Desenvolvimento, caracterização e avaliação in vitro de nanopartículas lipídicas de anfotericina B para o tratamento da Leishmaniose.

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Data
2020
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Resumo
A Leishmaniose visceral está entre as mais importantes doenças transmitidas por vetores que ocorrem no Brasil. Os antimoniais pentavalentes têm sido durante muito tempo a primeira linha de tratamento para a doença, mas são tóxicos e apresentam efeitos adversos, portanto foram substituídos por Anfotericina B (AB), um antifúngico de largo espectro com atividade antiparasitária. Porém, apesar de sua comprovada eficácia terapêutica, sua utilização é limitada devido aos diversos efeitos adversos que também apresenta. Neste contexto, são necessárias novas formulações que minimizem tais efeitos e dentre elas, os carreadores lipídicos nanoestruturados revelam vantagens na sua utilização, uma vez que possuem alta capacidade para encapsular fármacos e controlar sua liberação para sítios de ação específicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver, caracterizar e avaliar a atividade in vitro de carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN) contendo Anfotericina B no tratamento da leishmaniose. Um planejamento experimental fatorial 33 foi realizado para avaliar a influência dos tensoativos e da temperatura sobre o tamanho das partículas e o índice de polidispersão (PDI). Ele mostrou que as variáveis tensoativo e temperatura são fatores que podem influenciar tanto sobre o tamanho das partículas como no PDI das formulações. Os carreadores lipídicos nanoparticulados de Anfotericina B (NP-AB) foram obtidos pelo método de microemulsão. Partículas de tamanhos médios de 294 ± 5,86 e 286 ± 5,31nm, PDI igual a 0,375 ± 0,05; 0,33 ± 2,90 e potencial zeta de -39,4 ± 0,005; -45,1 ± 1,186 mV foram obtidos para NP-AB com 0,1 e 0,05% de AB respetivamente. Valor alto de eficiência de encapsulamento foi obtido (99,4%). O estudo de liberação in vitro da AB a partir dos CLN demonstrou que o fármaco foi liberado de forma lenta e controlada (4% de AB após 24 horas). A citotoxicidade para macrófagos da linhagem J774 (IC50%) foi baixa (4,398 μg/mL) quando comparada aos controles de AB e AB desoxicolato (>50 μg/mL). A atividade leishmanicida in vitro da NP-AB sobre formas promastigotas e amastigotas de L. infantum foi muito maior do que aquela observada para a AB desoxicolato. Estes resultados demonstraram que a NP-AB apresentou menor efeito tóxico e alta eficácia in vitro, portanto, é uma alternativa promissora para o tratamento da leishmaniose visceral.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Leishmaniose visceral, Anfotericina B, Nanopartículas
Citação
REGISTRE, Charmante. Desenvolvimento, caracterização e avaliação in vitro de nanopartículas lipídicas de anfotericina B para o tratamento da Leishmaniose. 2020. 82 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.