Modelagem física analógica de estruturas pós-sal relacionadas a uma inversão tectônica.
Carregando...
Data
2019
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A partir da década de 80, cresceram as pesquisas de modelagem física analógica de bacias
sedimentares distensivas, inicialmente sem a intercalação de camadas evaporíticas. Estas, quando
introduzidas nos modelos levantaram uma série de novos questionamentos sobre a deformação
das bacias, uma vez que o sal constitui um material de comportamento mecânico
significativamente diferente daquele de outras rochas sedimentares. Os estudos experimentais
existentes na literatura posicionam a camada dúctil de silicone (análogo ao sal) dentro da unidade
sin-rifte ou diretamente sobre o embasamento, relacionando a deformação da bacia ao strength
do sal, e este (o strength), por sua vez, à espessura tanto da camada dúctil quanto da cobertura
rúptil (pacote pós-sal) assim como à velocidade de deformação. O intuito do presente trabalho é
dar uma contribuição ao tema analisando-se o comportamento de uma bacia submetida à inversão
tectônica com a camada de silicone no pós-rifte. Assim, investigou-se a deformação no sin-rifte
e no pós-silicone. Foram desenvolvidos 15 modelos em caixa de experimentos com dimensões
internas de 35 cm x 23.4 cm x 10 cm (comprimento x largura x altura). Nestes, empregaram-se a
areia de quartzo para representar as unidades rúpteis, do pré-, sin e pós-rifte da bacia, e o silicone
(polydimethylsiloxane) para simular a camada de sal intercalada no pós-rifte. A primeira fase de
deformação, uma distensão de 6 cm, foi a mesma para todos os modelos, enquanto, na segunda,
de compressão, variaram-se a espessura do pacote pós-rifte (das camadas de silicone e do póssilicone), a magnitude e a velocidade de deformação. Um modelo apresentava somente extensão.
Após a deformação, os modelos foram umidificados com água para a obtenção de perfis paralelos
à direção do transporte tectônico. Os modelos revelaram que, independente da geometria da bacia,
simétrica ou assimétrica, ou da presença de um descolamento basal dúctil, uma camada de silicone
no pós-rifte causa um processo de deslizamento gravitacional do silicone em decorrência à
ascensão da bacia invertida. Como resultado da deformação ocorreram feições de fluxo do tipo
afinamento da camada de silicone, nas porções mais elevadas, e espessamento e injeção do
material viscoso ao longo de falhas reversas. A análise dos fatores que influenciam o strength do
sal revelou que a deformação rúptil no pós-silicone foi maior quando os parâmetros eram
reduzidos, isto é, baixa espessura das camadas de silicone e pós-silicone e da velocidade de
deformação. Com o aumento destes parâmetros, a transmissão dos esforços para a cobertura foi
pequena, reduzindo o acoplamento entre a deformação rúptil, acima e abaixo da camada de
silicone. Além disto, o aumento da espessura do pós-silicone significou o crescimento da tensão
normal, o que promoveu fluxo mais intenso do material viscoso e uma deformação rúptil distante
da bacia. No interior da bacia, a inversão causou reativação de falhas normais e a formação de
novas falhas compressivas. Sob alta magnitude de deformação e sob condições favoráveis de
espessuras e velocidade de deformação, um alto rejeito das falhas, mais comum entre as falhas
compressivas, causou a sua transmissão ao pós-silicone. Feições similares foram reconhecidas na
Bacia de Tucumán (Argentina).
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Geologia estrutural, Falhas - geologia, Bacias sedimentares, Modelagem física
Citação
ALMEIDA, Gisela Miranda de Souza. Modelagem física analógica de estruturas pós-sal relacionadas a uma inversão tectônica. 2019. 82 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.