Caracterização do refugo do esteatito das indústrias e oficinas artesanais da região de Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Mariana e Ouro Preto.

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Data
2007
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais. Rede Temática em Engenharia de Materiais, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Neste trabalho, foram analisadas as características físico-químicas e mineralógicas do esteatito refugado nas indústrias e oficinas da região dos municípios de Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Mariana e Ouro Preto. Conhecido vulgarmente como pedra-sabão, este mat e r i a l é de uso comum e tradicional nesta região. Sua caracterização viabiliza a criação de novas formas de utilização, além do surgimento de iniciativas em vários setores. As amostras de esteatito estudadas foram recolhidas em local de deposição, onde já não se vê utilidade tornandose um problema para o empreendedor e para o meio amb i e n t e . Foram realizadas as seguintes análises: a) análises macroscópicas, b) microanálise eletrônica para a verificação da composição quími c a ; c ) microscopia eletrônica de varredura para se estudar a morfologia d) adsorção gasosa para determinação das características texturais; e) difração de raios X para caracterização mineralógica e estrutural; f) estudos dimensionais e perda ao fogo para verificação de viabilidade e aplicações mercadológicas. A análise granulométrica mostrou que o material é heterogêneo, sendo a maior parte classificada como grosseiro, ou seja, possui diâmetro acima de 0,062mm.Isto inviabiliza o uso deste material sem prévia cominuição na indústria. O talco, silicato de magnésio hidratado (Mg3Si4O1 0(OH)2), é o mineral mais comum no esteatito e de maior importância comer c i a l . Além dos elementos que compõem o mineral, foram encontrados Fe, Ca, Cr e Al, provavelmente originários das contaminações tão comuns neste tipo de rocha. Após sinterizadas a 1200°C por 2 horas, foi observado que há variação no tamanho dos grãos e na quantidade de macroporos de algumas amo s t r a s . O diâmetro médio das partículas está entre 101nm e 793nm. O diâmetro dos poros varia entre 23Å e 47Å de acordo com a amo s t r a e a temperatura de calcinação. As amostras também são heterogêneas com relação à variação da área superficial e o volume de poros. Para as amostras AM04 e AM08 a área superficial aumentou a 500°C e diminuiu a 1000°C. O volume de poros aumentou consecutivamente nas duas temperaturas. Na amostra AM10 a área superficial diminuiu nas duas temperaturas e o volume de poros aumentou a 500°C e diminuiu a 1000°C. Quando calcinados a 1000°C as reações com os elementos contaminantes presentes provocaram mudanças de fase em estado sólido. A estrutura cristalina do Silicato de Magnésio Hidratado começa a ser quebrada depois de 500°C e há formação de novos óxidos como CaO, MgO, AlO entre outros. Depois de sinterizadas a 1200°C o processo de cristalização se reinicia na amostra AM10, o que não acontece com as amostras AM04 e AM08. O percentual de densificação calculado pela variação dimensional ficou entre 1,25% e 7,28% quando sinterizadas a 1200°C por 2 horas. A densidade aparente média ficou entre 1,92g/cm³ e 1,99g/cm³ para o mater ial in natura. Apesar do uso comum deste mat e r ial, ainda existe pouca pesquisa relacionada ao reaproveitamento do refugo do esteatito. O reaproveitamento direto, feito pela própria empresa ou artesão, seria fundamental, considerando o menor custo, a preservação do meio ambiente e a produção de iniciativas sócio-econômi c a s .
Descrição
Palavras-chave
Esteatito, Resíduos, Meio ambiente, Pedra-sabão, Determinação mineralógica
Citação
TORRES, H. S. S. Caracterização do refugo do esteatito das indústrias e oficinas artesanais da região de Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Mariana e Ouro Preto. 2007. 183 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007.