Estimativa do risco do desenvolvimento do diabetes Mellitus tipo 2 na população brasileira.

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Data
2021
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Resumo
O Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de elevada prevalência, sendo um importante e crescente problema de saúde pública a nível mundial e o Brasil é o quinto país com o maior número de casos. O presente trabalho, teve como objetivo estimar a frequência de pacientes com glicemia elevada, sem o diagnóstico prévio de DM; identificar os fatores de risco associados à glicemia elevada e avaliar o risco de a população brasileira desenvolver DM tipo 2 (DM2) nos próximos dez. Para isto foi realizado um estudo transversal, com pessoas sem o diagnóstico prévio do DM e idade entre 20 e 79 anos. O trabalho foi conduzido em farmácias brasileiras de todos os estados, nos meses de novembro e dezembro de 2018. Durante as entrevistas, além da avaliação de medidas antropométricas e dosagem de glicemia capilar, foi aplicado pelo farmacêutico o questionário FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score), uma ferramenta com o objetivo de prever o risco do desenvolvimento de DM2. Um total de 977 farmacêuticos de 345 cidades participaram do estudo e 17.580 pessoas foram incluídas. A população foi composta principalmente por mulheres (59,5%) e pessoas com idade <45 anos (47,9%). A frequência de glicemia elevada na população brasileira foi de 18,4% (IC 95% 17,9–19,0), sendo que as regiões com maior frequência foram o Centro-Oeste (24,6%), Norte (22,5%) e Nordeste (19,8%). . Os fatores associados à glicemia elevada no país foram: sedentarismo, circunferência abdominal, familiares portadores de DM1 e/ou DM2, IMC, glicemia elevada no passado, hipertensão arterial, não ingestão de frutas e verduras diariamente e baixa escolaridade. Segundo o FINDRISC, 19,5% da população brasileira apresentaram risco alto de desenvolver DM2 nos próximos 10 anos e 3,2% um risco muito alto. Na região Norte mais de 20,0% da população apresentou risco alto de desenvolver DM2. Por outro lado, a população da região Sul apresentou o maior percentual (22,7%) de pessoas com risco baixo de desenvolver diabetes nos próximos 10 anos. Estes achados mostram que há um novo cenário regional de risco de diabetes se estabelecendo no Brasil, já que inicialmente as regiões Sul e Sudeste eram as que mais se destacavam. Hoje observamos uma mudança, principalmente para a região Norte. Essa descoberta pode orientar novas políticas de saúde pública em relação ao diabetes e também abre uma oportunidade para um maior envolvimento das farmácias como pontos para triagem e educação em saúde.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Diabetes millitus, Diabetes - avaliação de riscos de saúde
Citação
NASCIMENTO, Lúbia Guaima. Estimativa do risco do desenvolvimento do diabetes Mellitus tipo 2 na população brasileira. 2021. 119 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.