Caracterização biológica e molecular de amostras do Trypanosoma cruzi isoladas de escolares e de suas mães residentes no Vale do Jequitinhonha, MG.

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Data
2009
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Este estudo explorou a hipótese da correlação entre a genética e as características morfobiológicas do T. cruzi com a evolução clínica da doença da doença de Chagas. Desta forma, amostras de parasitos de seis crianças e quatro de suas mães, residentes em Berilo e José Gonçalves de Minas, Vale do Jequitinhonha, MG, foram isoladas, sendo avaliadas quatro pares de amostras filho/mãe e mais duas amostras de crianças. Foram analisados a clínica dos pacientes por meio de exame clínico, ECG e raio-X do tórax e esôfago contrastado.Cinco crianças apresentaram a forma indeterminada da doença de Chagas e uma a forma cardíaca moderada enquanto todas as mães eram cardíacas com diferentes níveis de alteração. A caracterização morfobiológica foi feita em amostras isoladas das crianças em grupos de 8 camundongos Swiss, inoculados com 10.000 tripomastigotas sanguíneos, via IP, sendo analisados a curva de parasitemia, o período pré-patente, período patente, pico máximo de parasitemia, dia do pico máximo de parasitemia, morfologia do parasito no sangue periférico e a taxa de mortalidade. Foram realizadas posteriormente, passagens sucessivas do T. cruzi nestes animais, inoculados nas mesmas condições, no intuito de verificar seu comportamento após este manuseio. A caracterização morfobiológica permitiu concluir que todas as cepas apresentaram comportamento similar em camundongos, com 100% de infectividade, baixa virulência, mortalidade nula e predominância de formas largas durante a fase aguda infecção, sendo estas características também observadas após cinco passagens sucessivas. A caracterização bioquímica e molecular foi feita de todas as amostras isoladas das crianças e de suas mães, e consistiu na análise dos perfis de isoenzimas, de rDNA 24 Sα, do gene mitocondrial da Citocromo Oxidase II (COII) e de microssatélites. A caracterização bioquímica e molecular revelou que todas as amostras pertencem ao zimodema 2, grupo T. cruzi II, subgrupo 2b. Apesar de todas as cepas apresentarem a mesma classificação genética, a análise de microssatélites foi capaz de revelar perfis distintos entre as cepas e idênticos quando os perfis das cepas de cada par filho/mãe foram comparados o que sugere a ocorrência de transmissão congênita. Embora os microssatélites apresentem alto poder para segregar cepas da mesma classificação genética quando comparados com os outros marcadores, não há correlação entre o perfil de microssatélites e as características biológicas ou condição clínica de cada par filho/mãe. Os resultados sugerem que outros fatores tais como hospedeiro e/ou o tempo de infecção pode(m) desempenhar um importante papel na determinação da evolução clínica da doença de Chagas.
Descrição
Palavras-chave
Trypanosoma cruzi, Biologia molecular, Vale do Jequitinhonha - MG - saúde pública
Citação
SILVA, J. C. V. de O. Caracterização biológica e molecular de amostras do Trypanosoma cruzi isoladas de escolares e de suas mães residentes no Vale do Jequitinhonha, MG. 2009. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.