Influência da variabilidade genética do Trypanosoma cruzi na reativação da doença de Chagas experimental após imunossupressão com ciclofosfamida.

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Data
2007
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A variabilidade genética do Trypanosoma cruzi parece correlacionar-se a algumas variáveis da doença como tropismo tecidual, infectividade e resistência a drogas. Neste estudo, clones das linhagens do T. cruzi I (Gamba cl1 e SP104 cl1 - genótipo 19) e (Cuica cl1 e P209 cl1 - genótipo 20), e do T. cruzi II (Bug2148 cl1 e MN cl2 - genótipo 39) e (MVB cl8 e IVV cl4 - genótipo 32) foram avaliadas quanto à capacidade de gerar reativação da doença crônica em camundongos imunossuprimidos com ciclofosfamida (Cy) e ainda, se o tratamento prévio com o fármaco benznidazol (Bz) previniria esta recrudescência clone-específica. Entre os clones de ambas as linhagens do T. cruzi não houve alteração no perfil da curva de parasitemia nos animais infectados. Porém, após o protocolo de imunossupressão com Cy, no final da fase aguda e durante a fase crônica, clones da linhagem T. cruzi I induziram índices de reativação da parasitemia de 77,5% e 51,25%, respectivamente, enquanto clones da linhagem T. cruzi II apresentaram reativação de 4,7% apenas no final da fase aguda nos camundongos avaliados. De modo geral, o tratamento com Bz induziu uma redução dos índices de reativação tanto na fase aguda (72,22%) quanto na fase crônica (31,37%) da infecção. No entanto, Bz não foi capaz de prevenir a reativação da parasitemia em animais inoculados com os clones Gamba cl1, Cuica cl1 e P209 cl1 na fase aguda. Outro aspecto associado ao Bz, ainda na fase aguda, foi a queda induzida dos níveis totais de IgG avaliados. Finalmente, a imunossupressão induziu aumento de parasitismo tecidual durante a fase crônica mostrando-se, principalmente, associada aos animais infectados com clones da linhagem T. cruzi I. Nosso estudo demonstrou, pela primeira vez, a correlação entre a divergência filogenética do T. cruzi e a reativação da doença de Chagas em condição de imunossupressão, sendo esta relacionada a parasitos da linhagem genética T. cruzi I. Além disso, foi demonstrado que a eficácia da prevenção secundária na reativação pelo tratamento com Bz, provavelmente também dependente das características genéticas das populações do T. cruzi. Nossos resultados abrem perspectivas para se validar a terapêutica imunossupressora em indivíduos chagásicos submetidos à quimioterapia antineoplásica e/ou corticoidoterapia ou mesmo a proposição de novos fármacos imunossupressores.
Descrição
Palavras-chave
Imunossupressão, Trypanosoma cruzi - genética, Doença de Chagas, Biologia molecular, Parasitologia
Citação
SANTOS, D. M. dos. Influência da variabilidade genética do Trypanosoma cruzi na reativação da doença de Chagas experimental após imunossupressão com ciclofosfamida. 2007. 86 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007