Diversidade do zooplâncton entre hábitats aquáticos de Minas Gerais.

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Data
2019
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Resumo
Estudos de padrões ecológicos e diversidade β da comunidade zooplanctônica podem ser fundamentais para a compreensão dos padrões de organização dos ecossistemas aquáticos. A organização das comunidades zooplanctônicas responde a vários aspectos dos habitats aquáticos, incluindo conectividade, distúrbios, origem e localização geográfica do corpo d’água. Neste estudo foram utilizados dados publicados sobre a comunidade zooplanctônica das principais bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais (MG, Brasil). Foram analisados 31 trabalhos científicos publicados entre os anos de 2005 e 2019 e a riqueza, a composição e a diversidade beta da comunidade zooplanctônica foram avaliadas para quatro variáveis: (I) bacias hidrográficas (variação espacial); (II) tipo de corpo d’água (lagos, lagoas, reservatórios e rios); (III) altitude (menor que 800 m.a.n.m. – baixa – ou maior que 800 m.a.n.m. - alta); e (IV) hidroperíodo (permanente ou temporário). Espera-se que a riqueza, a composição e a contribuição da diversidade beta de zooplâncton de MG podem modificar em relação à todas as variáveis testadas, e que a diversidade β que contribui mais para a diversidade γ. Houve forte influência do efeito espacial sobre a diversidade zooplanctônica, em que sistemas fluviais representaram o tipo de corpo d’água com maior heterogeneidade na comunidade zooplanctônica, acumulando mais espécies que lagos, lagoas e reservatórios. Foi detectada também maior agregação da riqueza em ambientes categorizados como de baixa altitude, com 70,37% mais espécies que de altas altitudes, considerando que houve um esforço amostral de 74,14% para ambientes considerados de baixas altitudes, e apenas 25,86% de alta altitude. Os resultados indicaram que as bacias hidrográficas do Rio Doce, Rio Grande e Rio Pardo contribuem de forma decisiva para a diversidade beta do zooplâncton. O hidroperíodo não representou influência significativa na riqueza, considerando um esforço amostral de 88,8% para ambientes permanentes e apenas 11,2% para ambientes temporários. As análises para diversidade beta mostraram que todas as variáveis contribuíram significativamente para a diversidade γ. O tipo de corpo d’água contribuiu com 50%, a altitude com 29%, o hidroperíodo com 35%, e as bacias hidrográficas exerceram a maior contribuição: 61% da diversidade γ. A decomposição da diversidade beta sugeriu que 97% dos dados da diversidade beta são impulsionados por turnover, enquanto apenas 3% são por aninhamento, reforçando a importância da conservação de ambientes repositórios de espécies. Os resultados obtidos indicam a forte influência do efeito espacial sobre a diversidade zooplanctônica, e também para a necessidade de um maior esforço amostral em bacias hidrográficas pouco estudadas, em ambientes de altitude e temporários, os quais desempenham importantes papeis na estruturação da comunidade zooplanctônica de MG. Essas observações foram corroboradas pela análise de acumulação de espécies, que indica claramente a necessidade de mais pesquisas em bacias ainda muito pouco consideradas nos estudos da diversidade zooplanctônica em Minas Gerais, a despeito de sua importância estratégica para a biodiversidade aquática e desenvolvimento sócio-econômico do estado.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Bacias hidrográficas, Lagoas, Organismos aquáticos, Biodiversidade - conservação
Citação
SOUZA, Vanessa Ferreira de. Diversidade do zooplâncton entre hábitats aquáticos de Minas Gerais. 2019. 63 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.