com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. Os dados advêm de dezessete entrevistas com roteiros semiestruturados realizadas com implementadores que atuam na PRACE: quatro implementadores de alto escalão (pró-reitores); três implementadores de médio escalão (coordenadores) e dez implementadores de nível de rua (servidores que lidam diretamente com os usuários). Ao se valer das proposições de Gussi e Oliveira (2016), Oliveira (2019) e Oliveira, Alves e Fitchter Filho (2022) para compreender as dimensões da implementação e a noção de trajetória, a análise de conteúdo foi realizada a partir da transversalidade de cinco contextos: (i) das conjunturas; (ii) dos conteúdos da política; (iii) institucionais; (iv) das experiências e (v) dos territórios. As entrevistas revelam como os contextos de implementação estão entrelaçados com os processos e as dimensões da totalidade da política; as ações e as interações dos implementadores, as formas de modificação do desenho da política por parte dos atores e como tal fato chega aos usuários da PAE. As análises apontam uma trajetória de avanços para a democratização do acesso e a permanência do estudante em vulnerabilidade social, principalmente após o decreto PNAES, que induziu a criação de uma pró-reitoria específica. Verifica-se também retrocessos a partir da conjuntura política após o golpe de 2016, a aprovação da PEC no 95 e após ataques às universidades no Governo Bolsonaro (2019-2022) que limitou os orçamentos para a educação federal superior, levando a precarização das ações de assistência estudantil nas instituições federais de ensino. Na UFOP os implementadores destacam a importância do PNAES deixar de ser uma política de governo para se tornar uma política de Estado. Mesmo diante dos desafios, os dados indicam que a PRACE preconiza a assistência estudantil como um direito à educação, contemplando estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, de acordo com os eixos do PNAES, contribuindo para a redução de desigualdades sociais por meio da inserção e da permanência dos alunos e, consequentemente, da conclusão do ensino superior.
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    Atendimento educacional especializado e a pandemia de COVID-19 : desafios e possibilidades.
    (2023) Lopes, Tatiane Felipe; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Jardilino, José Rubens Lima; Jesus, Denise Meyrelles de
    O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é realizado por professores de educação especial e destina-se a alunos em situação de deficiência. Geralmente, o AEE ocorre na sala de recursos multifuncionais, fora do horário escolar regular da criança, com o principal objetivo de eliminar as barreiras pedagógicas, complementando ou suplementando seu processo de aprendizagem. Neste estudo, buscamos analisar como o AEE foi realizado antes da pandemia e identificar as estratégias adotadas durante o período pandêmico para garantir a continuidade do atendimento aos alunos em situação de deficiência do Ensino Fundamental I de uma escola municipal na cidade de Mariana, Minas Gerais. Os objetivos específicos da pesquisa foram: a) descrever as estratégias e dispositivos utilizados para o AEE e seus alunos, tanto antes quanto durante a pandemia de Covid-19; b) analisar a relação entre o professor do AEE, os alunos e suas famílias em relação à aprendizagem dos alunos durante o período pandêmico; c) analisar as diferentes reações dos alunos do AEE durante a pandemia. A fundamentação teórica da pesquisa baseia-se em estudos sobre o processo sócio-histórico da educação especial, bem como em pesquisas sobre políticas públicas inclusivas, especificamente na área do Atendimento Educacional Especializado. No que diz respeito ao percurso metodológico, o estudo adotou uma abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando o método descritivo e o estudo de caso. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada por meio da categorização das entrevistas. A pesquisa contou com a participação de duas professoras do Atendimento Educacional Especializado, duas mães responsáveis pelas crianças e dois alunos. O problema de pesquisa que norteou o estudo foi: O Atendimento Educacional Especializado foi capaz de criar possibilidades para manter o contato com as crianças e adaptou algumas das suas estratégias inclusivas, previamente utilizadas na sala de recursos multifuncionais, durante o período pandêmico? Após análises e discussões, constatamos que foi inviável manter o Atendimento Educacional Especializado através do Plano de Estudos Tutorado. No entanto, percebemos o esforço das professoras, mesmo diante de seus recursos materiais limitados e comunicação virtual para a aplicação nos processos de ensino e aprendizagem que as crianças em situação de deficiência receberam. Durante esse período, os atendimentos ocorriam por meio de ligações via WhatsApp, trocas de mensagens, apoio na elaboração das atividades a serem enviadas aos alunos, sob tutoria dos pais/responsáveis, na execução dessas atividades em casa. Foi observado que o Atendimento Educacional Especializado enfrentou desafios e teve poucas possibilidades de execução em sua modalidade virtual devido à pandemia de Covid-19. Além disso, considera-se que as metodologias empregadas tanto antes quanto durante a pandemia devem ser questionadas no que diz respeito ao conceito de inclusão e integração do aluno em situação de deficiência.
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    Narrativas de professores/as LGBTQIA+ em aliança : escrevivendo possibilidades.
    (2023) Santos, Edgar de Barros; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Diniz, Margareth; Nogueira, Paulo Henrique de Queiroz
    Não é difícil constatarmos a presença de violências éticas, simbólicas, verbais e até físicas nas trajetórias de pessoas LGBTQIA+ quando pensamos as dinâmicas que envolvem a recepção desses corpos/sujeitos nos ambientes educacionais. O objetivo da presente pesquisa foi entender os modos de subjetivação de professores (as) que se identifiquem no grupo que temos nos referido como de LGBTQIA+ a partir das relações de poder e resistência. Nestas relações buscamos localizar tanto posições de sujeito como de assujeitamento nas dinâmicas dentro do trinômio família-escola-sociedade. Para elaboração de nossas análises produzimos três caminhos: a produção de narrativas e relatos de escrevivências; diálogos com uma bibliografia que sustentasse a construção de um queer situado a partir da perspectiva decolonial e, por fim, a produção de argumentos que afirmem nossos corpos e afetos no contexto escolar. Ao final da escrita deste trabalho, entendemos a autoria das narrativas e relatos estão em curso, enquanto a escrita cessa, as vidas continuam. Desse modo, as considerações deste momento evidenciaram as seguintes considerações analíticas: ainda que se destaque-se o uso insidioso de nossa persistência na vida presentes no que chamamos de entendimento de si, que nos assustemos com as lógicas de assujeitamentos nos contextos educacionais, além de tudo isto, temos os corpos que emergem em alianças afetivas, militantes ou não, que indicam modos de vida que na escola desafiam a cisheteronormatividade. Assim, defendemos que a visibilidade das formas de vida dos domínios das sexualidades pode romper os limites e barreiras impostas pelos locais de assujeitamento que, a priori, nossos corpos/sujeitos vêm sendo alocados nos contextos educacionais.
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    O processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental : escutando professoras.
    (2023) Alves, Cléa Braga; Franco, Marco Antônio Melo; Franco, Marco Antônio Melo; Jorge, Liliane dos Santos; Carvalho, Levindo Diniz
    Este estudo buscou analisar o processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, a partir da escuta de professoras atuantes na rede pública do município de Itabirito-MG, em que foram considerados aspectos conceituais e políticos de abordagens sobre a infância, as tensões e os desafios encontrados nesse processo de transição, como se organiza o trabalho pedagógico das profissionais entrevistadas, como é realizado o planejamento em paralelo ao que rege a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e o diálogo entre as professoras atuantes nessas duas etapas da educação básica em uma busca pela continuidade do trabalho pedagógico e como ele aparece nos documentos legais da escola. Diante disso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, cuja metodologia foi composta por revisão bibliográfica e pela realização de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa ressaltou a importância do compromisso com a infância em todos os seus aspectos, sejam eles políticos, culturais ou pedagógicos, para que seja possível constituirmos a escolaridade como prioridade na vida das crianças, uma das formas capazes de criar caminhos para a construção social, cultural e cognitiva, com respeito às suas singularidades e aos seus direitos. O trabalho permitiu compreender que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental deve ocorrer de maneira que sejam consideradas as necessidades particularidades das crianças e o seu processo de ensino, aprendizagem e desenvolvimento.
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    Princípios fundamentais do Moodle : reflexões entre teorias e práticas.
    (2022) Thomaz, Alessander Pery Lopes; Paulo, Jacks Richard de; Paulo, Jacks Richard de; Campos, Alexandra Resende; Costa Júnior, José
    Atualmente, a sociedade tem presenciado em curto espaço de tempo inúmeras transformações e mudanças atreladas ao avanço tecnológico. No campo educacional, os diferentes contextos têm evidenciado reflexos e desdobramentos sobre a práxis pedagógica. Nesse sentido, busca-se por meio desta pesquisa apresentar o conhecimento produzido a partir de teses e dissertações acerca dos princípios básicos do Moodle. Assim, o objetivo principal consistiu em refletir sobre os quatro conceitos principais do Moodle (Construtivismo, Construtivismo Social, Construcionismo, Comportamento Conectado e Separado) na utilização dos módulos de recursos e atividades do Moodle e como a prática dos atores (alunos, tutores, professores, designers instrucionais) pode ser baseada ou não por esses conceitos. Para tal, procedeu-se uma pesquisa para o levantamento de dados e informações em teses e dissertações junto a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), por meio de descritores em consonância com os preceitos desta investigação. Como aportes teóricos para promovermos nossas reflexões, nos embasamos de Jean Piaget como base teórica do Construtivismo, Lev Vygotsky como base teórica do Construtivismo Social, Seymour Papert como base teórica do Construcionismo, Dougiamas e Taylor como base teórica do Comportamento Conectado e Separado. Evidenciou-se por meio desta pesquisa que o Moodle tanto pode oferecer recursos quanto pode estimular a educação com base construtivista, construcionista e construtivista social, porém docentes e tutores, para promover o processo de mediação pedagógica, precisam contemplar uma dinâmica de articulação que seja capaz de (re)dimensionar ações e práticas continuamente em face das novas demandas para melhor consubstanciar as atividades propostas e a prática de estudos dos discentes.
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    Educação matemática : concepções de professores de matemática de Ouro Preto e Mariana (MG) sobre a Educação Inclusiva.
    (2022) Baltazar, Edvane de Oliveira; Nunes, Célia Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria Fernandes; Franco, Marco Antônio Melo; Kawasaki, Teresinha Fumi
    A formação e atuação de professores na perpectiva da Educação Inclusiva têm sido uma temática presente nos estudos na área educacional. Essa tendência perpassa as várias áreas do conhecimento, incluindo a Educação Matemática Inclusiva. Esta pesquisa se baseia na análise das concepções de professores de Matemática sobre os desafios e as possibilidades de atuação docente diante das demandas de inclusão escolar de pessoas com deficiência, no ensino regular. O estudo teve como fundamentação teórica as contribuições de Mantoan (2003; 2005; 2006; 2010; 2011; 2020), Nogueira (2020), Fiorentini (2004; 2012; 2013), Rodrigues (2010), Gatti (2017), Moreira e Manrique (2019), além de outros pesquisadores que se debruçam sobre as temáticas da perspectiva da Educação Inclusiva, Educação Matemática Inclusiva e Formação de Professores de Matemática. Para a realização deste estudo, nos apoiamos na metodologia de abordagem qualitativa e utilizamos dois instrumentos para coleta de dados: a entrevista semiestruturada e o questionário de perfil dos participantes. Participaram do estudo cinco professores(as) de Matemática das cidades de Ouro Preto e Mariana (MG). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas remotamente devido às orientações sanitárias da época. As informações oriundas do questionário e entrevistas semiestruturadas dos(as) participantes do estudo foram transcritas e organizadas à luz da análise interpretativa, que versa sobre a interpretação dos excertos dos professores e do contexto bibliográfico da temática. A partir da análise dos dados coletados junto aos professores participantes, foi possível identificar que as concepções deles acerca da inclusão escolar perpassa principalmente pela insegurança para ensinar alunos com deficiência e um déficit de disciplinas sobre a temática na sua formação. Por fim, entendemos a complexidade inerente aos estudos acerca da inclusão escolar e a construção da perspectiva da Educação Inclusiva no âmbito nacional, as políticas públicas e educacionais para promoverem o acesso a todas as pessoas ao sistema de ensino público brasileiro.