Arte em humano, demasiado humano : a cura anti-romântica de Nietzsche.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2009
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A presente dissertação é decorrente de uma pesquisa da filosofia de Friedrich Nietzsche a partir de sua obra Humano, demasiado humano. O trabalho tem como objeto de estudo a questão da arte, desdobrando-se numa análise a respeito do pensamento sobre obra de arte, gênio e cultura. O ponto de partida é a seção “Da alma dos artistas e dos escritores”, da qual se segue em direção a outros textos dos dois volumes da referida obra do autor. Como resultado da investigação, tem-se que Nietzsche busca, na segunda fase da sua produção intelectual, criticar o ideal romântico alemão de arte, que, segundo o filósofo, foi responsável pela educação artística da Alemanha durante o século XIX. A obra de arte deixa de ser vista como produto de uma inspiração metafísica e assume um status de produção derivada da capacidade criativa inerente ao homem. Por seu turno, opera-se uma reavaliação da genialidade como condição inata do gênio, ressaltando-se o valor do aprendizado e do comprometimento para a busca da excelência artística. Para tanto, é realizado um exame a respeito do gênio no Classicismo e no Romantismo alemães, bem com no livro de Nietzsche O nascimento da tragédia. O problema da cultura se faz oportuno para verificar se existe uma crítica relativa apenas aos românticos ou a todas as épocas que pretendam estabelecer o seu modelo de arte como sendo o melhor e o último. A arte romântica fomentou uma cultura baseada em valores nacionalistas, os quais exaltavam o espírito germânico, evitando tudo que lhe fosse externo. Isso teria contribuído para um enfraquecimento cultural e, por conseguinte, do indivíduo em função da coletividade. Todavia, a arte que surgia em tempos de forte industrialização e comércio, alicerçados na atividade desenfreada e na irreflexão, seria cada vez mais superficial e destinada a atender aos anseios das massas. Deve-se salientar que há sempre uma preocupação de averiguar o seguinte movimento proposto pelo pensamento nietzschiano: a arte como substituta da religião, e o homem científico como substituto do homem artístico.
Descrição
Palavras-chave
Arte - filosofia, Cultura - filosofia, Romantismo
Citação
TOLEDO, R. de O. Arte em humano, demasiado humano : a cura anti-romântica de Nietzsche. 2009. 135 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.